segunda-feira, 25 de agosto de 2008

174 Buddha Brahmin



                  ( Escultura de MahaBalipuram, Mamalapuram, Índia )

174
Bastante água...etc.” - Esta história o Mestre contou em sua estadia em Veluvana, sobre Devadatra. Um dia aconteceu dos Irmãos estarem falando no Salão da Verdade sobre a ingratidão e a traição de Devadatra para com os amigos, quando o Mestre entrou, “Não apenas nesta vez, Irmãos, Devadatra foi ingrato e traidor com seus próprios amigos. Ele foi antes, justo o mesmo.” E contou a eles uma velha história.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu em uma certa família brahmin numa certa cidade de Kāsi e quando cresceu em idade, casou e se estabeleceu. Naqueles dias havia um certo poço fundo ao lado da auto-estrada na
terra de Kasi, que não tinha caminho para baixo. As pessoas que passavam por aquele caminho, para ganhar mérito, usavam retirar água com uma longa corda e um balde e encher o cocho para os animais ; assim eles davam aos animais, água para beber. Ao redor havia um poderosa floresta, em que tropas de macacos moravam.

Aconteceu numa eventualidade que por dois ou três dias, o suprimento de água que os viajantes usavam retirar, acabou ; e as criaturas nada conseguiam apanhar para beber. Um Macaco, atormentado de sede, andava para baixo e para cima perto do poço procurando água.

Bem, o Bodhisatva passava por ali em suas errâncias, tirou água para si, bebeu dela, e lavou suas mãos ; então ele nota nosso Macaco. Vendo como ele estava sedento, o viajante retira água do poço e enche o cocho para ele. Depois senta-se debaixo de um' árvore para ver o quê a criatura faria.

O Macaco bebe, senta perto e faz uma careta de macaco para amedrontar o Bodhisatva. “Ah, mau macaco !” disse ele, com isto - “quando estavas sedento e sofrendo, te dei bastante água ; e agora você me fazes careta. Bem, bem, ajudar um tratante é desperdício de esforço.” E repetiu a primeira estrofe :

Bastante água te dei
Quando estavas impaciente de calor e sede:
Agora cheio de malícia sentas tagarelando, -
Com pessoas más as boas nada têm a fazer.

Respondeu então o macaco amigo despeitado, “Suponho que pensas que isto seja tudo que posso fazer. Agora vou jogar algo na sua cabeça antes de ir.” Então, repetindo a segunda estrofe, ele prossegue -

Um macaco bem-comportado quem já viu ou ouviu falar ?
Vou largar uns golinhos na sua cabeça ; pois tais são nossos modos.

Logo que escutou isto o Bodhisatva levantou-se para ir. Mas naquele mesmo instante este Macaco do galho onde empoleirava-se, cuspiu como que uma grinalda na cabeça dele ; e fugiu para a floresta guinchando. O Bodhisatva se lavou e seguiu seu caminho.

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Quando o Mestre terminou este discurso, após dizer “Não é apenas agora que Devadatra é assim mas em dias idos também não reconheceu uma gentileza quando apresentada,” ele identificou o Jataka : “Devadatra era o Macaco então e o brahmin era eu mesmo.”



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