quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

13 "Maldito o dardo do amor...".




   ( Imagem de Rajagaha atualmente )

13
Maldito o dardo do amor, etc” – Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana sobre a tentação causada aos Irmãos pelas esposas na vida mundana. Será relatada no Jātaka 423 (é a história do monge que queria voltar para casa, para o carro de boi, para a esposa e para os filhos, que reaparece também nos Jātakas 145, 318, 386 ). Disse Bento ao Irmão, “Irmão, foi por causa desta mulher mesma que em dias passados encontraste a morte e foste torrado em brasas incandescentes.” Os Irmãos pediram ao Abençoado que contasse a história. Bento tornou claro o que deles escondia-se pelo re-nascer.
(De agora em diante omitiremos as palavras relativas ao pedido dos Irmãos por explicações e para tornar claro o que escondia-se pelo re-nascer; e diremos apenas “contou esta história do passado.” Quando apenas isto é dito, todo o resto é suposto e repete-se como acima, - o pedido, semelhante a lua que liberta-se de nuvens, e tornando claro o que escondia-se pelo re-nascer.)

-------------------------

Certa vez no reino de Magadha o rei reinava em Rājagaha, e quando os frutos estavam maduros os cervos eram expostos a grande perigo, de modo que retiravam-se para a floresta. Bem, um certo cervo da montanha na floresta, ligou-se a uma cerva que aproximava-se de uma vila, foi movido por seu amor a ela, a acompanhá-la enquanto os cervos retornavam para a casa saindo da floresta. Ela disse, “Você, senhor, é apenas um simples cervo da floresta, e a vizinhança das cidades está cheia de perigos e armadilhas. Então não desça conosco.” Mas ele por causa do grande amor a ela não permaneceria, mas foi com ela.
Sabendo que era tempo dos cervos descerem das montanhas (por causa dos frutos maduros), o povo de Magadha colocou-se de emboscada na estrada; e um caçador estendia-se no caminho a espera justo aonde o par viajava. Sentindo o cheiro de gente, a jovem cerva suspeitando de que havia caçador de emboscada, e deixando o cervo ir na frente, seguia a uma certa distância. Com uma única flecha o caçador fez o cervo cair, e a cerva vendo-o atingido fugiu como o vento. Então o caçador saiu de seu esconderijo e tirou a pele do cervo e acendendo um fogo cozinhou na brasa a doce carne . Tendo comido e bebido, levou para casa o que sobrou da carcaça sangrenta pendurado no cajado para regalo das crianças.
Bem, naqueles dias a Bodhisatva era uma fada que morava naquele mesmo bosque de árvores, e notou o que ocorrera. “Não foi nem pai nem mãe mas paixão apenas que destruiu este cervo tolo. Causar a morte de outro é contado como infâmia neste mundo; infame também é a terra submissa ao vai e vem da paixão; e infames os homens que se entregam a domínio da paixão.” E com isso, enquanto as outras fadas do bosque aplaudiam e ofereciam perfumes e flores e semelhantes em homenagem, a Bodhisatva reunia as três infâmias em uma única estrofe, e fez o bosque ecoar em doces tons enquanto ensinava a verdade nestas linhas:-

Maldito o dardo do amor que leva os homens à dor!
Maldita a terra em que a paixão rege suprema!
E maldito o tolo que se curva ao vai vem da paixão!

Assim em uma única estrofe foram reunidas as três infâmias pelo Bodhisatva e o bosque ecoou enquanto ensinava a Verdade com toda a mestria e graça de um Buddha.

----------------------

A lição terminada, o Mestre pregou as Quatro Verdades, ao final das quais o Irmão apaixonado foi estabelecido no Fruto do Primeiro Caminho. Tendo contado as duas histórias, o Mestre mostrou a conexão juntando as duas, e identificou o Jātaka.
(De agora em diante, omitiremos as palavras ‘Tendo contado as duas histórias,’ e simplesmente diremos ‘mostrou a conexão...;’ as palavras omitidas são para serem supostas como acima.)
“Naqueles dias,” disse o Mestre, “o apaixonado Irmão era o cervo da montanha; sua esposa do mundo era a jovem cerva, e eu mesmo era a fada que pregou a Verdade mostrando o erro da paixão.”

Nenhum comentário: