sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

254 Sariputra Corcel






254
Grama e resto de mingau...etc.” - Esta história o Mestre contou em Jetavana sobre o Ancião Sariputra.

Certa vez aconteceu do Buddha passar a estação das chuvas em Savatthi e depois sair em peregrinação de coleta de ofertas. Na sua volta, os habitantes determinaram-se a dar boas-vindas ; e fizeram seus presentes para o Buddha e seus seguidores. Postaram o clérigo acostumado a soar a chamada para a reza, para distribuir os Irmãos entre os que chegavam, de acordo com o número dos que desejavam ajudar.

Havia uma pobre velha mulher, que preparara uma porção. Os Irmãos foram designados, alguns a este doador, outros àquele. Àurora, a pobre mulher veio até o clérigo e disse, “Indiquem-me um Irmão !” Ele respondeu, “Já distribui todos eles ; mas Ancião Sariputra ainda está no mosteiro e você pode dar sua porção a ele.” Com isto ela ficou deliciada e esperou debaixo do portão de Jetavana até que o Ancião saísse. Ela o saudou, pegou a tigela dele da mão e levando-o para a casa dela, ofereceu-o um assento.

Muitas famílias piedosas escutaram um rumor que uma velha mulher havia levado Sariputra para sentar na porta dela. Entre os que escutaram isto, estava o rei Pasenadi de Kosala. Ele imediatamente enviou a ela comidas de todos os tipos, junto com vestimentas e uma bolsa de mil dinheiros, com o pedido, “Que aquela que entretêm o padre, coloque esta roupa, gaste este dinheiro e assim entretenha o Ancião.” Do mesmo jeito que fez o rei, também fez Anatha-pindika, o jovem Anatha-pindika, a irmã leiga Visākhā (uma grande senhora), - todos enviaram o mesmo : outras famílias enviaram cem, duzentos e assim por diante, o quanto seus meios permitiam. Então em um único dia a velha mulher conseguiu a quantia de cem mil dinheiros.

Nosso Ancião bebeu o caldo que ela deu a ele, comeu a comida que ela ofereceu e o arroz que ela cozinhou ; então ele agradeceu a ela e a edificou tanto que ela se converteu. Depois ele voltou para o mosteiro.

No Salão da Verdade, os irmãos discutiram a bondade do Ancião. “Amigo, o Capitão da Fé resgatou uma velha dona de casa da pobreza. Ele foi o esteio dela. A comida que ela ofereceu, ele não desdenhou em comer.”

O Mestre entrou e perguntou o quê eles estavam conversando ali sentados. Eles disseram a ele. E ele replicou, “Esta não é a primeira vez, Irmãos, que Sariputra foi o refúgio desta velha mulher ; nem a primeira vez que ele não desdenhou de comer a comida que ela ofereceu. Ele fez o mesmo antes.” E ele contou um conto do mundo antigo.

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Aconteceu certa vez, quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), que o Bodhisatva nasceu numa família de mercadores da província do Norte. Quinhentas pessoas deste país, comerciantes de cavalos, tinham o costume de levar cavalos para Benares e lá vendê-los. 

Bem, um certo comerciante tomou a estrada para Benares com quinhentos cavalos para vender. Na estrada, não distante de Benares, há uma vila, onde anteriormente vivera um rico mercador. Uma vasta residência antes ele tinha ; mas sua família foi gradualmente deixando de existir no mundo e sobrou somente uma velha mulher, que vivia na casa da família. O comerciante fez sua hospedagem pagando um certo valor, nesta casa e mantinha seus cavalos bem ao lado.

Naquele mesmo dia, abençoado com a sorte, uma égua puro-sangue dele deu a cria. Ele demorou-se dois ou três dias e então tomando seus cavalos consigo, partiu para visitar o rei. Neste momento a velha mulher pediu a ele o pagamento pela estadia na casa.

Tudo certo, mãe, te pagarei,” disse ele.

Quando você me pagar, meu filho,” ela disse então, “tendo me dado este potro, deduza o valor dele do pagamento.” O comerciante fez como ela pediu e seguiu seu caminho. A mulher amava o potro como um filho ; e ela o alimentava com arroz tostado ensopado em caldo de comidas e grama.

Algum tempo depois, o Bodhisatva, no seu caminho com quinhentos cavalos, hospedou-se nesta casa. Mas os cavalos sentiram o cheiro deste potro puro-sangue, que alimentava-se de arroz vermelho temperado e nenhum deles entrou no lugar. Então disse o Bodhisatva para a dama,
Parece que há algum cavalo no lugar, mãe ?”
Oh, meu filho, o único cavalo que há é um jovem potro que mantenho com carinho como se fosse meu filho !”
Onde está ele, mãe ?”
Saiu para pastar.”
Quando ele volta ?”
Oh, ele logo voltará.”

