quarta-feira, 31 de março de 2010

402 Buddha Senaka


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                                       ( Imagens de Yakshas, espíritos d'árvore )

402
Estais confuso...etc.” - O Mestre contou isto quando em Jetavana, relativo a Perfeição da Sabedoria. A ocasião da história aparecerá no jataka 546 de Mah'Osadha e Amara.
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Certa vez um rei chamado Janaka reinava em Benares ( Varanasi ). Naquele tempo o Bodhisatva nascera numa família brahmin e o chamavam de jovem Senaka. Quando cresceu aprendeu todas as artes em Takkasilā ( Taxila ) e voltando para Benares foi ver o rei. O rei o colocou no lugar de ministro e deu a ele grande glória. Ele ensinou ao rei coisas temporais e espirituais. Sendo um pregador prazeroso da lei, estabeleceu-o nos cinco preceitos, em fazer ofertas, fazer jejuns, nos dez caminhos da ação reta e assim o estabeleceu na trilha da virtude. Por todo o reino era como se fora o tempo do aparecimento de Buddhas. No jejum quinzenal o rei, os vicereis e outros juntam-se reunidos e decoram o lugar do encontro. O Bodhisatva ensinava a lei num aposento decorado no meio de um estofado de pele de cervo com o poder de um Buddha e sua palavra era semelhante a pregação de Buddhas. Então um certo brahmin velho pedindo oferta em dinheiro conseguiu mil dinheiros, deixou-as em uma família brahmin e prosseguiu novamente em busca de ofertas. Depois que ele já havia ido, a família gastou todas as peças de dinheiro. Ele voltou e queria os dinheiros de volta. O brahmin, sendo incapaz de devolvê-los a ele, lhe deu a filha como esposa. O outro brahmin a tomou e fixou residência numa cidade brahmin não distante de Benares. Devido a sua juventude sua esposa estava insatisfeita nos desejos e errava com outro jovem brahmin. Existem dezesseis coisas que não podem ser satisfeitas, saciadas : e quais são estas dezesseis ? O mar não se satisfaz com todos os rios, nem o fogo com o combustível, nem um rei com seu reino, nem um tolo com seus erros, nem uma mulher com três coisas, intercurso, adornos e gravidez, nem um brahmin com textos sacros, nem um sábio com meditação enstática, nem um sekha ( homem santo que não atingiu santidade ) com honra, nem alguém livre de desejo com penitência, nem um homem energético com energia, nem o falante em falar, nem o político com àssembléia, nem o crente com o serviço da igreja, nem o homem liberal com o ofertar, nem o estudado com a aprendizagem da lei, nem as quatro congregações (Irmãos, Irmãs, leigos e leigas) em ver o Buddha. Assim esta mulher brahmin, estando insatisfeita, insaciada, no intercurso, desejava colocar seu marido para fora e errar atrevidamente. Então um dia em seu propósito maligno ela ficou deitada. Quando ele disse, “Como estais, esposa ?” ela respondeu, “Brahmin, não posso fazer o trabalho da sua casa, arranje uma empregada para mim.” “Esposa, não tenho dinheiro, que darei para consegui-la ?” “Busque dinheiro mendigando ofertas e assim arranje uma.” “Então esposa, apronte algo para a minha jornada.” Ela encheu um saco de couro, com alimento cozido e não cozido, e deu para o marido. O brahmin, prosseguindo através dos vilarejos, vilas e cidades, conseguiu setecentos dinheiros e pensando, “Este dinheiro é suficiente para comprar escravos, machos e fêmeas,” começou a retornar para sua própria vila : em certo lugar conveniente para beber água ele abriu o saco e comendo algo desceu para beber água sem fechar a boca do saco. Então uma cobra preta num oco d'árvore, sentindo o cheiro do alimento, entrou no saco e deitou-se enrolada comendo a comida. O brahmin veio e sem olhar dentro amarrou o saco e o colocou nos ombros, indo embora. Ahi, um espírito que vivia numa árvore, sentado no oco do tronco, disse para ele no caminho, “Brahmin, se parares na viagem morrerás, se fores para casa ho-je tua esposa morrerá,” e desapareceu. Ele olhou mas não vendo o espíritoficou atormentado e assustado com medo da morte e deste jeito chegou ao portão de Benares lamentando e chorando. Estava-se no décimo quinto dia do jejum, dia da pregação do Bodhisatva, sentado em assento decorado da lei e uma multidão com perfumes, flores e semelhantes nas mãos veio em tropas para escutar a pregação. O brahmin disse, “Onde vocês estão indo ?” e foi dito, “Ó brahmin, ho-je sábio Senaka prega a lei com voz doce e poder de um Buddha : não sabes ?” Ele pensou, “Dizem que é um sábio pregador e eu estou aterrorizado com medo da morte : sábios são capazes de tirar fora mesmo grandes tristezas : é certo portanto que eu vá até lá e escute a lei.” Então foi com eles e quando àssembléia e o rei no meio dela, sentou ao redor do Bodhisatva, ele ficou de fora, não distante do assento da lei, com seu saco de comida no ombro, assustado com medo da morte. O Bodhisatva pregou como se ele estivesse trazendo para baixo o rio celeste ou chovendo ambrosia. A multidão ficou agraciada e aplaudindo escutava a pregação. Sábios têm olhar agudo. Naquele momento o Bodhisatva, abrindo seus olhos agraciados com as cinco graças, examinou àssembléia por todos os lados e, vendo aquele brahmin, pensou, “Esta grande assembléia ficou agraciada e escuta a lei, aplaudindo mas aquele brahmin ali está mal e lamenta-se : deve haver alguma dor dentro dele que o leva às lágrimas : como se tocasse ferrugem com ácido, ou fizesse gota d'água rolar de uma folha de lótus, o ensinarei a lei, livrando-o da dor e agraciando-o na mente.” E então o chamou, “Brahmin, sou o sábio Senaka, agora te farei livre da dor, fale corajosamente,” e assim falando com ele disse a primeira estrofe :-

