segunda-feira, 18 de agosto de 2008

166 Buddha Asceta ( outro )



          
                                           ( Pico do Abutre, Índia  ) 

166
Quatorze mil Upasalhas...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto em Jetavana sobre um brahmin chamado Upasalha que era exigente em matéria de cemitérios.

Este homem, nos é ensinado, era rico e próspero ; mas, apesar de viver próximo, não mostrava nenhuma gentileza aos Buddhas, sendo dado à heresia. Mas ele tinha um filho, sábio e inteligente. Quando ele estava crescido, o homem disse ao filho, “Não deixe meu corpo ser queimado em um cemitério onde qualquer 'outcast' pode ter sido cremado mas encontre algum lugar incontaminado para me cremar.” “Pai,” disse o jovem, “não conheço nenhum cemitério adequado para queimar teu corpo. Meu bom pai, tome a dianteira e você mesmo indique o lugar onde deves ser cremado.” O brahmin então, consentindo, levou seu filho para fora da cidade para o topo do Pico do Abutre e então disse, “Aqui, meu filho, nenhum 'outcast' nunca foi queimado ; aqui você me incinera.” Daí ele passa a descer o monte na companhia do filho.

Naquele dia, à tardinha, o Mestre olhava ao redor buscando qual dos seus amigos estavam maduros para Livramento, e percebeu que estes pai e filho estavam prontos para entrarem no Primeiro Caminho. Ele então pega a estrada deles e chega ao sopé do monte, como um caçador esperando por sua caça ; lá ele sentou esperando que descessem do topo. Eles desceram e notaram o Mestre. Ele os saúda e pergunta, “Onde vocês foram brahmins ?” O jovem conta a ele a errância deles. “Vamos juntos então,” falou o Mestre, “me mostre o lugar que seu pai indicou.” Assim sobem todos de volta de novo a montanha. “Que lugar ?” ele perguntou. “Senhor,” disse o rapaz, “o espaço entre estes três montes, é o que ele me apresentou.” O Mestre disse, “Esta não é a primeira vez, meu rapaz, que seu pai é meticuloso em matéria de cemitérios ; ele foi igual antes. Nem é agora apenas que ele indica este lugar para ser incinerado ; muito tempo atrás ele indicou este mesmo lugar.” E ao pedido dele o Mestre contou-lhes um conto(a) de tempos atrás.

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Certa vez, nesta mesma cidade de Rajagaha, vivia este mesmo brahmin Upasalhaka e ele tinha este mesmo filho. Naquele período o Bodhisatva nascera em uma família brahmin da terra de Magadha ; e quando a educação dele estava terminada, ele abraçou a vida religiosa, cultivou as Faculdades e Consecuções e viveu por muito tempo na região do Himalaia, mergulhado em exaltação mística.

Uma vez ele deixou seu eremitério no Pico do Abutre para ir em busca de sal e temperos. Enquanto ele estava fora, este brahmin falou justo do mesmo jeito para seu filho, como agora. O rapaz pede que ele indique o lugar apropriado e ele vem e aponta este mesmo lugar. Quando ele estava descendo com seu filho, ele observou o Bodhisatva, e se aproximou dele e o Bodhisatva colocou a mesma questão justo como fez agora e recebeu a resposta do filho. “Ah,” disse ele, “nós veremos se este lugar que teu pai te mostrou está contaminado ou não,” e os fez subir de volta a montanha de novo. “O espaço entre estes três montes,” falou o rapaz, “está puro.” “Meu rapaz,” respondeu o Bodhisatva, “não há fim para o povo que foi cremado neste lugar mesmo. Seu próprio pai, nascido brahmin, como agora, em Rajagaha e carregando o mesmo nome de Upasalhaka, foi cremado neste monte em quatorze mil nascimentos. Em toda a terra não há um único lugar a ser encontrado onde um cadáver não foi cremado, que não foi cemitério, que não foi coberto de crânios.” Discernia isto pela faculdade de conhecer todas as vidas prévias : e então ele repetiu estas duas estrofes : -

Quatorze mil Upasalhas foram cremados neste lugar,
Nem existe em todo largo mundo qualquer lugar onde morte não esteja.

Onde há gentileza, verdade e justiça, temperança e auto-controle,
Lá, morte nenhuma encontra entrada ; para lá apressa-se toda alma santamente.

Depois que o Bodhisatva assim discursou para pai e filho, cultivou as Quatro Excelências e seguiu seu caminho para o céu de Brahma.

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Quando este discurso estava terminado, o Mestre declarou as Verdades e identificou o Jataka: - à conclusão das Verdades pai e filho foram estabelecidos no Fruto do Primeiro Caminho : - “O pai e filho eram os mesmos então que os de agora, e o asceta era eu mesmo.”


 

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