terça-feira, 15 de janeiro de 2008

28 Buddha Touro



   ( Clique na imagem para vê-la ampliada ; Takkasila ( Taxila ) no Paquistão ).


28
Fale somente palavras agradáveis...etc.” – Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana, sobre as palavras amargas ditas pelos Seis (cf Jātaka n.o 1). Pois naqueles dias os Seis, quando discordavam dos Irmãos respeitáveis, usavam insultar, ofender e zombar deles e acusá-los com os dez tipos de abuso. Isto os Irmãos relataram ao Abençoado, que chamou os Seis e perguntou se a acusação era verdadeira. Admitindo eles que ela era, ele os censura, dizendo, “Irmãos, más palavras irritam mesmos os animais: em dias passados um animal fez um homem que usara de más palavras com ele, perder mil dinheiros.” E, assim dizendo, contou uma história do passado.

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Certa vez em Takkasilā ( Taxila ) na terra de Gandhāra houve um rei reinando lá, e o Bodhisatva veio à vida como um touro. Quando ainda pequenino bezerro, foi presenteado por seus donos a um brahmin que entrava – sabe-se que eles dão presentes assim a tais santas pessoas. O brahmin o chamou Nandi-Visāla (Grande-Alegria), e o tratou como se seu filho fora, alimentando a pequena criatura com arroz e mingau de arroz. Quando o Bodhisatva cresceu, pensou consigo mesmo, “Fui criado por este brahmin com grandes dificuldades, e em toda a Índia não existe touro que possa puxar o quê puxo. E se eu pagasse ao brahmin o custo da minha alimentação, provando que sou forte?” Conformemente, disse um dia ao brahmin, “Vá, brahmin, àlgum mercador rico em rebanhos e aposte mil dinheiros que seu touro pode puxar cem carros carregados.”
O brahmin foi até um mercador e começou uma discussão com ele sobre qual o boi mais forte da cidade. “Tal e tal, ou tal e tal,” disse o mercador. “Mas,” disse também, “não há gado na cidade que se compare com o meu em força real.” Disse o brahmin, “Tenho um touro que pode puxar cem carros carregados.” “Onde está tal touro?” riu o mercador. “Pego ele em casa,” disse o brahmin. “Faça uma aposta.” “Certamente,” disse o brahmin, e apostou mil dinheiros. Então carregou cem carros com areia, cascalho e pedra, e então amarrou os cem carros juntos, um atrás do outro, com cordas do eixo da roda de um em frente ao tirante do que segue. Isto feito, ele banhou Nandi-Visāla, deu-lhe um pouco de arroz cheiroso para comer, pendurou uma guirlanda no pescoço dele, e o arriou sozinho no carro da frente. O brahmin em pessoa sentou na condução e soltou seu aguilão no ar, gritando, “Agora então, é tu tratante! Puxe-os todos tratante!”

“Não sou o tratante que ele fala,” pensou o Bodhisatva consigo mesmo; e assim plantou as quatro patas como muitos postes, e não se mexeu nem um centímetro.

Direto, o mercador fez o brahmin pagar os mil dinheiros. Seu dinheiro perdido o brahmin tirou o touro do carro e foi para casa, onde deitou na cama em agonia de dor. Quando Nandi-Visāla vagando encontra o brahmin presa de tal dor, foi até ele e perguntou se estava tirando uma soneca. “Como posso dormir, quando perdi mil dinheiros?” “Brahmin, todo este tempo que vivo na sua casa, já quebrei pote, ou espremi alguém, ou baguncei algoo?” Nunca, minha criança.” “Então por quê me chamaste de tratante? A culpa é tua, não minha. Vá e aposte dois mil desta vez. Só lembra de não me chamar de novo de tratante.” Quando escutou isto, o brahmin foi até o mercador, apostou dois mil. Justo como antes, atrelou os cem carros como antes e arriou Nandi-Visāla, muito elegante e fino, ao carro da frente. Se você me perguntar como ele o arriou, bem, foi deste jeito: - primeiro, ele amarrou a canga na direção; depois colocou o touro em um lado, e fez o outro estabilizar amarrando um pedaço de madeira leve à canga e ao eixo da roda, de modo que a canga estava esticada e não podia se desviar para qualquer lado. Assim um único touro pode puxar um carro feito para ser puxado por dois. Então agora sentado na direção, o brahmin bateu em Nandi-Visāla às costas, e o chamou deste jeito, “Agora então, querido companheiro! Puxe-os todos, querido companheiro!” Com um só puxão o Bodhisatva arrancou com toda a corrente de cem carros até que o último chegou no lugar em que estava o primeiro. O mercador, rico em rebanhos, pagou os dois mil dinheiros que perdeu para o brahmin. Outras pessoas, também, deram largas somas ao Bodhisatva, e tudo passou às mãos do brahmin. Assim ele ganhou muito por causa do Bodhisatva.

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Assim determinando, em censura aos Seis, a regra de que de más palavras ninguém gosta, o Mestre, como Buddha, pronunciou esta estrofe:-

Fale somente palavras agradáveis, nunca palavras
Desagradáveis. Pois àquele que se fala doce, ele move
Carga pesada, e produz riqueza, por amor.

Quando terminou a lição relativa a falar palavras gentis apenas, o Mestre identificou o Jātaka dizendo, “Ānanda era o brahmin naqueles dias, e eu mesmo Nandi-Visāla.”


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