segunda-feira, 1 de março de 2010

398 Buddha Pobre



398
“O Rei envia-te,” etc.- O Mestre contou esta história quando residia em Jetavana, relativa a um Irmão que amparava a mãe. A ocasião aparecerá no Sāma Jātaka número 540.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva nasceu em uma família de um pai de família pobre : chamaram-no Sutana. Quando ele cresceu ganhava salários e sustentava seus pais: quando seu pai morreu, amparava a mãe. O rei daqueles dias gostava de caçar. Um dia ele entrou com um grande cortejo na floresta dois ou três quilômetros, e fez uma proclamação (para todos), “Se um cervo escapar no posto de algum homem, este homem pagará uma multa no valor do cervo.” Os ministros tendo feito uma cabana camuflada do lado da estrada principal deram-na ao rei. Os cervos levantaram-se com o grito dos homens que circundaram suas tocas e um antílope veio para o posto do rei. O rei pensou, “Vou acertá-lo,” e soltou uma flecha. O animal, que sabia de truques, viu que a flecha vinham do seu lado, girando, caiu como que ferido pela flecha. O rei pensou, “Acertei-o,” e correu para pegá-lo. O cervo levantou-se e fugiu como um vento. Os ministros do resto do cortejo zombaram do rei. Ele perseguiu o cervo e quando este estava cansado, ele o cortou em dois com sua espada : segurando as peças em um pau ele veio como se carregando um poste e dizendo, “Descansarei um pouco,” dirigiu-se para perto de uma árvore banian do lado da estrada e deitando dormiu. Um yaksha chamado Makhādeva havia renascido naquele banian e obtido de Vessavana ( rei dos yakshas ) todo ser vivo que vinha até ele, como sua comida. Quando o rei levantou-se ele disse, “Pare, você é minha comida,” e pegou-o pela mão. “Quem é você?” disse o rei. “Sou um yaksha aqui nascido, tomo toda pessoa que vem aqui, é minha comida.” O rei, tendo bom coração, perguntou, “Você comerá só ho-je ou habitualmente?” “Habitualmente comerei o quê tiver.” “Então coma este cervo ho-je e deixe-me ir; a partir d’a-manhã mandarei uma pessoa com um prato de arroz todo dia.” “Cuidado então: no dia que ninguém for enviado, comerei você.” “Sou rei de Benares: não há nada qu’eu não possa fazer.” O yaksha aceitou a promessa e deixou ele ir. Quando o rei veio para a cidade, contou o caso para um ministro e perguntou o que devia ser feito. “Foi fixado um limite de tempo, Ó rei?” “Não.” “Isto foi errado enquanto te afeta: mas não liga, tem muita gente na cadeia.” “Então administre este caso, e dê-me vida.” O ministro concordou, e tirando uma pessoa da prisão todo dia enviou-os ao yaksha com um prato de arroz , sem contar nada. O yaksha comia ambos, arroz e gente. Depois de um tempo a cadeia ficou vazia. O rei sem encontrar ninguém para carregar o arroz tremia de medo de morrer. O ministro confortando-o disse, “Ó rei, desejo de riqueza é mais forte que o desejo da vida: vamos colocar um pacote com mil moedas nas costas de um elefante e proclamar aos tambores, ‘Quem pegará o arroz e levará ao yaksha e tomará esta riqueza?’” e ele assim o fez. O Bodhisatva pensou, “Tenho centavos e meios centavos de salários, dificilmente consigo amparar minha mãe: tomarei esta riqueza e darei a ela, e então irei para o yaksha : s’eu levar a melhor sobre ele, bom, se não, ela viverá confortavelmente”: e assim ele falou com sua mãe, mas ela disse, “Tenho o suficiente,querido, não necessito de riquezas,” e assim o proibiu duas vezes; mas na terceira vez sem pedir a ela, ele disse, “Senhores, tragam-me as mil moedas, levarei o arroz.” Assim ele deu à mãe as mil moedas e disse, “Não te atormentes [to fret], querida; dominarei o yaksha e darei felicidade ao povo : voltarei e farei tua face chorosa sorrir,” e então saudando-a foi até o rei com os homens do rei, e saudando-o lá ficou. O rei disse, “Meu bom homem, levarás o arroz?” “Sim, ó rei.” “O quê deves levar contigo?” “Suas sandálias douradas, ó rei.” “Por quê?” “Ó rei, aquele yaksha toma para comer as pessoas que estão no chão ao pé da árvore : estarei nas sandálias não no chão dele.” “Alguma coisa a mais?” “Seu parassol, ó rei.” “Por quê?” “Ó rei, o yaksha toma para comer as pessoas que estão na sombra de sua árvore : estarei na sombra do parassol não na da árvore dele.” “Algo mais?” “Sua espada, ó rei.” “Com qual propósito?” “Ó rei, mesmo os duendes temem aqueles com armas em suas mãos.” “Algo mais?” “Sua tigela dourada, Ó rei, cheia do teu próprio arroz.” “Por quê, bom homem?” “Não cai bem para um sábio como eu, levar comida estragada numa tigela de barro.” O rei consentiu e enviou oficiais que lhe dessem tudo que pediu. O Bodhisatva disse, “Não tema, Ó grande rei, voltarei ainda ho-je tendo dominado o yaksha e fazendo-te feliz,” e assim tomando as coisas necessárias e indo para o lugar, colocou pessoas não distantes d'árvore, calçou as sandálias douradas, cingiu a espada, colocou o parassol na cabeça, e levando arroz numa tigela dourada foi para o yaksha. O yaksha olhando a estrada viu-o e pensou, “Este homem não vem como os que vieram nos outros dias, qual a razão?” O Bodhisatva aproximando-se da árvore esticou a tigela de arroz na sombra com a ponta da espada, e estando perto da sombra falou esta estrofe:-

