quinta-feira, 26 de junho de 2008

141 Buddha Iguana



                                    ( Veluvana, Bosque de Bambus, Índia ) 

141
Má companhia...etc.”- Esta história foi contada pelo Mestre enquanto no Bosque de Bambu, sobre um Irmão traidor. O incidente introdutório é o mesmo do contado no Jataka 26.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva nasceu iguana. Quando cresceu morava numa grande toca na margem do rio com um séqüito de muitas centenas de outros iguanas. Bem, o Bodhisatva tinha um filho, um jovem iguana, grande amigo de um camaleão, a quem usava abraçar e beijar. Esta intimidade sendo relata(da) ao rei iguana, o faz chamar seu jovem filho e dizer que tal amizade era inoportuna, pois camaleões eram criaturas baixas e que se tal intimidade persistisse, calamidade cairia sobre toda a tribo dos iguanas. E encarregou seu filho de não mais relacionar-se com o camaleão. Mas o filho continuou na sua intimidade. De novo e novamente o Bodhisatva fala com seu filho mas vendo que as palavras não era úteis e prevendo o perigo aos iguanas a partir do camaleão, cavou e cortou um escape em um lado de sua cova, de modo a ter como escapar na hora da necessidade.

Com o passar do tempo, o jovem iguana cresceu até ficar bem grande, enquanto o camaleão não cresceu nada. E como os abraços montanhosos do jovem gigante tornaram-se na realidade dolorosos, o camaleão previu que seria sua morte se eles continuassem por mais alguns dias e resolveu combinar com um caçador a destruição de toda a tribo dos iguanas.

Um dia no verão as formigas saíram após uma tempestade e os iguanas espalharam-se para cá e para lá pegando-as e comendo-as. Bem, entra na floresta um caçador de iguana com armadilhas, enxada e cachorros para cavar em busca de iguanas ; e o camaleão pensa em que presa colocará no caminho do caçador. Então ele vai até o sujeito, e, deitando diante dele, pergunta por quê vaga na floresta. “Para pegar iguanas,” foi a resposta. “Bem, sei onde há uma cova com centenas deles,” disse o camaleão ; “traga fogo lenha e me siga.” E ele trouxe o caçador para onde as iguanas moravam. “Bem,” disse o camaleão, “coloque seu combustível ali e a fumaça fará os iguanas saírem. Enquanto isto rodeie o lugar com os cachorros e segure um porrete na mão. Então com os iguanas atirando-se para fora, abata-os e faça uma pilha dos mortos.” Assim falando, o traiçoeiro camaleão retirou-se para um lugar próximo, onde deitou-se, com a cabeça levantada, dizendo para si mesmo, - “Neste dia verei a ruína do meu inimigo.”

O caçador passa a trabalhar, para com a fumaça colocar para fora, os iguanas ; e o temor por suas vidas retirou-os em um corre-corre (helter-skelter) da cova deles. Quando saíam o caçador abatia-os na cabeça, e se errasse, caíam presas dos cachorros. E houve grande mortandade entre os iguanas. Entendendo que isto era obra do camaleão, o Bodhisatva gritou, “Não se deve ser amigo de iníquo, pois tal traz tristeza em seguida. Um único camaleão perverso, mau, mostrou-se a desgraça de todos estes iguanas.” Assim falando, ele escapou pelo escape que fizera, pronunciando esta estrofe:-

Má companhia nunca acaba bem.
Devido amizade com um único camaleão
A tribo dos iguanas encontrou seu fim.

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Sua lição terminada, o Mestre identificou o Jataka dizendo, “Devadatra era o camaleão daqueles dias; este Irmão traidor era o jovem iguana desobediente, o filho do Bodhisatva ; e eu mesmo o rei dos iguanas.”




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