quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

30 Buddha Boi Vermelhão



30
Então, inveje não o pobre Munika...etc”. – Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana sobre ser seduzido por uma jovem mulher rechonchuda, como será relatado no Jātaka  477.
Então o Mestre perguntou àquele Irmão, dizendo, “É vero, Irmão, como dizem, que estais apaixonado?” “É vero, senhor,” foi a resposta. “Irmão,” disse o Mestre, “ela é a sua desgraça; em dias passados, tu encontraste teu fim e foste feito aperitivo para a turma dela no dia do casamento.” E assim dizendo, ele contou uma história do passado.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva veio à vida como um boi, chamado Vermelhão, na propriedade de um escudeiro numa certa aldeia. E ele tinha um irmão mais novo que era conhecido como Vermelhinho. Haviam apenas estes dois irmãos para fazer todo o trabalho de tração da família. O escudeiro, tinha uma filha única, cuja mão foi pedida pelo filho de um nobre da cidade. E os pais da garota, com intenção de oferecer petiscos gostosos para os convidados do casamento, começaram a engordar um porco chamado Munika.

Vendo isto, Vermelhinho disse ao irmão, “Todas as cargas que tem que carregadas nesta propriedade o são por você e eu, meu irmão; mas tudo que nos dão para dor nossa é grama e palha para comer. E aí está o porco alimentando-se com arroz! Qual será a razão dele estar sendo tratado com tal ração?”
Disse seu irmão, “Meu caro Vermelhinho, não o inveje; pois o porco come a comida da morte. É para servir de aperitivo aos convidados do casamento da filha, que a família engorda o porco. Espere um pouco que os convidados logo estarão chegando. Então verás aquele porco alçado pelas pernas, morto, e sendo temperado com curry.” E assim falando disse esta estrofe:-

Então, inveje não o pobre Munika; é a morte
Que ele come. Contente mastigue sua parca palha,
- O penhor e a garantia de longos dias.

Não muito tempo depois os convidados realmente chegaram; e Munika foi morto e cozido, nos mais diversos pratos. Disse o Bodhisatva a Vermelhinho, “Viu Munika, caro irmão?” “Vi, sim, irmão, o resultado da comilança de Munika. Melhor cem, não, mil vezes, do que tal comida é a nossa, apesar de não ser que grama, palha e farelo; - pois nosso alimento não nos fere, e é penhor que nossas vidas não serão encurtadas.”

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Quando ele terminou a lição para explicar do Irmão que em dias passados foi fadado a morte por aquela jovem mulher e foi feito de aperitivo para a turma dela, ele pregou as Verdades, no final das quais o Irmão apaixonado alcançou o Primeiro Caminho da Salvação. Também o Mestre mostrou a conexão e identificou o Jātaka dizendo, “O Irmão apaixonado era o porco Munika daqueles dias, a jovem mulher é a mesma em ambos os casos, Ānanda era Vermelhinho, e eu mesmo era Vermelhão.”


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