Estais confuso no pensamento, perturbado nos sensos,
São evidentes as lágrimas que correm dos teus olhos ;
O que perdeste ou o quê desejas ganhar
Vindo aqui ? Dê-me sincera resposta.

Então o brahmin, declarando a causa de sua dor, falou a segunda estrofe :-

S'eu for para casa minha esposa deve morrer,
S'eu não for, o Yaksha disse, morro eu ;
Este é o pensamento que me perfura cruelmente :
Me resolva o problema, Senaka.

O Bodhisatva, escutando as palavras do brahmin, espalhou a teia de conhecimento como se jogasse rede no mar, pensando, “Existem muitas causas de morte aos seres neste mundo : alguns morrem afogados no mar ou apanhados por peixes carnívoros, alguns caem no Ganges, ou são capturados por crocodilos, alguns caem das árvores ou são espetados por espinhos, alguns atingidos por armas de todos os tipos, alguns tomando veneno ou são enforcados ou caem dos precipícios ou por frio intenso ou atacados por doenças diversas, assim morrem : bem entre tantas causas de morte de qual causa morrerá este brahmin se permanecer na estrada ho-je, ou sua esposa se voltar para casa ?” Enquanto assim considerava, viu o saco no ombro do brahmin e pensou, “Deve haver uma serpente que entrou dentro do saco sentindo o cheiro do alimento quando o brahmin no almoço comeu algo indo beber água sem amarrar a boca do saco : o brahmin voltando após beber água deve ter partido depois de amarrar e colocar o saco no ombro sem perceber que a serpente estava dentro : se ele parar na estrada, dirá à tarde quando descansar, 'Comerei algo', e abrindo o saco colocará dentro a mão : então a serpente o picará na mão e destruirá a vida dele : esta será a causa da morte dele se ficar na estrada : mas se for para casa o saco irá para as mãos da esposa ; ela dirá, 'Olharei as coisas que estão dentro', e abrindo o saco colocará a mão, a serpente então a picará e destruirá a vida dela e esta seria a causa de sua morte se ele for para casa ho-je.” Ele soube isto através de seu conhecimento prático. Então veio a sua mente, “A serpente deve ser uma serpente preta, brava e destemida ; quando o saco bate contra o costado do brahmin, ela não se mexe ou treme ; não mostra nenhum sinal de estar lá no meio de tal assembléia : portanto deve ser uma serpente preta, brava e destemida :” a partir do seu conhecimento prático ele sabia disto como se olhasse com um olho divino. Então como se fora uma pessoa que estivera do lado e visto a serpente entrar no saco, decidindo através de seu conhecimento prático, o Bodhisatva respondeu a questão do brahmin na assembléia real falando a terceira estrofe :-

Primeiro muitas questões considerei,
E agora minha língua a verdade declara ;
Brahmin, em tua saca de comida
Uma serpente entrou despercebida.

Assim falando, ele respondeu, “Ó brahmin, há alimento neste teu saco ?” “Há, Ó sábio.” “Comeste algo ho-je no almoço ?” “Sim, Ó sábio.” “Onde sentaste ?” “No mato, na raiz de uma árvore.” “Depois que comeste a refeição e foste beber água, amarraste a boca do saco ou não ?” “Não amarrei, Ó sábio.” “Quando voltaste de beber água, olhaste dentro antes de amarrar ?” “Amarrei sem olhar dentro, Ó sábio.” “Ó brahmin, quando foste beber água, penso que uma serpente entrou no saco devido ao cheiro da comida sem você perceber : tal é o caso : portanto largue o saco, coloque-o no meio d'assembléia e abra a boca, afaste-se e pegando uma vara, bata no saco com ela : então quando vires uma serpente preta saindo fora com sua crista aberta e silvando, não terás dúvida :” e assim falou a quarta estrofe :-

Pegue uma vara e bata no saco,
Silenciosa e de língua bifurcada (falsa) ela é ;
Cesse de atormentar com dúvidas tua mente ;
Abra o saco, verás a serpente.

O brahmin, escutando as palavras do Grande Ser, assim o fez, apesar de assustado e com medo. A cobra saiu do saco quando sua crista foi atingida com a vara e ficou encarando a multidão.

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O Mestre, explicando o assunto, falou a quinta estrofe :

Assustado, no meio da turba reunida,
Ele desamarrou a corda do saco de comida ;
Irada rastejou para fora uma serpe,
De crista ereta, com todo seu orgulho.

