segunda-feira, 7 de junho de 2010

410 Buddha Sakra


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                   ( imagem de Indra  /  Sakra )

410
Fundo na floresta...etc.” - O Mestre contou isto enquanto residia em Jetavana, sobre um certo Irmão de idade. A história era que este Irmão ordenou um noviço, que permaneceu junto dele mas logo morreu de uma doença fatal. O velho homem ficou chorando e lamentando a morte do noviço. Vendo isto, os Irmãos começaram a falar no Salão da Verdade, “Senhores, este velho Irmão está chorando e lamentando a morte do noviço : ele certamente deve ter negligenciado a meditação sobre a morte.” O Mestre veio e escutando o assunto da conversa deles, disse, “Irmãos, esta não é a primeira vez que este homem está chorando pela morte de outro,” e assim ele contou um conto antigo.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva era Sakra. Um certo brahmin rico, vivendo em Benares, deixou o mundo e tornou-se asceta no Himalaia vivendo de catar raízes e frutos na floresta. Um dia, procurando por frutos selvagens, ele viu um filhote de elefante e levou-o para o seu eremitério (hermitage) : fez como se ele fosse seu próprio filho, chamando-o Somadatta e alimentando-o com gramas e folhas. O elefante cresceu até ficar grande : um dia contudo comeu demais e ficou doente por se empanturrar. O asceta o levou para dentro do eremitério e seguiu na busca de frutos : mas antes que voltasse o elefante morreu. Retornando com seus frutos, o asceta pensou, “Nos outros dias minha criança vinha ao meu encontro mas ho-je não veio ; o quê houve com ele ?” Então ele se lamentou falando a primeira estrofe :-

Fundo na floresta ele vinha me encontrar : mas ho-je
Nenhum elefante vejo : onde ele foi ?

Com este lamento, ele viu o elefante no chão no fim do caminho coberto e pegando-o pelo pescoço falou a segunda estrofe do lamento :-

É ele que jaz morto cortado como um broto novo despedaçado ;
Jaz embaixo no chão : ai, meu elefante está morto.

Naquele instante, Sakra, episcopando (olhando ao redor, verificando, surveying) o mundo, pensou, “Este asceta deixou esposa e filhos em troca da religião, e agora ele está chorando por causa de um filhote de elefante ao qual chamava de filho ; vou acordá-lo e fazê-lo pensar,” e então indo até o eremitério permaneceu pousado no ar e falou a terceira estrofe :-

Sofrer pelos mortos torna-se um mal
Para o asceta solitário, liberto dos laços do lar.

Escutando isto, o asceta falou a quarta estrofe :-

Chora a pessoa com companheiro bicho, Ó Sakra
Pois a morte de um amigo encontra nas lágrimas alívio.

Sakra pronunciou duas estrofes, alertando-o :-

Os dispostos a chorar devem mitigar o lamento aos mortos,
Não chores, Ó sábio, é vão chorar, diz a sabedoria.

Se pelas lágrimas vencêssemos a cova,
Então todos juntos unidos salvaríamos nossos queridos.

Escutando as palavras de Sakra, o asceta pensou e se confortou, secando as lágrimas e pronunciou as estrofes restantes em louvor de Sakra :-

Como chama alimentada em ghee ardendo forte
É temperada com água, assim ele temperou minha dor.

Com flecha de sofrimento meu coração estava tristemente machucado :
Ele curou minha ferida e restaurou minha vida.

A farpa extraída, cheio de alegria e paz,
Com as palavras de Sakra cessa meu sofrimento.

Após o conselho ao asceta, Sakra foi para seu próprio lugar.

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O Mestre, após a lição, identificou o Jataka : “Naquele tempo o jovem elefante era o noviço, o asceta o velho Irmão, Sakra era eu mesmo.”

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