quarta-feira, 23 de junho de 2010

411 a grande Renúncia



      A   Renúncia de Siddharta Gautama com o corte dos cabelos, a entrega dos objetos reais ao ajudante que volta com o cavalo , a descida dos objetos religiosos : escultura de Barabudur / Borobudur , Indonésia.


411
“Até agora os cabelos...etc.” - O Mestre contou este conto enquanto morava em Jetavana, sobre a Grande Renúncia. Os Irmãos estavam sentados no Salão da Verdade, louvando a renúncia de Buddha. O Mestre, entendendo que este era o tema deles, disse, “Irmãos, não é estranho que eu deva fazer agora a Grande Renúncia e retirar-me do mundo, eu que por muitas centenas de milhares de anos exercitei a perfeição : muito tempo atrás também, desisti do reino de Kasi, extenso trezentas léguas e fiz a renúncia,” e assim ele contou um conto antigo.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva foi concebido no útero da esposa do sacerdote chefe. No dia do seu nascimento, o rei também teve um filho nascendo. No dia do batismo, chamaram o Grande Ser de Susima Kumara e o filho do rei Brahmadatra Kumara. O rei vendo que os dois nasceram no mesmo dia, fez com que o Bodhisatva fosse entregue à babá e crescesse junto com seu próprio filho. Ambos cresceram perfeitos como filhos de deuses : ambos aprenderam todas as ciências em Takkasila ( Taxila ) e retornaram para casa. O príncipe se tornou vicerei, comendo, bebendo e vivendo junto com o Bodhisatva : e com a morte do pai tornou-se rei, dando grande honra ao Bodhisatva e fazendo-o sacerdote : um dia adornou a cidade e vestido como Sakra, rei dos deuses, seguiu ao redor da cidade em procissão, sentado aos ombros de um elefante real orgulhosamente, como Eravana ( o elefante de Sakra ), com o Bodhisatva atrás nas costas do elefante. A rainha mãe ( a mãe do rei ), olhando da janela real para ver seu filho, viu o sacerdote atrás dele quando retornavam da procissão : ela caiu de paixão por ele e entrando no seu quarto pensou, “Se eu não puder tê-lo, devo morrer aqui ” : e então largou a comida e ficou lá deitada. O rei, não a vendo, perguntou por ela : quando escutou que ela estava doente, foi até ela e a questionou sobre o quê a afligia. Ela, com vergonha, não disse. Ele sentou no trono real e enviou sua esposa a rainha para que descobrisse o quê afligia sua mãe. Ela foi e perguntou, dando um tapinha nas costas da rainha mãe. Mulheres não guardam segredos de mulheres : e o segredo foi contado. A rainha foi e disse ao rei. Ele falou, “Bem, vá confortá-la : farei do sacerdote rei e ela a rainha dele.” Ela foi e confortou-a. O rei mandou chamar o sacerdote e contou a ele o problema, “Amigo, salve a vida da minha mãe : tu serás rei e ela tua rainha, eu vicerei.” O sacerdote disse, “Não posso aceitar” : mas sendo solicitado novamente, consentiu : e o rei fez o sacerdote rei e a rainha mãe rainha e ele mesmo vicerei. Eles viveram todos em harmonia juntos mas o Bodhisatva 'pinhava' estando no meio de vida de dono de casa : ele deixava os desejos e inclinava-se a vida religiosa : sem buscar os prazeres dos sentidos ele permanecia só, sentado ou descansando, como um homem preso numa jaula ou um galo numa gaiola. A rainha pensou, “O rei me evita, ele permanece só, sentado ou deitado ; ele é jovem e novo, eu sou velha e tenho cabelos grisalhos : e se eu inventasse para ele uma história que ele tem cabelo grisalho, fazendo-o acreditar nisso e buscasse então minha companhia ?” Um dia, como se penteasse o cabelo do rei, ela disse, “Sua majestade está ficando velho, há um cabelo grisalho em sua cabeça.” “Retire-o e o coloque na minha mão.” Ela puxou um cabelo para fora mas jogou para o lado e colocou na mão dele um dos seus próprios cabelos grisalhos. Quando ele o viu, temor da morte o fez começar a suar na testa apesar dela ser como uma placa de ouro. Ele aconselhou então a si mesmo, dizendo, “Susima, te tornaste velho na juventude ; todo este tempo mergulhado no lodo do desejo, como um porco do campo que se chafurda na sujeira e na lama, não podes deixá-los : abandone desejos e torne-se um asceta nos Himalaias : é a hora certa para a vida religiosa,” e com este pensamento, ele pronunciou a primeira estrofe :-