Quando a serpente saiu fora com a crista levantada, houve uma profecia do Bodhisatva como Buddha omnisciente. A multidão começou a sacudir as roupas e a estalar os dedos aos milhares, chuvas das sete pedras preciosas eram como chuvas de nuvem grossa, gritos de 'bom' elevaram-se as centenas de milhares e o barulho era como de terra que se abre. A resposta de tal pergunta com o poder de um Buddha não é o poder de nascença, nem o poder de homens ricos e de altas famílias : de que é o poder então ? Do conhecimento : a pessoa de conhecimento faz crescer o insight espiritual, abre a porta dos nobres Caminhos, entra no grande e infinito nirvāna e tem a mestria da perfeição do discipulado, de pacceka buddha e de buddha perfeito : conhecimento é a melhor dentre as qualidades que traz o grande e infinito nirvāna, o resto são ajudantes do conhecimento : e assim é dito :-

'Sabedoria é melhor,' confessa o bom,
Como a lua em céu estrelado ;
Virtude, fortuna, retidão,
São ajudantes do sábio.

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Quando a questão já estava assim respondida pelo Bodhisatva, um certo encantador de serpentes fez uma mordaça para a cobra, a pegou e a soltou na floresta. O brahmin, subindo até o rei, o saudou e fez reverência, e louvando-o falou meia estrofe :-

Grande, rei Janaka, teu ganho
Ver Senaka o sábio.
Após louvar o rei, ele pegou setecentos dinheiros do saco e louvando o Bodhisatva, falou uma estrofe e meia desejando fazer uma oferta de felicidade :-
Venerável tua sabedoria ; véus são vãos,
Brahmin, a teus olhos agudos.
Estes setecentos dinheiros, veja,
Pegue-os todos, te ofereço ;
A ti devo minha vida,
E o bem estar da minha esposa.
Escutando isto, o Bodhisatva falou a oitava estrofe :-
Por recitar poesia
Sábios não podem aceitar salário ;
Primeiro deixe-nos a ti ofertar,
Antes que comeces a jornada para casa.
Assim falando o Bodhisatva fez com que se entregasse mil peças de dinheiro ao brahmin e o questionou, “Quem te enviou a pedir dinheiro ?” “Minha esposa, Ó sábio.” “Tua esposa é velha ou jovem ?” “Jovem, Ó sábio.” “Então ela erra com outro e te enviou para fora pensando em errar com segurança : se levares este dinheiro para casa, ela dará ao amante dela o quê ganhaste com teu trabalho : portanto não vá para casa direto mas somente após deixar o dinheiro fora da cidade na raiz de uma árvore ou outro lugar :” e assim o mandou partir. Ele, chegando próximo da cidade, deixou o dinheiro na raiz de uma árvore e foi para casa à noitinha. Sua esposa neste momento estava sentada com o amante dela. O brahmin ficou na porta e disse, “Esposa.” Ela reconheceu a voz dele e colocando a luz para fora abriu a porta : quando o brahmin entrou, ela pegou o outro e colocou na porta : e voltando e não vendo nada no saco perguntou, “Brahmin, que ofertas conseguiste na tua jornada ?” “Mil dinheiros.” “Onde está ?” “Deixei em tal e tal lugar : não se preocupe, pegarei a-manhã.” Ela foi e contou ao amante. Que por sua vez foi e o pegou como se fosse seu próprio tesouro. Dia seguinte o brahmin foi e não vendo o dinheiro dirigiu-se até o Bodhisatva, que disse, “Qual o problema, brahmin ?” “Não encontrei o dinheiro, Ó sábio.” “Contaste para tua esposa ?” “Sim, Ó sábio.” “Há alguém que seja amigo de vocês ?” “Sim, Ó sábio.” Então o Grande Ser fez com que se lhe dessem a despesa de sete dias dizendo, “Vá, e vocês dois convidem e entretenham no primeiro dia quatorze brahmins, sete você e sete sua esposa : no dia seguinte em diante retire um cada dia, até que no sétimo você convide um brahmine tua esposa um : então se notares que o brahmin que tua esposa convidou no sétimo veio nos outros dias, me diga.” O brahmin fez isto e contou ao Bodhisatva, “Ó sábio, observei um brahmin que é sempre nosso convidado.” O Bodhisatva enviou homens com ele para trazer este outro brahmin e perguntou a ele, “Você pegou mil dinheiros pertencentes a este brahmin da raiz de tal e tal árvore ?” “Não, Ó sábio.” “Não sabes que sou o sábio Senaka ; farei você devolver este dinheiro.” Ele ficou com medo e confessou, dizendo, “Eu peguei.” “Que fizeste com ele ?” “Coloquei em tal e tal lugar, Ó sábio.” O Bodhisatva perguntou ao primeiro brahmin, “Brahmin, você vai ficar com a esposa ou vai arranjar outra ?” “Deixe-me ficar com esta, Ó sábio.” O Bodhisatva enviou homens para buscar o dinheiro e a esposa, e deu ao brahmin o dinheiro da mão do ladrão ; puniu o outro, removendo-o da cidade, puniu também a esosa e deu grande honra ao brahmin, fazendo-o morar perto de si mesmo.
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Após a lição, o Mestre declarou as Verdades e identificou o Jataka :- No final das Verdades, muitos atingiram a fruição do Primeiro Caminho :- “Naquele tempo o brahmin era Ananda, o espírito (yaksha) Sariputra, àssembléia era a igreja de Buddha e o sábio Senaka era eu mesmo.”



