terça-feira, 12 de agosto de 2008

162 Buddha Asceta



                               ( Pintura de teto de Ajanta, Índia )

162
Nada é pior...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto residia em Jetavana sobre alimentar o fogo sagrado. As circunstâncias são as mesmas que as do Jataka número 144 acima. Os Irmãos, a estes que guardavam este fogo, disseram ao Abençoado, “Senhor, os ascetas com crista ali, praticam todo tipo de falso ascetismo. Qual o bem que daí advém ?” “Bem nenhum nisto,” disse o Mestre. “Aconteceu antes de, mesmo sábios que imaginavam haver algum bem em alimentar o fogo sacro, depois de fazer isto por muito tempo, descobrir que não há nenhum bem nisto, e de apagá-lo com água e o abafar batendo com varas, sem nem mesmo olhar de volta depois.” Ele então contou para eles uma história.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu em uma família brahmin. Quando ele tinha dezesseis anos, seu pai e sua mãe pegaram seu fogo de nascença ( n. do tr.: um fogo também é aceso no altar do casamento; e é levado para a pira fúnebre no fim da vida. [ Há quem guarde a vela de batismo ou a do casamento ]) e falaram com ele assim : “Filho, levarás seu fogo de nascença para a floresta e lá o venerarás ; ou aprenderás os Três Vedas, te estabelecerás como homem casado e viverás no mundo ?”
 Disse ele, “Vida mundana não é para mim : vou venerar meu fogo na floresta e seguir o celeste caminho.” Então, pegando seu fogo de nascença, deu adeus aos pais e entrou na floresta, onde viveu numa choça feita de galhos e folhas e venerava o fogo.

Um dia ele foi convidado para ir num determinado lugar onde recebeu um presente de arroz e ghee. “Este arroz,” ele pensou, “oferecerei ao Grande Brahma.” Então levou o arroz para casa, e fez o fogo inflamar. Então com as palavras, “Com este arroz alimento o fogo sacro,” jogo-o às chamas. Assim que caiu em cima este arroz, com a manteiga toda que ele tinha – feroz chama salta que incendiando todo o eremitério. O brahmin aterrorizado corre para fora, e senta a uma certa distância. “Não deve haver trato com o mal,” disse ele ; “foi por isto que este fogo queimou a choça que fiz com tanto trabalho !” E falou a primeira estrofe :-

Nada é pior que má companhia ;
Alimentei meu fogo com bastante arroz e ghee ;
E vejam ! A choça que me deu tanto trabalho
Em erigir, meu fogo a incendiou para mim.

Basta de ti , falso amigo !” adicionou ; e derramou água no fogo, e abafou-o batendo com paus e depois se enterrou nas montanhas. Lá deu de cara com uma gazela, cerva, negra que lambia as faces de um leão, um tigre e uma pantera. Isto coloca na mente dele que nada há melhor no mundo que bons amigos ; e aí fala a segunda estrofe:-

Nada é melhor que boa companhia ;
Gentil favor de amizade vejo aí ;
Contemple o leão, o tigre e o pardo -
A cerva negra lambe dos três, as faces.

Com estas reflexões o Bodhisatva mergulhou nas profundezas das montanhas e lá abraçou a verdadeira vida religiosa, cultivando as Faculdades e as Consecuções, até no final da vida passar para o céu de Brahma.

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Após fazer este discurso, o Mestre identificou o Jataka: “Naqueles dias eu era o asceta da história.”



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