domingo, 27 de janeiro de 2008

39 Buddha Escudeiro



39
Me parece que o ouro...etc.” – Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana, sobre um pupilo co-residente de Sāriputra.

Tradição diz que este Irmão era manso, dócil e zeloso em ajudar o Ancião. Bem, em uma ocasião o Ancião partiu com o consentimento do Mestre, em coleta de ofertas chegando ao Sul de Magadha.

Quando chegou lá, aquele Irmão ficou tão arrogante que não fazia o quê o Ancião lhe pedia. Além do mais, se a ele se dirigisse dizendo, “Senhor, faça isso,” ele brigava com o Ancião. O Ancião não conseguia entender o quê o estava possuindo.

Após fazer a peregrinação naqueles lados, ele voltou de novo para Jetavana. No momento em que estava de volta ao mosteiro de Jetavana, o Irmão se tornou novamente o quê sempre tinha sido.

O Ancião contou isto ao Buddha, dizendo, “Senhor, um co-residente meu fica em um lugar como um empregado a quem se paga cem dinheiros, e em outro, tão arrogante que uma ordem para fazer qualquer coisa o faz brigar.”

Disse o Mestre, “Esta não é a primeira vez, Sāriputra, que ele se mostra deste jeito; no passado também, se ele fosse a um lugar, era como um empregado a quem se paga cem dinheiros, enquanto, se fosse para outro lugar, ele se tornava briguento e litigioso.” E, assim dizendo, ao pedido do Ancião, ele contou uma história do passado.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva veio à vida novamente como um escudeiro. Um outro escudeiro, um amigo deste, era ele mesmo um senhor ancião, mas tinha uma jovem esposa que deu a ele um filho e herdeiro. Disse o senhor ancião para si mesmo, “Assim qu’eu morrer, esta garota, sendo jovem como é, casará Deus sabe lá com quem, e gastará todo meu dinheiro, ao invés de transmiti-lo ao meu filho. Não seria melhor enterrar meu dinheiro em segurança no chão?”

Então, em companhia de um empregado da casa chamado Nanda, ele foi para a floresta e enterrou suas riquezas em um determinado lugar, dizendo ao empregado, “Meu bom, Nanda, revele este tesouro para meu filho após eu ter partido, e não deixe a floresta ser vendida.”

Depois de dar esta instrução ao empregado, o senhor ancião morreu. No devido tempo seu filho cresceu, e sua mãe disse a ele, “Meu filho, seu pai, na companhia de Nanda, enterrou o dinheiro dele. Pegue de volta e cuide das propriedades da família.” Então um dia disse a Nanda, “Irmãozinho, existe algum tesouro que meu pai enterrou?” “Sim, meu senhor.” “Onde está enterrado?” “Na floresta, no mato, meu senhor.” “Bem, então, vamos lá.” E pegou pá e uma cesta e indo para o lugar disse a Nanda, “Bem, irmãozinho, onde está o dinheiro?” Mas na hora que Nanda ficava justamente no chão que estava em cima do tesouro, ficava tão envaidecido com o dinheiro que abusava do seu mestre, dizendo, “Você, servente, filho de camponesa! Como conseguirias dinheiro aqui?”

O jovem nobre, fingindo não ter escutado a insolência, simplesmente disse, “Voltemos então,” e levou o empregado de volta com ele. Dois ou três dias depois, eles voltaram ao local; mas novamente Nanda abusou dele, como antes. Sem revidar o xingamento, o jovem nobre voltou e revirava o assunto na sua mente. Pensava consigo mesmo, “No começo, este empregado sempre pretende revelar onde o dinheiro está; mas logo que chega no lugar, então ele começa a me xingar. Não vejo a razão disto; mas poderei descobrir se perguntar ao escudeiro, velho amigo de meu pai.” E assim foi ao Bodhisatva e colocando para ele todo o assunto, perguntou a seu amigo qual seria a real razão de tal comportamento.

Disse o Bodhisatva, “O lugar em que Nanda está quando te xinga, meu amigo, é o lugar onde o dinheiro de teu pai está enterrado. Portanto, logo que ele comece a xingá-lo, diga a ele, ‘Com quem estais falando, seu escravo?’ Empurre-o de onde ele está pendurado, pegue a pá, cave fundo, remova o tesouro de sua família, e faça o empregado carregá-lo para você até em casa.” E assim dizendo, ele repetiu esta estrofe:-

Me parece que ouro e jóias jazem enterrados
Onde Nanda, nascido escravo, grita tão alto!

Tomando respeitável licença do Bodhisatva, o jovem nobre foi para casa, e pegando Nanda foi para o lugar onde o dinheiro estava enterrado. Fielmente seguindo o conselho que recebera, tirou o dinheiro fora e cuidou da propriedade da família. Ele permaneceu constante nos conselhos do Bodhisatva, e após despender a vida em caridade e obras boas ele passou sendo tratado de acordo com seus méritos.

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Disse o Mestre, “No passado também este homem foi similarmente disposto.” Sua lição terminada, ele mostrou a conexão, e identificou o Jātaka, dizendo, “O co-residente de Sāriputra era Nanda daqueles dias, e eu o sábio e bom escudeiro.”











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