domingo, 21 de março de 2010

401 Buddha e o engolidor de espadas


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401
A boa espada de Dasanna...etc.” - O Mestre contou esta, quando vivia em Jetavana, relativa à tentação de um Irmão por sua esposa de quando ainda era leigo. O Irmão confessou ser relapso por esta razão. O Mestre disse, “Aquela mulher te machuca : antes também estavas morrendo de uma doença mental devido a ela e ganhaste vida através de sábios,” e então ele contou um conto antigo.

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Certa vez quando o grande rei Maddava reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu em uma residência brahmin. Eles o batizaram como jovem Senaka. Quando cresceu, aprendeu todas as ciências em Takkasilā ( Taxila ) e voltando a Benares tornou-se conselheiro do rei Maddava nas coisas temporais e espirituais e sendo chamado sábio Senaka era admirado em toda a cidade como o sol ou a lua. O filho do capelão real veio e esperava pelo rei e vendo a rainha principal adornada com todos seus adornos e extremamente bonita, ficou apaixonado e quando foi para casa deitou sem se alimentar. Seus companheiros o perguntaram e ele contou qual era o problema. O rei disse, “O filho do capelão da casa não apareceu, por quê isto ?” Quando ele escutou a causa, mandou chamá-lo e disse, “Dou ela para você por uma semana e no oitavo dia mande-a de volta.” Ele disse, “Muito bem,” e levando-a para a casa dele deliciava-se com ela. Ficaram apaixonados um pelo outro e guardando segredo fugiram pela porta da frente e foram para o território de outro rei. Ninguém sabia o lugar para onde foram e seu caminho foi como de barco no mar. O rei fez proclamas com tambor ao redor da cidade e apesar de buscar em muitos lugares não achou o lugar para onde ela foi. Então grande tristeza por perdê-la abateu-se sobre ele : seu coração ficou em febre e cuspia sangue : depois sangue passou a sair de suas entranhas e a doença tornou-se grande. Os grandes médicos reais não podiam curá-lo. O Bodhisatva pensou, “A doença não está no rei, ele é tocado por um distúrbio mental por não ver sua rainha : o curarei através de certos meios” ; e então instruiu os sábios conselheiros do rei, chamados Ayura e Pukkusa, dizendo, “O rei não está doente, apenas com um distúrbio mental por não ver sua esposa : bem, ele nos é de grande valia e nós o curaremos através de certos meios : reuniremos pessoas no jardim real e faremos um homem que saiba como fazer, engolir uma espada : colocaremos o rei numa janela e o faremos olhar para baixo para o grupamento de gente : o rei vendo o homem engulir uma espada perguntará, 'Há algo mais difícil do que isto ?'. Então, caro Ayura, deves responder, 'É mais difícil dizer 'Desisto disto e disto' “ ; então ele perguntará para você, caro Pukkusa e você deve responder, “Ó rei, se um homem diz, 'Desisto disto e disto' e não desiste, sua palavra é sem fruto, ninguém vive ou alimenta-se ou bebe com tais palavras ; mas aqueles que fazem de acordo com tais palavras e desiste, entregando a coisa de acordo com a promessa, faz uma coisa mais difícil do que o outro : depois eu descobrirei o que fazer em seguida.” Então ele aglomerou pessoas. Os três sábios em seguida foram e falaram ao rei, dizendo, “Ó grande rei, há uma aglomeração no jardim do palácio ; homens que olham-na embaixo, tranformam tristeza em alegria, vamos até lá.” E assim levaram o rei abriram uma janela e o fizeram olhar para baixo para a reunião de pessoas. Muitas apresentavam suas próprias artes que ele já conhecia : e um homem estava engolindo uma pesada espada de trinta e três polegadas e afiada no gume. O rei vendo-o pensou, “Este homem está engolindo a espada, perguntarei aos sábios se há algo mais difícil do que isto” : e assim questionou Ayura, falando a primeira estrofe ( Dasanna é um reino na Índia central, aparentemente uma sede da arte de fazer espadas) :-

A boa espada de Dasanna sedenta de sangue, de gume afiado :
Ainda assim no meio da multidão ele a engole : façanha mais difícil não há :
Questiono se algo é mais difícil comparado a isto ; prego, me responda.

Então o outro falou a segunda estrofe em resposta :-

Cobiça podem levar um homem a engolir espadas apesar do gume afiado :
Mas dizer, 'Entrego isto de graça,” isto uma façanha mais difícil seria ;
Todas as outras coisas são fáceis ; rei de Magadha, te respondi.

