segunda-feira, 16 de junho de 2008

136 Buddha Pato dourado



136
Satisfeito estejas ...etc.”- Esta história foi contada pelo Mestre sobre a Irmã chamada Nanda a Gorda.

Um irmão leigo em Savatthi ofereceu à Irmandade um suprimento de alho e, deu ordens ao bailio, almoxarife, que se elas viessem, dessem a cada Irmã duas ou três mãos cheias.

 Depois virou moda ir à casa dele ou campo por causa do alho. Bem, um dia o suprimento de alho na casa acabou e Irmã Nanda a Gorda vindo com ordens até a casa, teve como resposta, quando disse que precisava de um pouco de alho, que acabara o alho na casa, “usamos, gastamos, tudo”, e que ela devia ir ao campo para achar mais. Saiu então ela ao campo e pegou muito de alho. O bailio chiou e ficou irado reclamando que o lote das Irmãs estava grande demais ! Isto magoou as Irmãs moderadas ; e os Irmãos também ficaram magoados com o insulto quando as Irmãs falaram a eles, e eles contaram ao Abençoado. 

Censurando a cobiça de Nanda, a Gorda, disse o Mestre, “Irmãos, uma pessoa gananciosa é dura e grossa mesmo com a mãe que a carrega ; pessoa gananciosa não converte o inconverso, ou faz o fiel crescer em graça, ofertas virem, ou guardá-las quando vem ; contudo a pessoa moderada pode fazer todas estas coisas.” De tal modo o Mestre apontou a moral, terminando dizendo, “Irmãos, como Nanda a Gorda foi gulosa, do mesmo modo foi gananciosa em tempos passados.” E daí contou a seguinte história do passado.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu brahmin e crescendo casou com uma noiva de seu rank, que deu à luz para ele três filhas chamadas Nanda, Nanda-vati e Sundari-nanda. O Bodhisatva morrendo, elas foram guardadas por vizinhos e amigos, enquanto ele nascia de novo no mundo como um Pato dourado dotado de consciência das suas existências anteriores. Crescendo, o pássaro viu seu magnificente tamanho e plumagem dourada, e lembrou que previamente havia sido humano. Descobrindo que suas filhas e esposa viviam da caridade de outros, o pato dourado pensou como com sua plumagem semelhante a ouro batido e malhado e como dando a elas uma pena de ouro por vez daria conforto de vida a suas filhas e esposa. Daí voou para onde elas moravam e pousou no topo da viga central do telhado. Vendo o Bodhisatva, a esposa e as filhas perguntaram de onde ele vinha ; e ele disse a elas que era pai delas que morrera e nascera Pato dourado e que vinha visitá-las para colocar fim na vida miserável delas de trabalharem por salário. “Vocês devem ter minhas penas,” disse ele, “uma a uma, e elas vendidas darão o suficiente para viveres bem e confortavelmente.” Assim falando, deu a elas uma de suas penas e partiu. E de tempos em tempos ele voltava para dar a elas outra pena, e com os rendimentos desta venda as mulheres brahmins cresceram prósperas e em bem estar.

 Mas um dia a mãe disse às filhas, “Não devemos confiar em animais, minhas filhas. Quem me diz que seu pai não vá embora um dia destes e não volte mais ? Aproveitemos a hora e o limpemos quando vier na próxima vez, para assegurar-nos de todas suas penas.” Pensando que isto o machucaria as filhas se negaram. A mãe na sua ganância chamou o Pato dourado um dia à ela quando ele veio, e segurando-o com ambas as mãos o depenou todo. Bem, as penas do Bodhisatva tinham esta propriedade que se fossem retiradas contra a vontade dele, cessavam de ser de ouro e tornavam-se como penas de corvo. E então o pobre pássaro, apesar de abrir as asas, não podia voar, e a mulher o atirou num barril e deu comida a ele lá. Com o passar do tempo as penas cresceram de novo (apesar de serem apenas brancas agora) e ele voou para sua casa e nunca mais voltou.

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No final da história o Mestre disse, “Assim vês, Irmãos, como Nanda a Gorda foi gananciosa tanto antes como agora. E sua ganância a fez perder o ouro do mesmo modo que agora a fez perder o alho. Observe, contudo, como sua cobiça privou toda a Irmandade do suprimento de alho, e aprenda disto a ser moderado em desejos e contente com que é dado, conquanto pouco o seja.” Assim falando, pronunciou esta estrofe:-

Satisfeito estejas e não anseies por mais provisão.
Elas pegaram o cisne - porém não mais seu ouro.

Assim falando, o Mestre sonoramente censurou a Irmã errante e deitou o preceito que qualquer Irmã que comesse alho fizesse penitência. Então fazendo a conexão, ele disse, “Nanda a Gorda era a esposa brahmin da história, três irmãs eram as três filhas brahmins e eu mesmo o Pato dourado.”


   ( Esopo Buddhista a galinha dos ovos de ouro em sua origem pato dourado ; o fato de estar no alto da cumeeira e dar presente de ouro para três meninas aproxima a imagem de são Nicolau, vulgo Papai Noel que fez a mesma coisa. O ouro aproxima-se também então do Sol propriamente e de seu solstício sendo o eixo vertical da chaminé, chemin, caminho. )   

http://vidasdebuddha.blogspot.com.br/2015/11/janua-caeli-svayamatrnna-ananda.html







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