O Bodhisatva manteve os cavalos fora e sentou para esperar até que o potro voltasse ; e logo ele retornou da sua caminhada. Quando ele colocou os olhos no potro fino com sua barriga cheia de arroz temperado, o Bodhisatva notou suas marcas e pensou, “Este é um puro-sangue sem preço ; devo comprá-lo da velha mulher.”

Neste tempo o potro já entrara na casa e em seu próprio estábulo. Neste momento todos os cavalos foram capazes de entrar também.

Lá residiu o Bodhisatva por uns dias e tratava de seus cavalos. Então quando preparava-se para partir, “Mãe,” disse ele para a velha mulher, “deixe-me comprar este teu potro.”

O quê estais dizendo! Não se deve vender o próprio filho adotivo !”
O quê você dá de comer a ele, mãe ?”
Arroz cozido, mingau de arroz e arroz tostado ; caldo de comidas, grama e caldo de arroz para beber.”
Bem, mãe, se eu ficar com ele, o alimentarei com as comidas as mais finas ; quando ele se levantar, terá uma coberta colocada por cobertura ; e darei a ele um tapete para ficar em cima.”
Farias tudo isto, meu filho ? Então leve esta minha criança e vá, e que ele possa ser feliz !”

E o Bodhisatva pagou um preço separado por cada uma das quatro patas do potro, pelo rabo e pela cabeça dele ; seis bolsas de mil dinheiros cada ele deixou, uma para cada parte ; e vestiu a dama em roupa nova e ornou-a com ornamentos e colocou-a em frente ao potro. E o potro abriu seus olhos e olhou para sua mãe e derramou lágrimas. Ela bateu nas costas dele e disse, “Recebi a recompensa pelo que fiz por ti : vá, meu filho !” e assim ele partiu.

Dia seguinte o Bodhisatva pensou que testaria o potro, se ele conhecia seu próprio valor ou não. Então após preparar comida comum, fez com que se jogasse fora o mingau de arroz vermelho [arroz integral] , e deu a ele numa caçamba. Mas esta ele não engolia ; e recusou a tocar qualquer comida. Então o Bodhisatva para testá-lo, pronunciou o primeiro verso:-

Grama e resto de mingau achavas bom
Em tempos anteriores : por quê não comes tua comida ?

Ao escutar isto, o Potro respondeu com os dois outros versos seguintes:-

Quando alguém não conhece o próprio sangue e raça,
Restos de arroz é bom o suficiente e serve à necessidade.

Mas eu sou chefe dos corcéis, como tu sabes ;
Portanto de ti não aceitarei este alimento.

Então respondeu o Bodhisatva, “Fiz isto para testá-lo ; não fique com raiva “ ; e cozinhou comidas finas e deu a ele. Quando chegaram no jardim da corte do rei, colocou os quinhentos cavalos de um lado e do outro uma manta toda bordada e enfeitada, debaixo da qual deitou um tapete, com um dossel, pálio, por cima de tudo ; e aí alojou o potro.

O rei veio ver os cavalos e perguntou por quê este cavalo estava separado.
Ó rei,” foi a resposta, “se este cavalo não for mantido separado, ele faria com que todos se perdessem.”
É ele um belo cavalo ?” o rei perguntou.
Sim, Ó rei.”
Então deixe-me vê-lo marchar.”

O proprietário arreou o cavalo e montou. Então clareou o jardim da corte de pessoas e cavalgou com o cavalo por ele. Todo o lugar apareceu cercado com cavalos em linhas, sem intervalo !!

O Bodhisatva disse, “Veja a velocidade do meu cavalo, Ó rei !” e soltou o freio dele. 

Nenhuma pessoa conseguia vê-lo então !! Então ele amarrou uma folha vermelha nas costas do cavalo ; e eles viam apenas a folha ! Depois cavalgou com ele por cima da superfície de um lago em um certo jardim da cidade. Por cima ele foi e nem mesmo as pontas dos seus cascos se molharam. Novamente, ele galopou por cima de folhas de lótus, sem nem mesmo empurrar uma que fosse delas para dentro d'água.

Quando seu mestre tinha já assim apresentado as andaduras magníficas do seu corcel, ele desmontou, bateu palmas e deixou uma das palmas virada para cima. O cavalo subiu em cima dela e permaneceu na palma da mão do seu mestre, com suas quatro patas fechadas juntas. E o Bodhisatva disse, “Ó poderoso rei ! Nem mesmo todo o círculo do oceano seria espaço suficiente para este cavalo apresentar toda sua habilidade.” O rei ficou tão agraciado que deu a ele a metade do seu reino : o cavalo ele instalou como seu cavalo de estado, aspergindo-o com água cerimonial. Caro e precioso era para o rei e grande honra foi feita a ele ; e seu lugar de moradia foi feito como a câmara em que o rei morava, toda embelezada : o chão aspergido com todos os quatro tipos de perfumes, as paredes com guirlandas de flores penduradas ; em cima no teto um coberta de pano reluzindo com estrelas douradas ; ao redor tudo como um amável pavilhão. Uma lâmpada de óleo de essência queimava sempre ; e no lugar de dormir foi colocado um jarro dourado. Sua comida era sempre própria de um rei. E após ter chegado lá o senhorio de toda a Índia veio para as mãos deste rei. E o rei fez obras boas e ofertas de acordo com os conselhos do Bodhisatva e tornou-se destinado ao paraíso.