Até agora os cabelos era pretos
Enfeixados ao redor do meu rosto ;
Brancos ho-je : note, Susima !
Agora é hora de religião !

Então o Bodhisatva louvou a vida religiosa : mas a rainha viu que ela o levou a abandoná-la ao invés de amá-la e com temor, desejando afastá-lo da vida religiosa, louvando seu corpo, pronunciou duas estrofes :-

Meu, não teu, é o cabelo prateado.
Minha a cabeça de onde ele veio :
Por teu bem ousei mentir :
Tal falta abstem-te de censurar !

Tu és jovem e belo de olhar,
Como uma tenra planta que brota !
Mantenha teu reino, sorria para mim !
Não busques agora o quê a idade trará !

Mas o Bodhisatva disse, “Senhora, falas do quê deve advir : com a idade madura, estes cabelos pretos devem se tornar pálidos como bétele : vejo a mudança e o corpo se dissolvendo com os anos que chegam, no amadurecimento da idade, nas garotas reais e em todo o resto, apesar de serem tenras como uma guirlanda de flores de lótus, belas como ouro, e bêbadas com o orgulho de sua própria juventude : tal, senhora, é o sombrio fim dos seres vivos,” e mais, mostrando a verdade com o charme de um Buddha, ele pronunciou duas estrofes :-

Percebi a jovem donzela,
Balançando como um caule tenro,
Ornada com seu orgulho da forma ;
Homens enfeitiçando onde quer que ela passe.

É a mesma que examinei
(Oitenta, noventa, anos passaram),
Estremecendo, paralisada, bengala na mão,
Curvada como um galho de árvore por fim.

Nesta estrofe o Grande Ser mostrou a miséria da beleza e agora declara seu descontentamento com a vida de dono de casa :-

Tais os pensamentos os quais pondero ;
Noites solitárias permitem tais pensamentos :
Vida de leigo não amo mais :
Agora é hora de religião !

Deliciar-se em vida laica é parada ruim :
O sábio corta ela fora e segue seu caminho,
Renunciando as alegrias dos sentidos e todo seu oscilar.

Assim então declarando ambos a delícia e a miséria dos desejos, ele mostrou a verdade com todo o charme de um Buddha, mandou chamar seu amigo e o fez tomar o reino novamente: deixou sua majestade e seu poder no meio de altos lamentos de amigos e parentes ; tornou-se um sábio asceta nos Himalaias e entrando em ênstase de meditação, foi destinado ao mundo de Brahma.

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Após a lição,o Mestre declarou as Verdades e dando de beber ambrosia para muitos, identificou o Jataka : “Naquele tempo a rainha chefe era a mãe de Rahula, o rei era Ananda e o rei Susima era eu mesmo.”

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sanchi, jataka 407, pilar do portal oeste



