segunda-feira, 18 de agosto de 2008

167 Buddha Eremita.


         
                                                   ( Rajagaha, Índia )

167
Irmão Mendicante, sabes...etc.” - Esta história foi contada pelo Mestre enquanto pousava no Parque Tapoda próximo de Rajagaha sobre Ancião Samiddhi, ou Boa Sorte.

Certa vez Padre Boa Sorte lutou a noite toda em espírito. Àurora banhou-se ; então ficou com sua roupa de baixo, segurando a outra na mão, enquanto secava o corpo, todo amarelo como ouro. Como uma estátua dourada de apurado artesanato, ele era, perfeição da beleza ; e por isto era chamado Boa Sorte.

Uma filha dos deuses, vendo a beleza maravilhosa do Irmão, caiu apaixonada por ele e assim lhe falou, “Você é jovem, Irmão, e gostoso, um mero rapaz, com cabelo preto, abençoado sejas ! Tens juventude, és amável e agradável aos olhos. Por quê deveria um homem como você, virar religioso sem se divertir um pouco ? Goze primeiro e depois tornar-te-ás religioso e farás o quê os eremitas fazem !” Ele respondeu, “Ninfa, em algum momento ou outro, devo morrer e o dia da minha morte não sei ; este dia está escondido de mim. Portanto no frescor da minha juventude seguirei a vida solitária e darei um fim à dor.”

Não encontrando nele nenhum estímulo, a deusa sumiu imediatamente. O Ancião foi e contou ao Mestre sobre isto. Então o Mestre disse, “Não foi apenas agora, Boa Sorte, que foste tentado por uma ninfa. Em dias antigos, como agora, ninfas tentaram ascetas.” E então ao pedido dele o Mestre contou uma história do mundo antigo.

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Certa vez quando Brahmadatra  reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva veio a ser filho de um brahmin na vila de Kasi. Crescendo em idade atingiu a perfeição em todos seus estudos e abraçou a vida religiosa ; e vivia no Himalaia, ao lado de um lago natural, cultivando as Faculdades e as Consecuções.

Por toda a noite ele lutou em espírito ; e àurora banhou-se, com uma roupa de casca de árvore e outra na mão, ficou de pé, deixando àgua secar do corpo. Naquele momento uma filha dos deuses observava sua beleza perfeita e caiu apaixonada por ele. Tentando-o, ela repetiu esta primeira estrofe:-

Irmão mendicante, sabes
Qual àlegria que o mundo pode mostrar ?
Agora é a hora – não há outra :
Prazer primeiro, depois – mendigar irmão !

O Bodhisatva escutou a fala da ninfa e então respondeu, declarando seu propósito estabelecido, repetindo a segunda estrofe : -

O tempo se esconde – não posso saber
Qual é o momento que devo partir :
Agora é a hora : não há outra :
Agora, assim, sou um irmão mendigo.

( n. do tr.: a Glosa adiciona outra estrofe para explicar:

Vida, doença, morte, o despir-se da carne.
Re-nascer – estes cinco estão escondidos neste mundo.)

Quando a ninfa escutou as palavras do Bodhisatva, ela sumiu imediatamente.

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Após este discurso o Mestre identificou o Jataka : “A ninfa é a mesma em ambas as histórias e o eremita naquele tempo era eu mesmo.”




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