O rei envia-te arroz preparado e temperado com carne:
Se Makhādeva está em casa, que saia e coma !

Escutando o yaksha pensou, “O enganarei e o comerei quando entrar na sombra,” e assim falou a segunda estrofe:-

Venha p’ra dentro, jovem, com tua temperada comida,
Os dois, você e ela, jovem, são bons de comer.

Então o Bodhisatva falou duas estrofes:-

Yaksha, perdes uma coisa grande por uma pequena,
As pessoas temendo a morte não trarão comida alguma.
Você terá um bom suprimento de comida,

Pura e doce e cheirosa à tua mente :
Mas uma pessoa para trazê-la aqui,
Se me comeres, vai ser difícil descobrir.

O yaksha pensou, “O jovem fala em bom senso,” e estando inclinado ao bem falou duas estrofes:-

Jovem Sutana, meus interesses estão claros mostrados por ti :
Visite tua mãe então, em paz, tens permissão de ir.

Leve espada, parassol e tigela, jovem, e siga teus caminhos,
Visite feliz tua mãe e traga a ela dias felizes.

Escutando as palavras do yaksha, o Bodhisatva ficou contente, e pensando, “Minha tarefa está completa, o yaksha dominado, mais riquezas ganhas e a palavra do rei guardada,” e assim agradecendo ao yaksha falou a estrofe final:-

Com todos teus parentes e familiares, yaksha, possas ser retamente feliz:
A vontade do rei foi realizada, e riquezas ganhei.

Assim advertiu o yaksha, dizendo, “Amigo, fizestes más ações antes, fostes cruel e duro, comes a carne e o sangue dos outros pois nascestes yaksha : de agora em diante não mates nem faças coisas semelhantes:” Então falando das bênçãos da virtude e da miséria do vício, estabeleceu o yaksha nas cinco virtudes : então disse, “Por quê morar na floresta? Venha, te colocarei no portão da cidade e terás o melhor arroz.” Assim ele foi com o yaksha, fazendo-o carregar a espada e outras coisas, e vieram para Benares. O rei com seus ministros saíram fora para encontrar o Bodhisatva, estabeleceu o yaksha no portão da cidade e fê-lo receber o melhor arroz : então ele entrou na cidade, proclamando aos tambores e clamando por assembléia do povo falou em louvor do Bodhisatva e deu-lhe o comando do exército : ele mesmo estabelecendo-se no aprendizado do Bodhisatva, fez boas ações e caridade e outras virtudes, e tornou-se fadado ao céu.

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Após a lição, o Mestre declarou as Verdades, e identificou o Jātaka:- Depois das Verdades, o Irmão que amparava sua mãe foi estabelecido na fruição do Primeiro Caminho:- “Naqueles dias o Yaksha era Angulimalā, o rei Ānanda, o jovem eu mesmo.”



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