segunda-feira, 12 de maio de 2008

102 Buddha e o verdureiro.


102
Aquele que devia se mostrar...etc.”- Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana, sobre um irmão-leigo que era verdureiro em Sāvatthi e vivia de vender raízes, vegetais, abóboras e semelhantes. Bem, ele tinha uma filha bela que era tão virtuosa e boa quanto bela mas estava sempre rindo. E quando foi pedida em casamento por uma família de sua mesma posição social, ele pensou “Ela devia estar casada mas está sempre rindo ; e uma garota ruim casar com uma outra família, é vergonha para os pais. Devo descobrir com certeza se ela é uma garota boa ou má.”

Então um dia ele fez a filha pegar uma cesta e vir com ele para a floresta, pegar ervas. Então para tentá-la [ testá-la ], ele a pegou pela mão suspirando palavras de amor. Direto a garota irrompeu em lágrimas e começou a gritar que tal coisa seria tão monstruosa quanto fogo sair da água e suplicava-o que se controlasse. Então ele disse a ela que sua única intenção era testá-la e perguntou se ela era virtuosa, virgem. E ela declarou que era e que nunca olhara para nenhum homem com olhos do amor. Acalmando suas lágrimas e levando-a de volta para casa, ele fez uma festa e a deu em casamento. Então sentindo que devia ir e prestar respeito ao Mestre, pegou perfumes e guirlandas às mãos e foi à Jetavana. Feitas as saudações e as ofertas, sentou-se perto do Mestre, que observou que sua última vinda já fazia tempo. O homem então contou ao Abençoado toda a história.

Ela sempre foi uma boa garota,” disse o Mestre. “Você a colocou à prova agora justo como fez em dias idos.” Então com o pedido do verdureiro ele contou esta história do passado.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva era um Espírito de Árvore da floresta. E um seguidor leigo que era verdureiro em Benares tinha justo a mesma dúvida de sua filha, e tudo aconteceu como na história anterior. E, enquanto seu pai pegava sua mão suspirando, a garota repetiu estes versos:-

Aquele que devia provar ser meu escudo poderoso,
Meu pai, quer me levar a errar.
Desesperada em densa floresta choro;
Meu protetor prova-se meu inimigo.

Seu pai então acalmou suas lágrimas, e perguntou se ela era virgem. E quando ela declarou que era, ele a trouxe para casa e fez uma festa e a deu em casamento.

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Sua história terminada, o Mestre pregou as Quatro Verdades, no final das quais o verdureiro foi estabelecido no Primeiro Caminho da Salvação. Então o Mestre identificou o Jātaka dizendo, “O pai e a filha de ho-je são o pai e a filha da história, e eu o Espírito da Árvore que testemunhou a cena.”  Jātaka // 217


[ Parece um ritual iniciático : o puro riso passando pelo choro na floresta para entrar na sociedade e se casar ].  

  

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