Quando o rei escutou as palavras do sábio Ayura, ele pensou, “Então é mais difícil dizer, 'Entrego esta coisa,' do que engolir uma espada : eu disse, 'Entrego minha rainha para o filho do capelão' : fiz uma coisa muito difícil “ : e assim seu sofrimento no coração tornou-se um pouco mais leve. Então pensando, “Haveria algo mais difícil do que dizer, 'Entrego esta coisa para outro' ? “ ele falou com o sábio Pukkusa dizendo a terceira estrofe :-

Ayura resolveu minha questão, sábio em toda filosofia :
Pukkusa questiono agora, se existe façanha mais difícil :
Há algo que dificilmente se compara com isto ? Prego, me responda.

O sábio Pukkusa respondendo-o falou a quarta estrofe :-

Não vivem os homens por palavras, nem por linguagem ditas infrutiferamente :
Mas ofertar e não se arrepender, isto uma façanha maior seria :
Todas as outras coisas são fáceis ; rei de Magadha, te respondi.

O rei, escutando isto, considerou, “Eu primeiro disse, 'Darei a rainha ao filho do capelão,' e depois fiz de acordo com minha palavra e a ofereci: com certeza fiz uma coisa difícil” : e assim seu sofrimento tornou-se mais leve. Então veio à mente dele, “Não há ninguém mais sábio que Senaka, farei esta pergunta a ele” : e questinando-o falou a quinta estrofe :-

Pukkusa resolveu minha questão, sábio em toda filosofia :
Senaka te pergunto agora, se gesto mais difícil existe :
Há algo mais difícil comparado a isto ? Prego, me responda.

Então Senaka falou a sexta estrofe respondendo-o :-

Se um homem deve dar um presente, pequeno ou grande, em caridade
Sem arrepender-se da oferta depois : este um gesto mais difícil seria :
Todas as outras coisas são fáceis : rei de Magadha, te respondi.

O rei, escutando as palavras do Bodhisatva, refletiu : “Entreguei a rainha ao filho do capelão por conta própria : e agora não posso controlar minha mente, sofro e 'pinho' : isto não é digno de mim. Se ela me amasse não abandonaria seu reino e fugiria : o que tenho a ver com ela quando deixa de me amar e foge ?” Enquanto assim pensava então, todo seu sofrer dissipou-se e saiu como uma gota d'água numa folha de lótus. Naquele instante suas entranhas descansaram. Ele ficou bem e feliz e louvou o Bodhisatva, falando a estrofe final :-

Ayura respondeu a questão, bom Pukkusa também :
As palavras de Senaka o sábio excedeu todas as respostas.

E após este louvor deu a ele muitas riquezas na sua alegria.

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Após a lição, o Mestre declarou as Verdades e identificou o Jataka :- após as Verdades, o Irmão relapso foi estabelecido na fruição do Primeiro Caminho : - “Naquele tempo a rainha era a esposa nos tempos de leigo, o rei o Irmão relapso, Ayura era Mooggaallana, Pukkusa era Sariputra e o sábio Senaka era eu mesmo.”

segunda-feira, 8 de março de 2010

400 Buddha espírito d'árvore


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400
Amigo Anutiracari...etc.” - O Mestre contou isto enquanto residia em Jetavana, relativo a Upananda, da tribo Sakya. Ele ordenou-se na fé mas afastou-se das virtudes do contentamento e do resto tornando-se muito ganancioso. No começo das chuvas ele tentou dois ou três mosteiros, deixando em um parassol ou um sapato, em outro bengala ou cuia e habitava em um terceiro. No começo das chuvas ele estava em um mosteiro do campo e falando, “Os Irmãos devem viver em contentamento,” explicava aos Irmãos, como se estivesse fazendo a lua subir no céu, o caminho para o nobre estado de contentamento, louvando satisfação com o apenas necessário. Escutando-o os Irmãos largaram suas roupas e potes agradáveis, arranjando tigelas de argila e roupas de farrapos e trapos. Ele guardou o quê era dos outros em seu próprio alojamento e quando as chuvas e o festival pavarana terminaram, encheu um carreto e foi para Jetavana. No caminho, por trás de um mosteiro na floresta, envolvendo os pés com trepadeiras e dizendo, “Certamente, algo pode ser arranjado aqui,” ele entra no mosteiro. Dois antigos Irmãos passaram as chuvas lá : eles tinham dois mantos grosseiros e um fino cobertor, e, como não conseguiam dividí-los, ficaram contentes de vê-lo, pensando, “Este Ancião os partilhará entre nós,” e disseram, “Senhor, não conseguimos dividir estas roupas para época das chuvas ; ficamos disputando-as, divida-as você entre nós.” Ele consentiu e entregando os dois mantos grosseiros a eles, apanhou o cobertor fino, dizendo, “Isto cabe a mim que conheço as regras da disciplina,” e saiu fora. Estes Anciãos, que gostavam do cobertor, foram com ele para Jetavana, e contaram o caso para os Irmãos que conheciam as regras, dizendo, “É correto aqueles que conhecem a regra, devorar pilhando assim ?” Os Irmãos vendo a pilha de vestes e tigelas trazidas pelo Ancião Upananda, disseram, “Senhor, tens grande mérito, ganhaste muita comida e vestimenta.” Ele disse, “Senhores, onde está meu mérito ? Ganhei isto de tal e tal modo,” contando tudo a eles. No Salão da Verdade levantaram uma conversa, dizendo, “Senhores, Upananda, da tribo Sakya, é muito ganancioso e cobiçoso.” O Mestre, entendendo o assunto, disse, “Irmãos, os atos de Upananda não estão adequados ao progresso ; quando um Irmão explica o progredir a outro, ele deve primeiro agir de acordo ele mesmo e então pregar aos outros.”

