segunda-feira, 2 de junho de 2008

122 Buddha Elefante que voa


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Posições exageradas...etc.”- Esta história foi contada pelo Mestre enquanto no
Bosque de Bambu, sobre Devadatra. Pois os Irmãos reuniram-se no Salão da Verdade, e falavam como a visão da perfeição do Buddha e todos seus sinais distintivos de Budhidade, enlouqueciam Devadatra; e como no seu ciúme não conseguia escutar os louvores da grande sabedoria de Buddha. Entrando no Salão, o Mestre perguntou qual o tema da conversa. E quando eles contaram, disse, “Irmãos, como agora, também em tempos antigos Devadatra enlouqueceu escutando meus louvores.” Assim falando ele contou esta história do passado.

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Certa vez quando o Rei Magadha reinava em Rājagaha em Magadha, o Bodhisatva nasceu como Elefante. Ele era todo branco e agraciado com toda a beleza de forma descrita acima no Jataka 72. E por causa da sua beleza o rei fez dele seu elefante de estado.

Num dia de festa o rei adornou a cidade como cidade dos devas e, montado no elefante com todos seus arreios, fez uma procissão solene ao redor da cidade acompanhado de grande cortejo. E por todo o caminho o povo foi movido pela visão daquele elefante sem igual, a exclamar, “Oh, que andadura monumental! Que proporções! Que beleza! Que graça! Tal elefante branco é próprio de um monarca universal.” Todos estes louvores ao seu elefante despertou o ciúme do rei e ele resolveu jogá-lo do alto de um precipício e matá-lo. Então chamou o hatthi-banda (o tratador de elefantes) e perguntou se achava que aquilo era um elefante treinado.

Na verdade ele é bem treinado, senhor,” disse o tratador. “Não ele é muito mal treinado.” “Senhor, ele é bem treinado.” “Se ele é tão bem treinado, podes fazê-lo escalar o Monte Vepulla ?” “Sim, senhor.” “Vá com ele então,” disse o rei. E desceu do elefante, fazendo o tratador montar no seu lugar, e foi ele mesmo para o pé da montanha enquanto o tratador dirigia nas costas do elefante para o topo do Monte Vepulla. O rei com sua corte também subiu a montanha, e fez o elefante parar na beira do precipício. “Agora,” disse ele ao homem, “s'ele é tão bem treinado como dizes, faça-o ficar em três pernas.”

E o tratador nas costas do elefante apenas tocou no animal com o chicote como sinal e o chamou, “Eia, meu caro, fique em três pernas.” “Agora faça-o ficar apenas nas duas pernas da frente,” disse o rei. E o Grande Ser levantou suas pernas de trás e ficou nas pernas da frente apenas. “Agora nas pernas de trás,” disse o rei, e o obediente elefante levantou suas pernas da frente e ficou nas pernas de trás apenas. “Agora em uma perna,” disse o rei, e o elefante ficou em uma perna.

Vendo que o elefante não caía do precipício, o rei gritou, “Agora se podes, faça-o ficar no ar.”

Pensou então o tratador consigo mesmo, “ Toda a Índia não é páreo para este elefante pela excelência de seu treinamento. Com certeza o rei quer fazer o elefante tombar do precipício e morrer.” Por isto sussurrou no ouvido do elefante, “Meu caro, o rei quer que você caia e morra. Ele não te merece. Se tens poder de viajar pelos ares, eleve-se comigo às costas e voe pelos ares para Benares ( Varanasi ).”

E o Grande Ser, dotado como era de poderes maravilhosos que fluíam do Mérito, direto elevou-se no ar. Disse então o tratador, “Senhor, este elefante, possuidor como é com maravilhosos poderes que fluem do Mérito, é bom demais para um tolo sem valor com tu: ninguém a não ser um rei sábio e bom merece ser seu dono. Quando aqueles que são sem valor como você pegam um elefante como este, não reconhecem seu valor, e assim perdem o elefante, e todo o resto de sua glória e esplendor.” Falando assim o tratador, sentado ao pescoço do elefante, recitou esta estrofe:-

Posições exageradas produzem no tolo grande dano;
Ele mostra-se inimigo mortal seu e dos outros.

E agora, adeus,” disse ele ao rei terminando a censura; e elevando-se no ar, passou para Benares e estacionou no meio do ar acima do jardim real. E houve grande agitação na cidade e todos gritavam, “Olhem o elefante de estado que veio através dos ares para nosso rei e está pairando acima do jardim real.” E à toda pressa as novidades foram trazidas ao rei, que saiu e disse, “Se sua chegada é para meu benefício, pouse em terra.” E o Bodhisatva desceu do ar. O tratador então desmontou e inclinou-se diante do rei, e em resposta às perguntas do rei contou toda a história de sua partida de Rajagaha. “Foi muito bom para vocês,” disse o rei, “terem vindo para cá ; e na alegria fez a cidade ser decorada e o elefante instalado no estábulo do estado. Então dividiu seu reino em três partes, concedendo uma ao Bodhisatva, uma ao tratador, e uma manteve para ele mesmo. E seu poder cresceu a partir do dia da chegada do Bodhisatva até que toda a Índia ganhou seu controle soberano. Como Imperador da Índia, era caridoso e fez outras obras boas até passar sendo tratado de acordo com seus méritos.

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Sua lição terminada, o Mestre identificou o Jataka dizendo, “Devadatra era naqueles dias o rei de Magadha, Sariputra o rei de Benares, Ananda o tratador, e eu o elefante.”


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