segunda-feira, 26 de maio de 2008

115 Buddha Pássaro


115
A pássara da avidez denunciante...etc.”- Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana sobre uma Irmã que avisava os outros. Pois nos é dito que ela veio de boa família de Sāvatthi mas a partir do dia que entrou na Ordem, perdeu o senso de dever e encheu-se de espírito glutão ; costumava coletar ofertas em quarteirões da cidade que outras Irmãs não-visitavam. E comida fina foi dada a ela. Mas sua glutonia a fez temer que outras Irmãs pudessem ir lá também e tomar dela parte da comida. Conjecturando artifícios para impedi-las de irem e manter tudo só para si, ela passou a avisar as outras Irmãs que aquele era um perigoso quarteirão, que enfrentava problemas com elefante feroz, cavalo feroz e cachorro feroz. E ela implorava para que lá não fossem em coleta de oferta. Conformemente nem uma única Irmã nem mesmo olhou naquela direção.

Bem um dia no seu caminhar por este distrito na coleta, quando entrava apressadamente numa casa, um carneiro feroz deu uma cabeçada nela com tal força que quebrou a perna dela. Correram as pessoas e arrumaram a perna e a trouxeram numa liteira para o convento das Irmãs. E todas as Irmãs zombaram dela dizendo que a perna quebrara por ter ido onde avisara para não ir.

Não muito tempo depois os Irmãos vieram a saber do que aconteceu ; e um dia no Salão da Verdade os Irmãos falavam de como esta irmã teve a perna quebrada por um carneiro feroz num quarteirão da cidade que avisara as outras Irmãs para não irem ; e elas condenaram a atitude dela. Entrando neste momento no Salão, o Mestre perguntou, e escutou, sobre que discutiam. “Como agora, Irmãos,” ele disse, “também em tempos passados ela avisou e não seguiu o aviso ; e então como agora machucou-se.” Assim falando, ele contou esta história do passado.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva veio à vida como um pássaro, e crescendo tornou-se rei dos pássaros e veio para os Himālaias com milhares de pássaros o seguindo. Durante sua estada naquele lugar, uma certa pássara feroz costumava ir buscar comida numa estrada onde encontrava arroz, feijões, e outros grãos caídos dos carros que passavam. Planejando qual o melhor jeito de manter os outros afastados de lá, ela falava a eles assim:- “A estrada é cheia de perigos. Por ela passam elefantes e cavalos, carros puxados por bois ferozes, e coisas arriscadas semelhantes. E como é impossível voar no instante, não vão lá de jeito nenhum.” E devido a seu aviso os outros pássaros a batizaram como ‘A que avisa’.

Bem, um dia quando ela se alimentava na estrada, escutou o barulho de carruagem vindo rápido e virou a cabeça para olhá-la. “Ah, ainda falta uma longa distância,” ela pensou e continuou como antes. Veloz como o vento veio a carruagem e antes que ela pudesse se levantar, a roda a esmagou e continuou a girar no seu caminho. À reunião da tropa o rei notou ausência dela e ordenou ser feita busca. Por fim a encontraram partida ao meio na estrada e a notícia foi trazida ao rei. “Por não seguir seu próprio aviso dado aos outros pássaros ela foi dividida em duas,” ele disse, e falou esta estrofe:-

A pássara da avidez denunciante, da avidez foi presa;
As rodas do carro a esmagaram na estrada.

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Sua lição terminada, o Mestre identificou o Jātaka dizendo, “A irmã que avisava era a pássara ‘A que avisa’ daqueles tempos, e eu o rei dos pássaros.”





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