Estabeleça a si mesmo primeiro em propriedade,
Depois ensine ; o sábio não busca auto-satisfação.

Com esta estrofe do Dhammapada ele apresentou a lei e disse, “Irmãos, Upananda não é ganancioso pela primeira vez ; ele o foi antes e antes saqueou a propriedade de outros” : e assim contou um conto(a) antigo.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva era um espírito d'árvore à margem de um rio. Um chacal, chamado Mayavi, tomou uma esposa e vivia em um lugar nesta margem de rio. Um dia sua companheira disse a ele, “Marido, uma vontade me atinge : desejo comer um peixe rohita fresco.” Ele disse, “Fique tranquila, o trarei para ti,” e seguindo o rio ele envolveu as patas em trepadeiras e caminhava pela margem. Naquele momento, duas lontras, Gambhiracari e Anutiracari, estavam em pé na margem procurando peixe. Gambhiracari viu um grande peixe rohita e entrando n'água com um pulo, pegou o peixe pelo rabo. O peixe era forte e continuou arrastando-o. Ele chamou o outro, “Este grande peixe será suficiente para nós dois, venha e me ajude,” falando a primeira estrofe :-

Amigo Anutiracari, corra em minha ajuda, prego :
Apanhei um grande peixe : mas ele me arrasta com força.

Escutando isto, o outro falou a segunda estrofe :-

Gambhiracari, sorte tua ! Tua empunhadura ser firme e resistente,
E como um condor levantaria uma serpente, jogarei para fora o indivíduo.

Então os dois juntos jogaram para fora o peixe rohita, deixando-o no chão e matando-o : mas diziam um ao outro, “Você o divide,” discutiam e não conseguiam dividí-lo : e assim, sentados, pararam. Naquele momento o chacal chegou no lugar. Vendo-o, ambos o saudaram e disseram, “Senhor da grei dos cinzas, este peixe foi apanhado por nós dois juntos : uma disputa surgiu porque não conseguimos dividí-lo : faças tu uma divisão justa partindo-o,” falando a terceira estrofe :-

Uma disputa surgiu entre nós, observe ! Ó tu de cor cinza,
Que nossa querela, honrado senhor, seja apaziguada por ti.

O chacal escutando-os, disse, declarando sua própria força :-

Já arbitrei muitos casos e fi-lo pacificamente :
Que vossa querela, honrados senhores, seja apaziguada por mim.

Tendo dito esta estrofe e feito a partilha, falou outra estrofe :-

Rabo, Anutiracari ; cabeça, Gambhiracari :
O meio ao árbitro propriamente será pago.

Então assim dividindo o peixe, disse, “Vocês comam cabeça e rabo sem brigar,” e apanhando a porção do meio com a boca, saiu correndo embora diante dos olhos deles. Eles sentaram tristes, como se tivessem perdidos mil dinheiros e falaram a sexta estrofe :-

Não fora nossa briga, ele nos teria sido suficiente sem falha :
Mas agora o chacal pegou o peixe e nos deixou cabeça e rabo.

O chacal ficou feliz e pensando “Agora darei a minha esposa peixe rohita para comer,” foi até ela. Ela o viu vindo e saudando-o falou a estrofe :-

Como um rei fica feliz em unir um reino à sua lei,
Do mesmo modo estou feliz ho-je vendo meu senhor com sua boca cheia.

Então ela questionou-o sobre os meios da consecução, falando uma estrofe :-

Como, ser terrestre, conseguiste d'água apanhar um peixe ?
Como realizaste o feito, meu senhor ? prego responda o que desejo.

O chacal, explicando os meios a ela, falou a próxima estrofe :-

Pela disputa veio a fraqueza deles, pela disputa seus meios decaíram :
Pela disputa as lontras perderam seu prêmio : Mayavi, come a presa.

Há ainda outra estrofe pronunciada pela Perfeita Sabedoria de Buddha :-

Do mesmo modo quando disputa surge entre as pessoas,
Buscam um árbitro : o tornam líder :
Seus bens decaem e os cofres do rei ganham.

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Após a lição, o Mestre declarou as Verdades e identificou o Jataka :- “Naquele tempo o chacal era Upananda, as lontras os dois homens idosos, o espírito d'árvore que testemunhou a causa era eu mesmo.”

quinta-feira, 4 de março de 2010

399 Buddha Abutre


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399
Como os velhos darão conta,” etc.- O Mestre contou esta história quando residia em Jetavana, relativa a um Irmão que amparava a mãe.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva nasceu como abutre. Quando ele cresceu colocou seus pais, agora velhos e com olhos obscurecidos, numa caverna de abutres e alimentava-os trazendo carne de vaca e semelhantes. Naqueles dias um caçador deixou armadilhas para abutres pelo cemitério de Benares. Um dia o Bodhisatva buscando carne veio ao cemitério e teve a pata pega pela armadilha. Ele não pensou em si mesmo mas lembrou-se de seus velhos pais. “Como irão meus pais viver agora? Acho que morrerão, ignorantes de que fui pego, sem ajuda e miseráveis, definhando naquela cova montanhosa:” assim lamentando falou a primeira estrofe:-

Como os velhos darão conta agora na cova montanhosa?
Pois estou atado a armadilha, escravo do cruel Niliya.