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Quando o Mestre terminou este discurso, ele declarou as Verdades e identificou o Jataka : (bem, na conclusão das Verdades muitos entraram no Primeiro Caminho, ou no Segundo, ou no Terceiro) : “Naquele tempo a velha mulher era a mesma, Sariputra era o puro-sangue, Ananda era o rei e o comerciante de cavalos era eu mesmo.”











sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

253 Ricas bebidas e comidas...etc.


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253
Ricas bebidas e comidas...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto residia no santuário de Aggalava, próximo a Alavi, sobre regras para construir celas.

Alguns Irmãos que viviam em Alavi colhiam ofertas em todos os cantos, de materiais de construção de casas as quais faziam para si mesmos. Estavam sempre incutindo e exigindo ; “Dê-nos um pedreiro, dê-nos alguém que sirva de servente,” e assim por diante. 

Todos estavam incomodados com estes pedir e solicitar. Tão incomodados estavam que ao avistarem estes Irmãos, assustavam-se e os enxotavam.

Aconteceu do reverendo padre Mahakassapa entrar em Alavi e atravessar o lugar em coleta de ofertas. O povo logo que viu o Ancião, correu como se fosse um daqueles. Após a hora da refeição, tendo retornado de suas rondas, ele juntou os irmãos e assim se dirigiu a eles : “Certa vez Alavi foi um lugar importante de ofertas ; por quê está tão pobre agora ?” Disseram a ele a razão.

Bem, o Abençoado estava naquele tempo residindo no santuário de Aggalava. Até o Bento foi o Ancião e contou a ele tudo sobre o assunto. O Mestre convocou os Irmãos responsáveis pelo acontecimento. “Soube,” disse ele, “que estais construindo casas e que importunam todos para que ajudem. É vero?” Eles disseram que sim. Então o Mestre os censurou adicionando estas palavras: “Mesmo no mundo das serpentes, Irmãos, pleno como é das sete pedras preciosas, pedir assim é desagradável para as serpentes. Quanto mais para as pessoas, de quem é difícil arranjar um dinheiro tanto quanto um acender de isqueiro!” e ele contou um conto do mundo antigo.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu como filho de um brahmin rico. Quando já tinha idade suficiente para correr por aí, sua mãe deu à luz um outro ser sábio. Ambos os irmãos, quando cresceram, ficaram tão profundamente sentidos com a morte dos pais, que tornaram-se eremitas / anacoretas e moravam em cabanas de folhas que fizeram para si numa curva do rio Ganges. O mais velho habitava mais acima do Ganges e o mais novo mais abaixo do rio.

Um dia, um Rei-Serpente ( seu nome era Manikantha, ou Garganta-de-joia ) deixou seu lugar de residência e tomando a forma de uma pessoa, andava ao longo da margem do rio até que chegou na ermida do irmão mais jovem. Ele saudou o proprietário e sentou em um dos lados. Eles conversavam agradavelmente juntos ; e tão amigos se tornaram, que não conseguiam viver separados. Cada vez mais frequentemente Garganta-de-joia vinha visitar o recluso mais novo e sentava e conversavam ; e quando ele partia, tanto ele amava o homem, que ele deixava a forma e cingia o asceta com as dobras de serpente e assim o abraçava com sua grande crista acima da cabeça dele ; assim ele ficava um pouco até que sua afeição estivesse satisfeita ; então soltava o corpo de seu amigo e despedia-se dele, retornando para sua moradia. Por medo dele, o eremita emagreceu ; tornou-se esquálido, perdeu sua cor, ficando cada vez mais amarelo e as veias saltavam da pele.

Aconteceu um dia dele prestar visita a seu irmão. “O quê, irmão,” disse ele, “te fizeste tão magro ? Como perdeste tua cor ? Por quê estais tão amarelo e tuas veias saltam para fora da pele ?”

O outro contou a ele tudo sobre.

Vamos, me diga,” disse o primeiro, “você gosta que ele venha ou não ?” “Não, não gosto.”
Bem, que ornamento o Rei-Serpente veste quando ele te visita ?”

Uma joia preciosa !”

Muito bem. Quando ele vier novamente, antes que ele tenha tempo de sentar, peça a ele que te dê a joia. Então ele partirá sem te abraçar em suas dobras serpentinas. Dia seguinte permaneça na porta e peça a ele por ela, lá ; e no terceiro dia peça a ele justo quando ele emergir do rio. Ele nunca te visitará novamente.”

