segunda-feira, 29 de setembro de 2008

201 Buddha Anacoreta


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201
Não grilhões de ferro...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto em Jetavana sobre um presídio.

No tempo em que se passa a história, escutamos que uma gang de ladrões, de estrada e assassinos, foram pegos e arrastados para diante do rei de Kosala. O rei ordenou que os amarrassem em cadeias, cordas e correntes. Trinta Irmãos camponeses, desejosos de ver o Mestre, prestavam visita a ele e ofereciam suas saudações. Dia seguinte, enquanto eles coletavam ofertas, passaram pela prisão e perceberam estes bandidos. À tardinha, após o retorno deles das rondas do dia, aproximaram-se do Buddha ; “Senhor,” eles disseram, “ho-je, enquanto coletávamos oferta, vimos no presídio numerosos bandidos amarrados fortes com cadeias e correntes, que estavam em grande miséria. Eles não podiam romper os grilhões e fugir. Existem cadeias mais fortes que estas ? “

O Mestre respondeu, “Irmãos, estas são amarras, é verdade ; mas os grilhões que consistem em ansiar por riquezas, grãos, filhos, esposas e crianças são mais fortes do que estes cem vezes, não, mil vezes. Ainda assim, mesmo estes grilhões, difíceis de quebrar como são, foram quebrados por sábios de tempos antigos, que foram para o Himalaia e tornaram-se anacoretas.” Então ele contou a eles um conto do mundo antigo.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu em uma família pobre. Quando ele cresceu seu pai morreu. Ele ganhava salários e amparava sua mãe. Sua mãe, muito contra a vontade dele, trouxe uma esposa para casa para ele e logo depois morreu. Bem, sua esposa concebeu. Sem saber que ela havia concebido, ele disse a ela, “Esposa, deves ganhar tua vida ; vou renunciar ao mundo.” Ela então disse, “Não, pois estou grávida. Espere e veja a criança que nascerá de mim e depois vá e torne-se eremita.” Com isto ele concordou. Então quando ela deu a luz, ele disse, “Agora, esposa, que pariste em segurança, devo me tornar eremita.” “Espere,” disse ela, “até o tempo em que a criança desmamar.” E antes disso ela já ficava grávida novamente.
S'eu concordar com o quê ela pedir,” pensou o Bodhisatva, “nunca conseguirei sair. Vou fugir sem dizer a ela nenhuma palavra e me tornar um eremita.” Assim ele nada disse a ela mas levantou-se à noite e fugiu.

Os guardas da cidade o pegaram. “Tenho mãe para sustentar,” disse ele - “deixem-me ir !” e assim conseguiu que o soltassem, e após permanecer em certo lugar, saiu pelo portão principal e seguiu caminho para os Himalaias, onde viveu como recluso ; e fez as Faculdades e Consecuções Sobrenaturais brotarem de dentro dele, enquanto morava no rapto da meditação. Enquanto morava lá, ele exultou, dizendo - “O laço da esposa e dos filhos, o laço da paixão, tão difícil de quebrar, está quebrado !” e ele pronunciou estas estrofes:-

Não grilhões de ferro – assim o sábio falou -
Nem cordas, ou barras de madeira, tão presos podem segurar
Como a paixão, e o amor a criança e à esposa,
Com pedras preciosas e brincos de ouro fino.

Estes pesados grilhões – quem, estando neles, pode encontrar
Livramento ? - estes são os laços que amarram :
Estes se o sábio puder quebrar, então estará livre,
Deixando todo amor e todo desejo para trás !

E o Bodhisatva, após pronunciar esta aspiração, sem quebrar o encanto de seu ênstase, atingiu o mundo de Brahma.

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Quando o Mestre terminou este discurso, ele declarou as Verdades:- na conclusão das Verdades, alguns entraram no Primeiro Caminho, alguns no Segundo, alguns no Terceiro e alguns no Quarto : - “Na história, Mahāmāyā era a mãe, Rei Suddhodana era o pai, a mãe de Rāhula era a esposa, Rāhula mesmo era o filho e eu era o homem que deixou sua família e tornou-se anacoreta.”





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