Sanchi – ilustração do Jataka 407 nos pilares do portal oeste. Clique na imagem para vê-la ampliada.
Lá em cima no pilar da esquerda vemos Buddha Macaco atravessado entre as margens do rio Ganges conforme o Jataka 407 e depois ele embaixo d'árvore conversando e pregando ao rei : as pessoas na frente são o séquito real que a tudo contempla. Em cima à direita do outro lado do rio um arqueiro parece pronto a atirar nos macacos.
Nos outros dois quadros de baixo a cena parece a mesma, qual seja, da visita dos deuses Brahma, Indra, os guardiães dos quatro cantos, e outros, à Buddha representado pelo trono e pela árvore. Os guardiães são os anjos com asas, Dhataratha, Virulhaka, Virupakkha e Vessavana ou Kuvera. O fato dos deuses estarem de mãos postas é porque Buddha depois da Iluminação pensou em desistir de pregar ao mundo mas foi demovido da ideia justamente pelos deus Brahma que Lhe suplica que pregue a doutrina pois “existem seres cujos olhos da mente estão escurecidos por qualquer poeira ; e se não escutarem a doutrina, não poderão atingir salvação.” ( Mahavagga I,5,6 ). O encontro com os deuses acontece em caverna representada pela pequena abóbada em cima das árvores.
No pilar da direita vemos quatro casais sentados em suas camas ou tronos baixos em diferentes situações. O casal em pé no meio desce a escada para o rio mas a mulher está com vergonha.

domingo, 13 de junho de 2010

Sanchi, portal sul, extremidade oeste



Frente do portão sul – extremidade oeste. Clique na imagem para vê-la ampliada.
Lintel do meio - “Um personagem real ou divino, montado no pescoço de um elefante, com a ponta do chicote de elefante ( ankusa, o punho do qual ele segura com ambas as mãos ) descansando na cabeça do animal, caminhando através de um lago de lótus. Atrás dele sua rainha abana um leque com a mão direita e parece estar estendendo a esquerda para outra mulher ajudando-a a subir também no animal, que está ocupado afastando os lótus com a tromba. No canto esquerdo uma única mangueira representa todas as árvores do jardim agradável. No fundo, no terraço do palácio, mais duas mulheres da corte estão olhando estas brincadeiras n'água ( jala-krida ).” Reparem na continuação do lintel do meio do post anterior, os Nagas, casais, dentro d'água e saindo dela. Sendo os elefantes Nagas também e estando dentro d'água, as cenas parecem ter relação.
Cubo de cima ( entre os lintéis) – A árvore é uma bignonia e representa o Sambodhi de
Vipasyn um dos Manushi Buddhas e daí a Iluminação de Buddha mesmo.
Cubo de baixo - “O stupa do Parinirvana mostrado aqui tem a peculiaridade de sua
harnika, adornada usualmente com merlões ( intervalo dentado nas ameias de uma fortaleza ), estar acima com parassóis nos quatro cantos e com um quinto mais largo no centro.”
Falsos-capitais - “Os falsos-capitais de cima e do meio estão decorados com dois cavalos sentados, de costas um para o outro. Notar nos arreios as cabeçadas ricamente emplumadas e as barrigueiras enfeitadas com discos. O cavalo que olha para a esquerda é, em ambos os casos, cavalgado por um rei ( notar o turbante ), acompanhado no cavalo da direita pelo vice-rei acima e pela rainha abaixo. No falso-capital de baixo, os cervos substitutos dos cavalos estão arreados mais simplesmente mas ainda sõa cavalgados pelo rei (na frente) e pelo seu upa-raja (vice-rei).” sir John Marshall

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sanchi , portal sul


Sanchi, portal sul, clique na imagem para vê-la ampliada.

Lintel de cima – “No centro Maya, mão esquerda no quadril e uma lótus na direita, em pé numa lótus entre dois Nagas ( Elefantes ) do mesmo modo suportados por lótus abertas em flores, nos oferece uma forma avançada da representação da Natividade. A superfície toda do lintel estácoberta de caules, folhas, brotos e flores de lótus no meio das quais um par de gansos Indianos em cada lado.” Não podemos deixar de comentar que cada ganso olha para um lado e portanto são os famosos dois pássaros dos Upanishads.