O irmão mais jovem prometeu fazer isto e retornou para sua cabana. De manhã, quando a Serpente veio, enquanto ainda estava de pé lá, o eremita gritou, “Me dê sua linda joia !” A Serpente saiu fora correndo sem sentar. No dia seguinte, o eremita ficou na porta e gritou enquanto a Serpente estava vindo - “Não me deste tua linda joia ontem ! Agora ho-je deves me dar !” E a Serpente deslizou para fora sem entrar na cabana. No terceiro dia, o homem gritou justo quando a Serpente emergia d'água - “Este é o terceiro dia que te peço ela : vamos, me dê a joia !” E a Serpente, falando de seu lugar n'água, recusou, nas palavras destas estrofes:-

Plenitude de comida e bebida posso ter com esta joia
Por meio desta joia que anelas :
Pedes muito; a gema não darei ;
Nem novamente enquanto viver te visitarei.

Como rapazes que vigiam com espadas afiadas na mão,
Você me assusta quando pede minha joia,
Pedes muito - a gema não darei,
Nem mais enquanto viver te visitarei.

Com estas palavras, o Rei das Serpentes afundou dentro d'água e foi para seu próprio lugar, nunca mais retornando.

Então o asceta, não vendo mais seu lindo Rei-Serpente novamente, ficou ainda mais magro ; mais esquálido ainda, perdeu sua cor mais que antes e tornou-se mais amarelo com as veias saltando ainda mais grossas da pele !

O irmão mais velho pensou em visitar e ver como seu irmão estava se saindo. Foi até lá e o encontrou ainda mais amarelo do que antes.

Por quê, como aconteceu isto? Pior do que antes !” disse ele.

Seu irmão respondeu, “É porque nunca mais vi o amável Rei das Serpentes !”

Este eremita,” disse o mais velho, escutando a resposta dele, “não pode viver sem o seu Rei-Serpente;” e falou o terceiro verso:-

Não importunes uma pessoa cujo amor prezes,
Pois pedir te faz odioso a seus olhos.
O brahmin pediu a gema da Serpente tão duramente
Que ela desapareceu e nunca mais voltou.

Então ele aconselhou seu irmão a não se atormentar e com este consolo, o deixou e retornou para sua própria ermida. E após isto os dois irmãos cultivaram as Faculdades e as Consecuções e tornaram-se destinados ao céu de Brahma.

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O Mestre adicionou, “Assim, Irmãos, mesmo no mundo das serpentes, onde estão as sete pedras preciosas em abundância, pedir é desagradável para as serpentes : quanto mais para as pessoas!” E após ensinar a eles esta lição, ele identificou o Jataka :- “Naquele tempo, Ananda era o irmão mais jovem e o mais velho era eu mesmo.”


http://www.ancient-buddhist-texts.net/English-Texts/Manimekhalai/index.htm

  Link da história de Manimekhalai em que aparece o mesmo vaso transbordante deste Jataka 


Ananda Coomaraswamy, Yakshas, pg 40 da parte II, MM Publishers, New Delhi, 2001.

Após contar a história de Manimekhalai o autor continua a dissertar sobre o vaso transbordante “… quase toda deidade hindu é dita, em um lugar ou outro, possuir um talismã realizador de desejos, ou uma tigela inexaurível ou joia criadora, ou uma árvore do paraíso que gera todo tipo de tesouro, ou uma vaca realizadora de desejos, ou algum outro tesouro por exemplo a sankha e padma nidhis de Kuvera ; no Mahabharata, o deus do Sol doa a Kunti um prato de cobre de comida inexaurível ; no Jataka 253, um rei serpente possui uma gema preciosa que gera ‘rico e abundante alimento’ à vontade ; Kuvera, no Épico, é dito possuir uma ‘coisa amável’ que ‘doa imortalidade aos mortais fazendo cego enxergar, e restaura a juventude ao que está velho’ ; é guardado em um jarro vigiado por dragões em uma caverna muito difícil de chegar. Temos também o fato geral e muito significante da comida ou bebida dos deuses ( soma, amrta, etc ) sempre ser concebida como contida em ou bebida de um vaso especial, e.g., do copo feito para os deuses por Tvastr. Quando soma é representado na arte, é como um vaso transbordante e precisamente tal vaso repleto ou transbordante ( punnaghata, etc ) é o símbolo mais comum na Índia da abundância e também, como um símbolo das águas no Estilo Planta, é constantemente representado como uma fonte de vegetação.” 