O filho de um caçador, escutando seu lamento, falou a segunda estrofe, o abutre falou a terceira, e assim alternadamente:-

Abutre, que estranho choro é este seu que captam meus ouvidos?
Nunca escutei ou ouvi pássaro falar em voz humana.

Cuido de meus velhos pais numa cova montanhosa,
Como os velhos darão conta se me tornei teu escravo?

Carcaça, abutre vê a duzentos quilômetros de distância;
Por quê falhaste em ver armadilha e rede tão junto à vista?

Quando a ruína chega a uma pessoa e o fado demanda a morte,
Falha em ver armadilha ou rede apesar de junto à vista.

Vá cuidar de seus idosos pais na cova montanhosa,
Vá, visite-os em paz, tens de mim a liberdade ansiada.

Ó caçador, sejas tua a felicidade, com todos seus amigos e parentes (kith & kin):
Cuidarei de meus idosos pais na cova montanhosa.

Então o Bodhisatva, liberto do medo da morte, alegre agradeceu e falando a estrofe final pegou um punhado de carne e foi embora e deu a seus pais.

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Após a lição, o Mestre declarou as Verdades e identificou o Jātaka:- Após as Verdades, o Irmão foi estabelecido na fruição do Primeiro Caminho:- “Naqueles dias, o caçador era Channa, os pais eram parentes do rei, o rei abutre, eu mesmo.”





segunda-feira, 1 de março de 2010

398 Buddha Pobre



398
“O Rei envia-te,” etc.- O Mestre contou esta história quando residia em Jetavana, relativa a um Irmão que amparava a mãe. A ocasião aparecerá no Sāma Jātaka número 540.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva nasceu em uma família de um pai de família pobre : chamaram-no Sutana. Quando ele cresceu ganhava salários e sustentava seus pais: quando seu pai morreu, amparava a mãe. O rei daqueles dias gostava de caçar. Um dia ele entrou com um grande cortejo na floresta dois ou três quilômetros, e fez uma proclamação (para todos), “Se um cervo escapar no posto de algum homem, este homem pagará uma multa no valor do cervo.” Os ministros tendo feito uma cabana camuflada do lado da estrada principal deram-na ao rei. Os cervos levantaram-se com o grito dos homens que circundaram suas tocas e um antílope veio para o posto do rei. O rei pensou, “Vou acertá-lo,” e soltou uma flecha. O animal, que sabia de truques, viu que a flecha vinham do seu lado, girando, caiu como que ferido pela flecha. O rei pensou, “Acertei-o,” e correu para pegá-lo. O cervo levantou-se e fugiu como um vento. Os ministros do resto do cortejo zombaram do rei. Ele perseguiu o cervo e quando este estava cansado, ele o cortou em dois com sua espada : segurando as peças em um pau ele veio como se carregando um poste e dizendo, “Descansarei um pouco,” dirigiu-se para perto de uma árvore banian do lado da estrada e deitando dormiu. Um yaksha chamado Makhādeva havia renascido naquele banian e obtido de Vessavana ( rei dos yakshas ) todo ser vivo que vinha até ele, como sua comida. Quando o rei levantou-se ele disse, “Pare, você é minha comida,” e pegou-o pela mão. “Quem é você?” disse o rei. “Sou um yaksha aqui nascido, tomo toda pessoa que vem aqui, é minha comida.” O rei, tendo bom coração, perguntou, “Você comerá só ho-je ou habitualmente?” “Habitualmente comerei o quê tiver.” “Então coma este cervo ho-je e deixe-me ir; a partir d’a-manhã mandarei uma pessoa com um prato de arroz todo dia.” “Cuidado então: no dia que ninguém for enviado, comerei você.” “Sou rei de Benares: não há nada qu’eu não possa fazer.” O yaksha aceitou a promessa e deixou ele ir. Quando o rei veio para a cidade, contou o caso para um ministro e perguntou o que devia ser feito. “Foi fixado um limite de tempo, Ó rei?” “Não.” “Isto foi errado enquanto te afeta: mas não liga, tem muita gente na cadeia.” “Então administre este caso, e dê-me vida.” O ministro concordou, e tirando uma pessoa da prisão todo dia enviou-os ao yaksha com um prato de arroz , sem contar nada. O yaksha comia ambos, arroz e gente. Depois de um tempo a cadeia ficou vazia. O rei sem encontrar ninguém para carregar o arroz tremia de medo de morrer. O ministro confortando-o disse, “Ó rei, desejo de riqueza é mais forte que o desejo da vida: vamos colocar um pacote com mil moedas nas costas de um elefante e proclamar aos tambores, ‘Quem pegará o arroz e levará ao yaksha e tomará esta riqueza?’” e ele assim o fez. O Bodhisatva pensou, “Tenho centavos e meios centavos de salários, dificilmente consigo amparar minha mãe: tomarei esta riqueza e darei a ela, e então irei para o yaksha : s’eu levar a melhor sobre ele, bom, se não, ela viverá confortavelmente”: e assim ele falou com sua mãe, mas ela disse, “Tenho o suficiente,querido, não necessito de riquezas,” e assim o proibiu duas vezes; mas na terceira vez sem pedir a ela, ele disse, “Senhores, tragam-me as mil moedas, levarei o arroz.” Assim ele deu à mãe as mil moedas e disse, “Não te atormentes [to fret], querida; dominarei o yaksha e darei felicidade ao povo : voltarei e farei tua face chorosa sorrir,” e então saudando-a foi até o rei com os homens do rei, e saudando-o lá ficou. O rei disse, “Meu bom homem, levarás o arroz?” “Sim, ó rei.” “O quê deves levar contigo?” “Suas sandálias douradas, ó rei.” “Por quê?” “Ó rei, aquele yaksha toma para comer as pessoas que estão no chão ao pé da árvore : estarei nas sandálias não no chão dele.” “Alguma coisa a mais?” “Seu parassol, ó rei.” “Por quê?” “Ó rei, o yaksha toma para comer as pessoas que estão na sombra de sua árvore : estarei na sombra do parassol não na da árvore dele.” “Algo mais?” “Sua espada, ó rei.” “Com qual propósito?” “Ó rei, mesmo os duendes temem aqueles com armas em suas mãos.” “Algo mais?” “Sua tigela dourada, Ó rei, cheia do teu próprio arroz.” “Por quê, bom homem?” “Não cai bem para um sábio como eu, levar comida estragada numa tigela de barro.” O rei consentiu e enviou oficiais que lhe dessem tudo que pediu. O Bodhisatva disse, “Não tema, Ó grande rei, voltarei ainda ho-je tendo dominado o yaksha e fazendo-te feliz,” e assim tomando as coisas necessárias e indo para o lugar, colocou pessoas não distantes d'árvore, calçou as sandálias douradas, cingiu a espada, colocou o parassol na cabeça, e levando arroz numa tigela dourada foi para o yaksha. O yaksha olhando a estrada viu-o e pensou, “Este homem não vem como os que vieram nos outros dias, qual a razão?” O Bodhisatva aproximando-se da árvore esticou a tigela de arroz na sombra com a ponta da espada, e estando perto da sombra falou esta estrofe:-

