quarta-feira, 10 de setembro de 2008

189 Buddha e Esopo


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189
Nem leão nem tigre eu vejo ...etc.” - Esta história, como a anterior, é sobre Kokalika, contada pelo Mestre em Jetavana. Desta vez ele queria cantar. O Mestre escutando isto contou a seguinte história.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu numa família de fazendeiros e cresceu trabalhando no cultivo da terra.

Ao mesmo tempo havia um Mercador que usava mercadejar coisas, que um jegue carregava para ele. Aonde quer que fossem, costumava tirar a carga do jumento e jogar em cima uma pele de leão e então soltá-lo nos campos de arroz e cevada. Quando os vigias viam tal criatura, imaginavam-na um leão e não se atreviam aproximar dele.

Um dia este comerciante parou numa certa cidade e enquanto fazia seu próprio café da manhã, soltou o burro num campo de cevada com a pele de leão em cima. Os vigias pensaram que era um leão e não ousaram se aproximar mas fugiram para casa e deram o alarme. Os cidadãos todos armados mesmos, correram para o campo, gritando e soprando as conchas e batendo os tambores. O asno aterrorizou-se além da conta e fez hee-haw ! Então o Bodhisatva, vendo que era um jumento, repetiu a primeira estrofe:-

Nem leão nem tigre vejo,
Nem mesmo um pardo ele é :
Mas um burro – o matungo miserável !
Com uma pele de leão às costas !

Logo que os cidadãos compreendem que era apenas um jegue, dão cacetada nele até quebrarem seus ossos e então retiraram a pele de leão. Quando o Mercador apareceu e descobriu que seu asno fora ferido, falou a segunda estrofe :-

Ó burro, se tivesses sido sábio
Poderias por muito tempo comer cevada verde ;
Teu disfarce era a pele de leão :-
Mas tu fez hee-haw e foste espancado !

Enquanto ele estava no ato de pronunciar estas palavras, o jumento morre. O Mercador deixa-o e segue seu caminho.

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Após este discurso terminado, o Mestre identificou o Jataka :- “Naquele tempo Kokalika era o jumento e o fazendeiro sábio era eu mesmo.”

[ O Jataka acrescenta um verso canônico, um gatha, ao expirar famoso do burro com pele de leão de Esopo Budhista. Na fábula anterior a esta na coleção de Esopo, o burro conversa com as cigarras cantoras (e dançarinas, por supuesto) e elas dizem a ele que o alimento delas é orvalho . ]

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