Lintel do meio – Das relíquias de Buddha uma parte ficou em posse da tribo Naga (serpentes). “O imperador Asoka faz uma peregrinação piedosa para conquistá-la o que o traz para diante do stupa de Ramagrama onde a encontra, como vemos esculpido, sendo adorada, venerada, por toda a tribo das Nagas-serpentes, que ofereceu uma cortês mais implacável resistência à empreeitada arqueológica imperial. A lenda diz mesmo que eles levaram Aśoka para sua morada subterrânea permitindo-lhe testemunhar as honras com as quais cercavam as relíquias de Buddha ; e o imperador supõe-se concordou que a pompa desta veneração vencia qualquer competição com a humana. Não vemos tudo isto aqui ; mas pelo menos nosso artista mostra, do modo mais claro, as duas tropas rivais distintas convincentemente em cada lado do stupa que é obviamente o interesse deles.”
“Notar :- a) no centro, o estilo do stupa obviamente semelhante ao Stupa 1 de Sanchi. b) à direita, as características das insígnias reais ( turbante, ânfora, abanador; falta o parassol ), a carruagem real e a procissão.Além do bando, o séquito inclui as quatro armas, infantaria, cavalaria, elefantes e carros. c) à esquerda, os quatro Nagas e suas famílias chegam trazendo oferendas rituaisnas mãos, em ânforas ou pratos. O naga masculino apresenta cinco-cabeças cristas, enquanto suas esposas contentam-se com uma cabeça crista ; o mesmo com o empregado (?) inclinado, curvado, na esquerda na frente do stupa ; mas atrás dele um jovem menino – sem dúvida o herdeiro presumido do raja-Naga a quem precede – já tem crista tripla. Dois dos Nagas e suas Nagis ainda estão imersos até a cintura no lago de lótus que é o lar deles, enquanto dois outros com suas ajudantes femininas são vistos inteiros na margem. Por último, o mais próximo do stupa é o rei da tribo (note seu turbante especial ) e o outro em pé em um nível levemente mais baixo, seu vice(rei) ou upa-raja. Isto ajuda a indentificar o grande personagem que segue Asoka na outra extremidade do lintel e cuja estatura e elefante, e as duas bandeiras que o rodeiam, o colocam quase em igualdade de posição com o imperador. Este deve ser também o upa-raja dele e consequentemente a segunda pessoa no império.” John Marshall

Lintel de baixo – Estas criaturas, duendes, yakshas, barrigudos, com cabeça grande e pernas curtas, que fazem brotar da boca e do umbigo a vegetação, que carregam guirlandas e grinaldas, são o espírito mesmo da natureza (afinal estão embaixo) que a tudo dão origem. Como nos Jatakas de Buddha Árvore, em que Buddha é o espírito que habita uma Árvore : se no sexto dia foi criado o ser humano, no terceiro foi criada a vegetação, completa em sua existência.

Sanchi , Stupa Buddhista



Sāňchi, Sanchi, templo Buddhista Hinayana, com quatro portais esculpidos em pedra nos quatro quatros, cantos, pontos cardeais, ao redor do Stupa redondo com relíquias sagradas. Provavelmente um dos oitenta e quatro mil stupas espalhados pelo mundo com as relíquias de Buddha e da Sangha no século III a.C. pelo imperador Asoka. Cada portal é composto de três arquitraves onde são esculpidos temas buddhistas na frente e atrás. As colunas e o resto todo também são esculpidos.
“Originalmente um monte funeral, o stūpa tornou-se símbolo do último grande evento da vida da Buddha, o Parinirvāna. Geralmente o stupa é santuário de relíquias de Buddha e de seus discípulos. Relicários são feitos de ouro, prata, cristal e outros metais preciosos.
Stūpas são memoriais construídos em lugares sagrados singulares. Podem ser feitos de tijolos, tijolos e cascalhos ou pedras, envolvidos em alvenaria ou não, redondos ou ovais na forma. O stūpa representa os três mundos, o mundo das pessoas pela base quadrada (plinto) na qual o stupa descansa cercado por uma balaustrada. O mundo dos Deuses é representada pelo domo, enquanto abóbada celeste ; e o mundo do espaço está indicado pelo parassol elevado em t.
Os três lintéis atravessados no alto, em cima dos portões, e os pilares contam episódios de Buddha, a “antiga boa nova,” a qual nunca é repetida em demasia. Na Índia o mundo é visto consistindo da presença mesma de Deus em Suas múltiplas formas. O divino é entendido como parte componente do ser humano e da natureza, aparente sendo invisível ... como o dígito hum está presente no dois, três, quatro, etc., ou como é frequentemente dito, “Ele é Hum enquanto em Si mesmo, Ele é muitos enquanto em nós.”
(Coomaraswamy, Ananda, Buddha and the Gospel of Buddhism. )

segunda-feira, 7 de junho de 2010

410 Buddha Sakra


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                   ( imagem de Indra  /  Sakra )