      Daí quando da multiplicação dos pães nos evangelhos de IHS é dito estar a grama verde. Dos cestos da multiplicação brotam pães para cinco mil e para quatro mil pessoas de apenas cinco e quatro pães respectivamente : do cálice das missas todas brota pão para milhões diariamente.  Cinco pães dos sentidos e quatro pães dos elementos ( o equívoco de ouvido, verbo e nome, vista, etc ). 












quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

252 Buddha Professor


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252
Agora me recordo...etc.” - Esta história o Mestre contou em Jetavana sobre um homem irascível. Aprendemos que havia um Irmão que era cheio de amargura. Não importava quão pouco lhe era dito, ele ficava furioso e falava rudemente ; mostrando ira, ódio e desconfiança. No Salão da Verdade os Irmãos discutiam o assunto. “Amigo, como é raivoso e amargo Irmão Tal-e-tal ! Ele vive brigando com todo mundo como sal no fogo. Apesar de ter adotado esta religião pacífica, ainda assim ele não consegue conter sua raiva.” O Mestre escutou isto e enviou um irmão na busca do sujeito em questão. “És realmente irascível como dizem ?” ele perguntou. O homem disse que era. Então o Mestre continuou, “Esta não é a primeira vez, Irmãos, que este homem é irascível. Ele era justo o mesmo antes ;” e contou a eles um conto do mundo antigo.

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Certa vez Brahmadatra o rei de Benares ( Varanasi ) teve um filho chamado Príncipe Brahmadatra. Bem, reis de tempos anteriores, ainda que houvessem professores famosos em sua própria cidade, geralmente enviavam seus filhos para países distantes de modo a completarem sua educação, para que por este meio eles fossem capazes de aprender a por fim ao orgulho e a arrogância, a suportar calor e frio, e a ficarem cônscios dos caminhos do mundo. Assim fez o rei. Chamando este garoto até ele – que estava então com dezesseis anos – deu a ele sandálias sem saltos, um parassol de folhas e mil peças de dinheiro, com estas palavras : Meu filho, vá para Takkasilā ( Taxila ) e lá estude.”

O garoto obedeceu. Ele se despediu dos pais e no curso devido chegou a Takkasila. Lá perguntou pela morada do professor e chegou nela no momento em que o professor tendo acabado a lição, andava para cima e para baixo na porta da casa. Quando o rapaz colocou os olhos no professor, ele soltou as sandálias, fechou o parassol e com uma saudação respeitável permaneceu de pé onde estava. O professor viu que ele estava extenuado e deu boas-vindas ao que chegava. O rapaz comeu e descansou um pouco. Então retornou ao professor e permaneceu respeitosamente diante dele.

De onde você veio ?” ele perguntou.
De Benares.”
Você é filho de quem?”
Sou filho do rei de Benares.”
O quê traz você aqui ?”
Vim para aprender,” respondeu o rapaz.
Bem, você trouxe o pagamento do professor ? Ou você deseja me ajudar em troca da aprendizagem ?”
Trouxe o dinheiro comigo :” e com isto colocou aos pés do professor sua bolsa com mil moedas.

Os pupilos (alunos) residentes ajudavam o professor de dia e à noite ele aprendiam dele : mas aqueles que traziam dinheiro eram tratados como filhos mais velhos na casa e também aprendiam. E este professor, como o resto, ensinava o príncipe todo santo dia. Assim o jovem príncipe foi ensinado.

Bem, um dia ele foi se banhar junto com seu professor. Havia uma velha mulher, que preparara algumas sementes brancas e as espalhara no lado de fora diante dela : lá ela senta, vigiando-as. O jovem vê estas sementes brancas e deseja comê-las ; ele pega a mancheia e as come.

Aquele rapaz lá deve estar faminto,” ela pensou ; mas nada disse e senta em silêncio.

Dia seguinte na mesma hora aconteceu a mesma coisa. Novamente a mulher não disse nada para ele. No terceiro dia, ele fez novamente ; a velha dama então gritou dizendo,
O grande Professor está deixando seus pupilos me roubarem !” e levantando seus braços passou a se lamentar.

O Professor foi até lá atrás. “O que há, senhora ?” ele perguntou.

Mestre, eu estava secando algumas sementes e teu pupilo pegou a mancheia e as comeu ! Ele fez isto ho-je, fez ontem e fez ainda antes de ontem ! Certamente ele vai me comer a casa toda !”

Não chore, senhora : farei como que sejas ressarcida.”

Ah, não quero pagamento, mestre : apenas ensine a teu pupilo a não fazer isto novamente.”

Veja então, senhora,” disse ele ; e fez com que dois rapazes trouxessem o jovem companheiro pelas mãos e bateu nele três vezes nas costas com uma vara de bambu, mandando-o que não fizesse aquilo novamente.

O príncipe ficou irado com o professor. Com olhar cheio de sangue, o contemplou dos pés à cabeça. O professor observou como ele estava irado e como olhou para ele.

O jovem dedicou-se a seu trabalho e terminou seus cursos. Mas a ofensa ele guardou escondida no coração, determinado a matar seu professor. Quando chegou o tempo dele ir embora, disse a ele, Ó Professor, quando eu receber o reino de Benares, mandarei te chamar. Então venha até mim, te peço.” E assim ele arrancou uma promessa com mais afecção ainda.