O rei envia-te arroz preparado e temperado com carne:
Se Makhādeva está em casa, que saia e coma !

Escutando o yaksha pensou, “O enganarei e o comerei quando entrar na sombra,” e assim falou a segunda estrofe:-

Venha p’ra dentro, jovem, com tua temperada comida,
Os dois, você e ela, jovem, são bons de comer.

Então o Bodhisatva falou duas estrofes:-

Yaksha, perdes uma coisa grande por uma pequena,
As pessoas temendo a morte não trarão comida alguma.
Você terá um bom suprimento de comida,

Pura e doce e cheirosa à tua mente :
Mas uma pessoa para trazê-la aqui,
Se me comeres, vai ser difícil descobrir.

O yaksha pensou, “O jovem fala em bom senso,” e estando inclinado ao bem falou duas estrofes:-

Jovem Sutana, meus interesses estão claros mostrados por ti :
Visite tua mãe então, em paz, tens permissão de ir.

Leve espada, parassol e tigela, jovem, e siga teus caminhos,
Visite feliz tua mãe e traga a ela dias felizes.

Escutando as palavras do yaksha, o Bodhisatva ficou contente, e pensando, “Minha tarefa está completa, o yaksha dominado, mais riquezas ganhas e a palavra do rei guardada,” e assim agradecendo ao yaksha falou a estrofe final:-

Com todos teus parentes e familiares, yaksha, possas ser retamente feliz:
A vontade do rei foi realizada, e riquezas ganhei.

Assim advertiu o yaksha, dizendo, “Amigo, fizestes más ações antes, fostes cruel e duro, comes a carne e o sangue dos outros pois nascestes yaksha : de agora em diante não mates nem faças coisas semelhantes:” Então falando das bênçãos da virtude e da miséria do vício, estabeleceu o yaksha nas cinco virtudes : então disse, “Por quê morar na floresta? Venha, te colocarei no portão da cidade e terás o melhor arroz.” Assim ele foi com o yaksha, fazendo-o carregar a espada e outras coisas, e vieram para Benares. O rei com seus ministros saíram fora para encontrar o Bodhisatva, estabeleceu o yaksha no portão da cidade e fê-lo receber o melhor arroz : então ele entrou na cidade, proclamando aos tambores e clamando por assembléia do povo falou em louvor do Bodhisatva e deu-lhe o comando do exército : ele mesmo estabelecendo-se no aprendizado do Bodhisatva, fez boas ações e caridade e outras virtudes, e tornou-se fadado ao céu.

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Após a lição, o Mestre declarou as Verdades, e identificou o Jātaka:- Depois das Verdades, o Irmão que amparava sua mãe foi estabelecido na fruição do Primeiro Caminho:- “Naqueles dias o Yaksha era Angulimalā, o rei Ānanda, o jovem eu mesmo.”