quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

35 Buddha Codorna : o Ato de Verdade.




35
Com asas que não voam...etc.” – Esta história foi contada pelo Mestre, enquanto em coleta de ofertas por Magadha, sobre um fogo que corria na floresta. Certa vez o Mestre, enquanto em coleta de oferta por Magadha, de manhã entrou no campo daquela cidade na coleta; na volta, depois de ter comido, voltou seguido da companhia dos Irmãos. Justo então pegou fogo e grande. Haviam numerosos Irmãos à frente do Meste e atrás. E veio o fogo, espalhando-se largo e rápido, até que era tudo um lençol de chama e fumaça. Aí, alguns Irmãos inconversos foram tomados do pânico da morte. “Vamos fazer um fogo contra,” eles gritaram; “e então o fogo grande não se espalhará no chão já queimado.” E, com esta visão, passaram a acender um fogo com seus paus de fazer fogo.

Mas outros disseram, “O quê que é isto que vocês fazem, Irmãos? Vocês são como aqueles que não notam a lua no meio do céu, ou a órbita do sol com miríades de raios no leste, ou o mar em cujas praias estão, ou Monte Sineru, elevando-se diante dos olhos,- quando, viajando na companhia daquele que é incomparável entre os devas e gentes, ambos, vocês nem pensam no Buddha Todo Iluminado mas gritam, ‘Façamos um fogo!’ Não conhecem vocês o poder do Buddha! Venham, vamos ao Mestre.” Então, reunindo-se à frente e às costas, os Irmãos cercaram o Senhor da Sabedoria. Em determinado lugar o Mestre parou, com esta poderosa reunião de Irmãos ao redor. E as chamas rolavam, rugindo como se fosse devorá-los. Mas quando elas aproximaram-se do lugar em que o Buddha parou, elas não aproximaram mais que dezesseis distâncias, e lá e então apagou, - como uma tocha colocada na água. Não tinha poder para espalhar num espaço de trinta e duas distâncias em diâmetro.

Os Irmãos explodiram em louvores ao Mestre, dizendo, “Oh! Como são grandes as virtudes de um Buddha! Pois, mesmo este fogo, apesar de sem senso, não pode espalhar-se pelo lugar onde um Buddha está, mas apagou-se como uma tocha na água. Oh! Como são maravilhosos os poderes de um Buddha!”

Escutando as palavras deles, o Mestre disse, “Não é poder presente meu, Irmãos, que faz este fogo afastar-se de alcançar este lugar no chão. É o poder de um anterior ‘Ato de Verdade’ meu. Pois neste lugar nenhum fogo queimará por todo um aéon inteiro, - o milagre sendo um daqueles que dura um éon.” (Cf. Jātaka 20 do macaco com canudinho).

Então o Ancião Ānanda dobrou um manto em quatro e espalhou para o Mestre sentar. O Mestre tomou seu lugar. Inclinando-se diante do Buddha que sentava de perna cruzada lá, os Irmãos também sentaram ao redor dele. Então eles perguntaram a ele, dizendo, “Só o presente nos é conhecido, senhor; o passado, escondido. Fazei-o conhecido.” E, ao pedido deles, contou uma história do passado.

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Certa vez neste mesmo lugar em Magadha, foi como codorna que novamente o Bodhisatva veio à vida. Quebrando a casca para sair fora da concha do ovo em que nascia, tornou-se uma jovem codorna, larga como uma bola grande. E seus pais o mantiveram no ninho, enquanto o alimentavam com comida que traziam no bico. Nele mesmo não tinha forças para abrir espalhar as asas e voar pelos ares, ou levantar a pata e andar no chão. Ano após ano aquele lugar era devastado por incêndio florestal; e foi justo desta vez que as chamas se espalharam nela com um rugido poderoso. Os bandos de pássaros, atirando-se de seus muitos ninhos, foram tomados de pânico da morte, e voavam gritando. O pai e a mãe do Bodhisatva estavam tão aterrorizados como os outros e fugiram, abandonando o Bodhisatva. Deitado lá no ninho, o Bodhisatva esticou seu pescoço e vendo as chamas se espalharem em torno dele, pensou consigo mesmo, “Tivesse eu poder de espalhar as asas e voar, voaria para a segurança então; ou, se pudesse mover as pernas e andar, escaparia andando para outro lugar. Contudo, meus pais, tomados de medo da morte, fugiram e se salvaram, deixando aqui completamente só no mundo. Estou sem protetor ou ajudante. O quê, então, devo fazer neste dia?”

Então este pensamento veio a ele:- "Neste mundo existe o quê se chama a Eficácia da Bondade, e o que se denomina a Eficácia da Verdade. Há aqueles que, por terem realizados as Perfeições em tempos passados, atingiram a Iluminação debaixo da árvore-Bo; quem, tendo ganhado o Livramento pela bondade, tranquilidade e sabedoria, possui também discernimento do saber deste Livramento; quem está cheio de verdade, compaixão, paciência e piedade; cujo amor abraça todas as criaturas igualmente; a quem os homens chamam Buddhas oniscientes. Há uma eficácia nos atributos que eles ganharam. E também apreendo uma verdade; sustento e creio em um único princípio na Natureza. Assim chamo a mente os Buddhas do passado, e a Eficácia que ganharam, e segurando a crença verdadeira que está em mim tocando o princípio da Natureza; e por um Ato de Verdade fazer as chamas se afastarem, salvando a mim e aos outros pássaros."
Daí é dito:-

Há graça salvadora na Bondade neste mundo;
Há verdade, compaixão, pureza de vida.
Daí, obrarei um impecável Ato de Verdade.

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Lembrando da força da Fé, e pensando
Naqueles que triunfaram em dias passados,
Fortes na verdade, um Ato de Verdade obro.

Conformemente, o Bodhisatva, chamando a mente a eficácia dos Buddhas há muito passados, realizou um Ato de Verdade em nome da fé verdadeira que nele havia, repetindo esta estrofe:-

Com asas que não voam, patas que não andam,
Abandonado pelos pais, aqui deito!
Portanto a ti conjuro, temível Senhor do Fogo,
Primaeval Jātaveda, volte! Retorne!

Ao mesmo tempo que realizava seu Ato de Verdade, Jātaveda voltava dezesseis distâncias; e retornando, as chamas não passaram para a floresta devorando tudo no caminho. Não; ela apagou lá e então, then and there, como uma tocha colocada na água. Portanto se diz:-

Obrei meu Ato de Verdade, e daí
O lençol de chama ardente deixou dezesseis distâncias
Incólume,- como chama colocada na água e apagada.

E como aquele lugar escapou do fogo por todo um aéon, o milagre é chamado um ‘milagre de aéon’. Quando sua vida terminou, o Bodhisatva, que realizou o Ato de Verdade, passou sendo tratado de acordo com seus méritos.

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“Assim Irmãos,” disse o Mestre, “não é poder presente meu mas a eficácia de um Ato de Verdade realizado por mim quando codorna filhote, que fizeram as chamas afastarem-se deste lugar na floresta.” Sua lição terminada, ele prega as Verdades, no final das quais alguns ganham o Primeiro, alguns o Segundo, alguns o Terceiro Caminho, enquanto outros tornaram-se Arahats. Também o Mestre mostrou a conexão e identificou o Jātaka dizendo, “Meus pais atuais eram os pais daqueles dias, e eu mesmo era o rei das codornas.”
(Cf. Jātaka 75 para Jātaveda como Senhor Fogo, com uso similar do arcaico nome Pajjunna.)







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