Ele voltou para Benares, visitou seus pais e deu provas do quê aprendera. Disse o rei, “Estou vivo para ver meu filho novamente e enquanto ainda estou vivo, verei a magnificência de sua legislatura.” E assim fez seu filho rei no seu lugar.

Quando o príncipe gozava do esplendor da realeza, lembrou-se do seu rancor e cólera levantou-se dentro dele. “Darei morte àquele sujeito !” ele pensou e mandou um mensageiro buscar seu professor.

Nunca serei capaz de apaziguá-lo enquanto ele é jovem,” pensou o professor ; e assim não foi. Mas quando o tempo da legislatura do príncipe estava na metade, pensou que poderia apaziguá-lo então ; e ele foi e permaneceu à porta do rei, mandando dizer que o professor de Takkasilā tinha chegado. O rei ficou feliz e fez com que o brahmin fosse introduzido. Sua ira então levantou-se e seus olhos ficaram vermelhos de sangue. Ele acenou para aqueles ao seu redor. “Ah, o lugar em que meu professor me bateu ainda dói ho-je ! Ele veio aqui com a morte escrita na testa, para morrer ! Ho-je a vida dele deve terminar !” e repetiu os primeiros dois versos :-

Agora me recordo, por poucas sementes, em dias atrás
Você me segurou pelos braços e me deu chicotadas dolorosas
Brahmin, amas a morte, nada temes
Por me segurar e me bater e agora aventurar-se aqui ?

Assim ele o ameaçava de morte . Depois que escutou, o professor pronunciou o terceiro verso :-

O bem nutrido costuma por fim a tapas mal nutridos -
Isto é correta disciplina, não ira: o sábio saboreia isto tudo.

Assim, grande rei, entenda isto você mesmo. Saiba que esta não é causa justa de cólera. Na realidade se não tivesses aprendido esta lição comigo, terias continuado apanhando bolos e doces, frutos e semelhantes, até te tornares ganancioso devido a estes gestos de furto ; então lentamente serias levado a assaltar casas, roubar nas estradas e assassinar nas cidades ; no fim, serias apanhado em flagrante e acusado diante do rei como inimigo público e ladrão ; e temerias punição pública, quando o rei dissesse, 'Levem este homem e o punam de acordo com seus crimes.' De onde pode ter vindo toda esta prosperidade que agora gozas ? Não foi através de mim que atingiste tal magnificência ?”

Assim o professor falou com o rei. E os cortesãos, que estavam ao redor, disseram quando escutaram esta fala, “É verdade, meu senhor, toda sua magnificência realmente pertence a teu professor !”

No mesmo momento o rei reconheceu a bondade de seu professor e disse a ele, Todo meu poder eu ofereço a você, meu professor ! Receba o reino !”

Mas o outro recusou, dizendo, “Não, meu senhor rei ; não tenho nenhum desejo pelo reino.”
E o rei mandou chamar a esposa e a família do professor em Takkasilā ; deu a ele grande poder e o fez sacerdote real ; tratando-o como um pai e obedecendo seus conselhos ; e após dar presentes e fazer obras boas tornou-se destinado ao paraíso.

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Quando o Mestre terminou este discurso, declarou as Verdades :- na conclusão das Verdades o irmão irascível atingiu o Fruto do Terceiro Caminho e muitos outros entraram no Primeiro, ou no Segundo ou Terceiro : - “Naquele tempo o Irmão irascível era o rei ; mas o Professor era eu mesmo.”













segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

251 Buddha Eremita


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251
Nenhum arqueiro...etc.” - Esta história o Mestre contou em Jetavana sobre um Irmão relapso.

Um jovem nobre, vivendo em Savatthi, emprestou seus ouvidos à doutrina dos Tesouros (Buddha, Dharma, Sangha – as três jóias) e abraçou a vida religiosa. Mas um dia, quando fazia suas rondas em Savatthi, aconteceu d'ele ver uma mulher vestida em roupas bonitas. Paixão brotou no coração dele ; e ele ficou desconsolado. Quando seus professores, conselheiros e amigos o viram deste jeito, disseram um ao outro, “Meu amigo, o Mestre pode remover os pecados daqueles que estão atormentados pela luxúria e semelhantes, e declarando as Verdades, os traz ao gozo da fruição da santidade. Vamos, levemo-lo ao Mestre.” Assim ao Mestre eles o levaram. Disse ele, “Por quê vocês me trazem este jovem contra a vontade dele, Irmãos ?” Eles disseram a ele a razão. “É vero,” ele perguntou, “que és relapso, como eles dizem?” Ele assentiu. O Mestre perguntou a razão e eles contaram o quê acontecera. Disse ele, “Ó Irmão, aconteceu antes destas mulheres serem a causa de impureza brotar mesmo em seres puros cujos pecados foram sustados pelo poder do ênstase. Por quê não seriam contaminados homens comuns como você quando contaminação atinge até o puro ? Mesmo homens da mais alta reputação caíram em desonra ; quanto mais os não purificados ! Não deve o vento que balança o Monte Sineru também agitar um monte de folhas ? Este pecado atormentou mesmo o Buddha iluminado, sentado em seu trono, e não deve atormentar alguém como tu ?” e ao pedido deles, ele contou um conto do mundo antigo.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu em uma grande família brahmin, que tinha riquezas que amontoavam a oitocentos milhões de dinheiros. Ele cresceu e recebeu sua educação em Takkasilā ( Taxila ) e retornou a Benares. Lá ele casou com uma esposa e com a morte de seus pais, realizou as exéquias. 

Então, enquanto inspecionava seu tesouro, refletiu - “O tesouro está ainda aqui mas aqueles que o juntaram não mais estão !” Ele foi tomado de dor e o suor escorria de seu corpo.

Ele viveu um longo tempo em casa e doou muito em ofertas ; ele dominou suas paixões, então ele deixou seus amigos chorando e foi para os Himalaias, onde construiu uma cabana em um lugar aprazível e viva de frutos e raízes da floresta, que achava nos seus passeios para cá e para lá. Logo cultivava as Faculdades e as Consecuções e vivia assim na benção da alegre meditação.

Então um pensamento surgiu nele. Ele iria para entre os humanos comprar sal e temperos ; assim seu corpo cresceria forte e ele vagaria por lá a pé. “Todos que fizerem ofertas a um homem virtuoso como eu,” ele pensou, “e me saudarem com respeito, preencherão as regiões celestes.” Assim ele desceu do Himalaia e logo logo, já que caminhava a passos largos para frente, chegou em Benares no momento do crepúsculo. Ele procura ao redor um lugar para ficar e vê o parque real. “Aqui,” disse ele, “é um lugar adequado de isolamento ; aqui vou residir.” E ele entra no parque e senta no pé de uma árvore e passa a noite na alegria da meditação.

Dia seguinte de manhã, depois das necessidades corporais e ajustado seu cabelo em pregas, sua pele e hábitos de casca de árvore, tomou sua tigela de ofertas ; todos seus sentidos estavam quietos, seu orgulho calmo, comportava-se com nobreza, não olhando mais que uma distância de arado diante de si ; devido a glória de sua aparência, que era perfeita em todos os sentidos, ele trouxe para si os olhos do mundo. Deste jeito entrou na cidade e colhia ofertas de porta em porta, até chegar no palácio do rei.

Bem, o rei estava no seu terraço, andando para cá e para lá. Ele viu o Bodhisatva através de uma janela. Ele estava agraciado com a postura dele ; “Se,” ele pensou, “existe tal coisa como quietude perfeita, deve se encontrar neste homem .” Então enviou um de seus cortesãos, mandando que buscasse o asceta. O homem alcançou-o com uma saudação e pegou a tigela de ofertas dele dizendo, “O rei te chama, Senhor.”

Nobre amigo,” respondeu o Bodhisatva, “o rei não me conhece !”

Então, Senhor, por favor permaneça aqui até qu'eu retorne.” E ele contou ao rei o quê o mendicante dissera. Disse o rei, Nós não temos padre confessor : vá, busque-o;” e no mesmo momento ele acenou pela janela, chamando-o - “Aqui, venha, Senhor !” 

O Bodhisatva ofereceu sua tigela de ofertas ao cortesão e subiu para o terraço. O rei então o saudou e o colocou no assento real e ofereceu a ele todas as comidas e carnes preparadas para ele mesmo. Quando já tinha se alimentado, ele colocou algumas questões para ele ; e as respostas que foram dadas agradavam-no cada vez mais e mais, de modo que com uma palavra de respeito, perguntou,
Bom Senhor, onde vives ? Vieste de onde para cá ?”

Moro no Himalaia, poderoso rei, e do Himalaia eu vim.”

O rei perguntou, “Por quê ?”

Na estação das chuvas, Ó rei, devemos buscar uma residência fixa.”

Então,” o rei disse, “more aqui no meu parque real, não te faltará as quatro coisas necessárias ; devo adquirir mérito que leve ao céu.”

Promessa foi feita ; e tendo feito o desjejum, foi com o Bodhisatva para o parque e fez com que fosse construída uma cabana de folhas lá. Um caminho coberto foi preparado e todos os lugares para se viver noite e dia. Todos os móveis e requisitos para uma vida de anchorita foram trazidos e dizendo a ele que ficasse confortável, deixou o guardião do parque encarregado dele.

Por doze anos após isto, o Bodhisatva teve sua morada neste lugar.