410
Fundo na floresta...etc.” - O Mestre contou isto enquanto residia em Jetavana, sobre um certo Irmão de idade. A história era que este Irmão ordenou um noviço, que permaneceu junto dele mas logo morreu de uma doença fatal. O velho homem ficou chorando e lamentando a morte do noviço. Vendo isto, os Irmãos começaram a falar no Salão da Verdade, “Senhores, este velho Irmão está chorando e lamentando a morte do noviço : ele certamente deve ter negligenciado a meditação sobre a morte.” O Mestre veio e escutando o assunto da conversa deles, disse, “Irmãos, esta não é a primeira vez que este homem está chorando pela morte de outro,” e assim ele contou um conto antigo.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva era Sakra. Um certo brahmin rico, vivendo em Benares, deixou o mundo e tornou-se asceta no Himalaia vivendo de catar raízes e frutos na floresta. Um dia, procurando por frutos selvagens, ele viu um filhote de elefante e levou-o para o seu eremitério (hermitage) : fez como se ele fosse seu próprio filho, chamando-o Somadatta e alimentando-o com gramas e folhas. O elefante cresceu até ficar grande : um dia contudo comeu demais e ficou doente por se empanturrar. O asceta o levou para dentro do eremitério e seguiu na busca de frutos : mas antes que voltasse o elefante morreu. Retornando com seus frutos, o asceta pensou, “Nos outros dias minha criança vinha ao meu encontro mas ho-je não veio ; o quê houve com ele ?” Então ele se lamentou falando a primeira estrofe :-

Fundo na floresta ele vinha me encontrar : mas ho-je
Nenhum elefante vejo : onde ele foi ?

Com este lamento, ele viu o elefante no chão no fim do caminho coberto e pegando-o pelo pescoço falou a segunda estrofe do lamento :-

É ele que jaz morto cortado como um broto novo despedaçado ;
Jaz embaixo no chão : ai, meu elefante está morto.

Naquele instante, Sakra, episcopando (olhando ao redor, verificando, surveying) o mundo, pensou, “Este asceta deixou esposa e filhos em troca da religião, e agora ele está chorando por causa de um filhote de elefante ao qual chamava de filho ; vou acordá-lo e fazê-lo pensar,” e então indo até o eremitério permaneceu pousado no ar e falou a terceira estrofe :-

Sofrer pelos mortos torna-se um mal
Para o asceta solitário, liberto dos laços do lar.

Escutando isto, o asceta falou a quarta estrofe :-

Chora a pessoa com companheiro bicho, Ó Sakra
Pois a morte de um amigo encontra nas lágrimas alívio.

Sakra pronunciou duas estrofes, alertando-o :-

Os dispostos a chorar devem mitigar o lamento aos mortos,
Não chores, Ó sábio, é vão chorar, diz a sabedoria.

Se pelas lágrimas vencêssemos a cova,
Então todos juntos unidos salvaríamos nossos queridos.

Escutando as palavras de Sakra, o asceta pensou e se confortou, secando as lágrimas e pronunciou as estrofes restantes em louvor de Sakra :-

Como chama alimentada em ghee ardendo forte
É temperada com água, assim ele temperou minha dor.

Com flecha de sofrimento meu coração estava tristemente machucado :
Ele curou minha ferida e restaurou minha vida.

A farpa extraída, cheio de alegria e paz,
Com as palavras de Sakra cessa meu sofrimento.

Após o conselho ao asceta, Sakra foi para seu próprio lugar.

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O Mestre, após a lição, identificou o Jataka : “Naquele tempo o jovem elefante era o noviço, o asceta o velho Irmão, Sakra era eu mesmo.”