segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

26 Buddha Conselheiro real ( outro )




   ( Clique na imagem para vê-la ampliada ; escultura de Bharhut, pilar de Ajatasatru )

26
Tendo escutado primeiro...etc.” – Esta história foi contada pelo Mestre no Bosque de Bambu, sobre Devadatra, que, tendo garantido adesão do Príncipe Ajāta-satru, atingiu honra e ganhos. Príncipe Ajāta-satru fez um Mosteiro ser construído par Devadatra em Gayā-sisa, e todo dia lhe trazia quinhentas chaleiras de arroz perfumado amadurecido por três anos e aromatizado com temperos finos. Todos estes ganhos e honras trouxeram a Devadatra um grande séqüito com quem ele vivia, sem se mexer para fora do seu Mosteiro.

Naqueles dias vivia em Rājagaha dois amigos, um que tomou votos sob o Mestre, e outro que os fez sob Devadatra. E continuaram a se ver, seja casualmente seja visitando os Mosteiros. Bem, um dia o discípulo de Devadatra disse ao outro, “Senhor, por quê diariamente sais em coleta de oferta com suor escorrendo de ti? Devadatra senta quieto em Gayā-sisa e alimenta-se com o melhor prato, aromatizados com os mais finos temperos. Não há caminho como este. Por quê fomentar para ti miséria? Por quê não seria para ti boa coisa vir de manhã cedo ao Mosteiro de Gayā-sisa e lá beber nosso mingau de arroz com condimentos, provar nossos dezoito tipos de comidas sólidas, e deliciar-se com a excelente comida leve, aromatizados com temperos finos.?”

Sendo pressionado toda hora com o convite, o outro começou a querer ir, e passou a ir a Gayā-sisa e lá comer e comer, sem esquecer contudo de retornar ao Bosque de Bambu na hora certa. Não podia contudo guardar o segredo para sempre; e logo tornou- -se sabido que ele usava apressar-se para Gayā-sisa e lá regalar-se com comida dada a Devadatra. Assim, seus amigos perguntaram a ele, “É verdade, como dizem, que regalas-te com comida dada a Devadatra?” “Quem disse isto?” ele perguntou. “Tal e tal disseram.” “É vero, senhores, que vou a Gayā-sisa comer lá. Mas não é Devadatra que me dá comida; são outros que dão.” “Senhor, Devadatra é o inimigo dos Buddhas; em sua fraqueza, assegurou a adesão de Ajāta-satru e com sua incorreção conseguiu honra e ganho para si mesmo. Ainda assim tu que tomaste votos de acordo com esta fé aqui que leva à salvação, come a comida que Devadatra ganha em incorreção. Venha; vamos levá-lo ao Mestre.” E, pegando o Irmão, foram para o Salão da Verdade.

Quando o Mestre tornou-se consciente da presença deles. disse, “Irmãos, vocês estão trazendo este Irmão aqui contra vontade dele?” “Sim, senhor; este Irmão, após tomar votos sob você, come a comida que Devadatra ganha em incorreção.” “É vero, como dizem, que você come a comida que Devadatra ganha em incorreção?” “Não é Devadatra, senhor, que ma dá, mas outras pessoas.” “Não tergiverssemos, Irmão,” disse o Mestre. “Devadatra é uma pessoa de má conduta e mau princípio. Oh, como você que tomou votos aqui, come comida de Devadatra enquanto adere a minha doutrina? Mas você sempre esteve propenso, inclinado, a se deixar levar, e seguir a qualquer que encontrar.” E, assim dizendo, ele contou esta história do passado.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva tornou-se seu ministro. Naqueles dias o rei tinha um elefante de estado, chamado ‘Rosto de donzela’, que era bom e virtuoso, e nunca machucava ninguém.
Então certo dia alguns assaltantes chegaram perto do estábulo do elefante à noite e sentaram para discutir os planos com estas palavras:- “Este é o túnel que leva para dentro da casa; por aqui quebramos as paredes; antes de carregar o saque, o túnel ou brecha na parede deve ser feita claramente e aberto como um caminho mesmo ou passagem. Ao levar os bens, não se embaracem em matar; pois assim ninguém será capaz de resistir. Um assaltante deve se livrar de toda bondade e virtude, e ser sem piedade, uma pessoa cruel e violenta.” Depois de terem assim se aconselhado, os assaltantes saíram. Dia seguinte também vieram, e muitos outros dias também, e mantiveram a mesma conversa, até que o elefante chegou à conclusão que estavam vindo especialmente para instruí-lo, e que portanto devia tornar-se impiedoso, cruel, e violento. E assim se tornou de fato. Logo que seu mahout, hatthi-bandha, tratador, chegou, o elefante pegou o indivíduo no seu tronco e o atirou no chão, matando-o. E do mesmo modo matou um segundo e terceiro e toda pessoa que vinha para perto dele.

Levaram ao rei as novas de que ‘Rosto de donzela’ ficou mau e estava matando toda pessoa que via. O rei então envia o Bodhisatva, dizendo, “Vá, sábio, e descubra o que o perverteu.”
Saiu então o Bodhisatva e logo ficou satisfeito de que o elefante não apresentava sinais de doenças corporais. Enquanto pensava nas possíveis origens da mudança, chegou à conclusão que o elefante devia ter escutado pessoas por perto falando, e imaginou que lhe ensinavam algo, e que isto deve ter pervertido o animal. Concordemente, perguntou aos hatthi-bandhas, os tratadores de elefantes, se pessoas recentemente estiveram conversando à noite perto do estábulo. “Sim, meu senhor,” foi a resposta; “alguns assaltantes vieram e falaram.” O Bodhisatva então saiu e foi até o rei, dizendo, “Nada há de errado senhor, com o elefante corporalmente; ele se perverteu ao ficar escutando assaltantes conversarem.” “Bem, o quê fazer agora?” “Ordene boas pessoas, sábios e brahmins, sentem no estábulo e falem do bem.” “Faça isto, meu amigo,” disse o rei. O Bodhisatva então colocou pessoas boas, sábios e brahmins, no estábulo, e solicitou-
-lhes que falassem do bem. E eles, tomando assento perto do elefante, falaram como segue, “Nem maltrate, nem mate. O bem deve ser paciente,amável, e misericordioso.” Escutando isto o elefante pensou que eles queriam ensinar-lhe algo, e resolveu portanto tornar-se bom. E bom se tornou.
“Bem, meu amigo,” disse o rei ao Bodhisatva; “ele está bem agora?” “Sim, sua majestade,” disse o Bodhisatva; “graças as pessoas sábias e boas o elefante que pervertera-se voltou a si novamente.” E assim falando, repetiu esta estrofe:-

Tendo escutado primeiro a fala fraca dos bandidos
‘Rosto de donzela’ errou largamente ferindo e matando;
Escutando, depois, sábias pessoas de elevadas falas
O nobre elefante voltou novamente a ser bom.

Disse o rei, “Ele pode até ler a mente dos animais!” E conferiu grande honra ao Bodhisatva. Depois de viver até a boa anciedade, ele, com o Bodhisatva, passaram sendo tratados de acordo com seus méritos.

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Disse o Mestre, - “No passado, também, você seguiu a qualquer um que encontravas, Irmão; escutando a fala dos assaltantes, você seguiu o quê falaram; e escutando a fala sábia e boa, seguiste o quê falaram.” Sua lição terminada, ele mostrou a conexão, e identificou o Jātaka, dizendo, “O Irmão traidor era o ‘Rosto de donzela’ daqueles dias, Ānanda o rei, e eu mesmo o ministro.”


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