sábado, 9 de agosto de 2008

161 Buddha Anacoreta



161
Amizade com o mal...etc.” - Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana, sobre uma pessoa teimosa ; e as circunstâncias serão encontradas no Jataka do Abutre número 427. O Mestre disse a este Irmão - “Em dias idos, igual que agora, foste pisoteado até a morte por um elefante doido porque foste do mesmo modo teimoso e descuidado aos conselhos das pessoas sábias.” E ele contou uma história antiga.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu em uma família brahmin. Crescendo ele deixa sua casa do mundo e toma a vida religiosa e em tempo torna-se o líder de uma companhia de quinhentos anacoretas, anchoritas, que viviam todos juntos nos Himalaias.

Entre estes anchoritas tinha uma pessoa teimosa e ignorante chamada Indasamanagotta. Ele tinha um elefante de estimação. O Bodhisatva manda chamá-lo quando descobre isso e pergunta se realmente ele tinha um elefante de estimação ? Sim, o homem disse, ele mantinha um elefante que perdera a mãe. “Bem,” disse o Bodhisatva, “elefantes quando crescem matam mesmo àqueles que o criaram ; então é melhor você não mantê-lo.” “Mas não posso viver sem ele, meu Professor !” foi a resposta. “Bem,” disse o Bodhisatva, “você viverá para arrepender-se.”

Enquanto isso ele ainda alimentava a criatura e passando o tempo ele cresce até ficar de um tamanho imenso.

Aconteceu uma vez dos anchoritas terem todos ido para o campo catar raízes e frutas na floresta e ficarem fora, ausentes, por vários dias. Ao primeiro sopro do vento sul este elefante caiu em frenesi. “Destruição para esta choça !” ele pensou, “despedaçarei o jarro d'água ! Vou virar o banco ! Farei em pedaços o estrado de carga ! Matarei o eremita, e depois fugirei !” Assim ele corre para a jângal e espera vigiando pelo retorno deles.

O mestre (do elefante) vem primeiro, carregado de comida para seu bicho de estimação. Logo que o viu, correu, pensando que tudo estava bem. Para fora sai o elefante do mato, e apanhando-o com a tromba, espatifa-o no chão, e depois com um golpe na cabeça esmaga a vida para fora dele ; e loucamente berrando, escapa correndo para a floresta.

Os outros anchoritas trazem estas novas para o Bodhisatva. Ele fala, “Não devemos ter trato com o mau ;” e então repetiu estes dois versos :-

Amizade com o mal, evite o bem,
O bem, sabedor dos deveres ordenados a fazer :
Obrarão dano, tarde ou cedo seja,
Como matou seu dono o elefante mesmo.

Mas se um espírito gentil vires,
Em virtude, sabedoria, aprendizagem como você,
Escolha tal para amigo verdadeiro ser ;
Bons amigos e bençãos fazem companhia.

Deste jeito o Bodhisatva mostrou a seu bando de anchoritas que era bom ser dócil e não obstinado. Realizou então as exéquias de Indasamanagotta e cultivando as Excelências, chegou por fim ao céu de Brahma.

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Após concluir este discurso, o Mestre identificou o Jataka: “Este companheiro desregrado era então Indasamanagotta e eu mesmo o professor do bando de anchoritas.”

( n. do tr. : novamente aqui o protótipo de uma fábula de Esopo ) 

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