Uma vez aconteceu de um distrito da fronteira levantar-se em rebelião. O rei desejou ele mesmo ir lá acalmar as coisas. Chamando sua rainha, ele disse - “Senhora, ou eu ou você devemos ficar na retaguarda.”
Por quê dizes isto, meu senhor ?” ela perguntou.
Pelo bem do bom asceta.”
Não vou negligenciá-lo,” ela disse. “Seja minha a tarefa de cuidar do pai santo ; você pode ir sem ansiedade.”

Então o rei partiu ; e a rainha cuidava atentamente pelo Bodhisatva.

Bem, o rei se fora ; na estação determinada o Bodhisatva veio. Quando ele queria, ele vinha ao palácio e fazia sua refeição lá. Um dia, ele se atrasou muito tempo. A rainha tinha preparado toda a comida dele ; ela se banhou e se adornou e preparou um assento baixo ; com uma roupa leve largada por cima de si, ela se reclinou, esperando o Bodhisatva chegar. Bem o Bodhisatva notou a hora do dia ; pegou sua tigela de ofertas e passando através dos ares, chegou na grande janela. Ela escutou o roçar das roupas de casca de árvore dele e quando ela se levantou apressada, seu vestido amarelo escorregou. O Bodhisatva deixou esta visão incomum penetrar seus sentidos e olhou para ela com desejo.

 Então a má paixão que estava acalmada pelo poder do ênstase, levantou-se como uma cobra que levanta sua cabeça, da cesta na qual está guardada : ele ficou como uma árvore leitosa atingida por machado. Enquanto sua paixão ganhava força, sua calma enstática cedia, seus sentidos perdiam pureza ; ele ficou como se fosse um corvo com asa quebrada.

 Não podia mais sentar como antes e fazer a refeição ; nem mesmo ela pedindo que ele sentasse, pode ele fazer a refeição. Então a rainha colocou toda a comida junta na tigela de ofertas ; mas naquele dia ele não pode fazer como estava acostumado a fazer após a refeição e sair fora pela janela pelos ares ; pegando a comida ele desceu pela grande escadaria e daí foi para o bosque.

Quando chegou lá, não podia comer nada. Ele colocou a comida aos pés do banco, murmurando, “Que mulher! Mãos amáveis, pés amáveis ! Que cintura, que coxas !” e assim por diante. Assim ele ficou, prostrado, por sete dias. A comida estragou e ficou coberta por um enxame de moscas pretas.

Então o rei voltou, tendo colocado ordem na fronteira. A cidade estava toda decorada ; ele a rodeou em procissão solene, mantendo-a sempre a sua direita e depois foi para o palácio. Em seguida foi ao bosque, desejando ver o Bodhisatva. Ele percebe a sujeira e o lixo ao redor do eremitério e pensando que ele se fora, empurrou a porta da cabana e entrou. Lá jazia o eremita (anacoreta). “Ele deve estar doente,” pensou o rei. Fez com que se jogasse fora a comida estragada e se colocasse em ordem a cabana e depois perguntou,
Qual é o problema, Senhor ?”
Senhor, estou ferido !”

Então o rei pensou, “Suponho que meus inimigos devem ter feito isto. Não tiveram nenhuma chance comigo e resolveram atingir a quem amo.” Então o vira, procurando pela ferida ; mas não encontrou nenhuma. Perguntou, “Em qual lugar, Senhor ?”

Ninguém me feriu,” respondeu o Bodhisatva, “eu sozinho machuquei meu próprio coração.” E ele se levanta, senta numa cadeira e repete os versos seguintes:

Nenhum arqueiro armou flecha aos ouvidos
Para fazer esta ferida: nenhuma flecha com pena há aqui
Tirada de uma asa de pavão, e armada delicadamente
Por flecheiros habilidosos: - é meu coração,

Uma vez limpo da paixão por firme vontade minha,
E arguta inteligência, que através do desejo
Fez a ferida que quase me mata,
E me queima em todos os membros como fogo.

Não vejo ferida por onde possa sair o sangue :
A loucura do meu próprio coração é que me perfura assim.

Assim o Bodhisatva explicou o assunto ao rei nestas três estrofes. Fez depois o rei se retirar da cabana e induziu o transe místico ; e recobrou seu ênstase interrompido. Deixou a cabana e pousado no ar, exortou o rei. Após isto ele declarou que subiria para o Himalaia. O rei o tentou dissuadí-lo mas ele disse,
Ó rei, veja em que estado humilhante fiquei enquanto morei aqui ! Não posso permanecer.” E apesar do rei rogar que ficasse, ele se elevou nos ares e partiu para o Himalaia, onde morou em sua longa vida e então foi para o mundo de Brahma.

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Quando o Mestre terminou este discurso, declarou as Verdades e identificou o Jataka :- nas conclusões das Verdades o Irmão relapso tornou-se santo e alguns entraram no Primeiro Caminho, alguns no Segundo e alguns no Terceiro:- “Ānanda era o rei e eu o eremita.”