sexta-feira, 12 de junho de 2009

312 Se a tola juventude...etc.



312
“Se a tola juventude...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto residia em Jetavana, sobre um Irmão de idade. Um jovem nobre de Savatthi, diz a tradição, com senso das consequências ruins dos desejos pecaminosos, recebeu ordenação das mãos do Mestre e devoto ao rito pelo qual ênstase pode ser induzido, em não muito tempo atingiu Santidade. Logo logo com a morte de sua mãe, ele admitiu o pai e o irmão mais novo às ordens e fixaram residência em Jetavana.
Com o começo da estação das chuvas, ao saberem de um retiro em vilarejo, onde roupas dos requisitos eram obtidas facilmente, todos os três foram para a residência Vassa [ n. do tr.: entrar em um retiro prescrito para a estação das chuvas, três meses, com todo o necessário para tal período. Mahavagga III, 14 ] lá, e quando a estação das chuvas terminou eles voltaram direto para Jetavana. O jovem Irmão,, quando chegaram em um lugar próximo a Jetavana, disse ao rapaz noviço que trouxesse o pai devagar, enquanto ele mesmo ia mais rápido na frente para preparar a cela deles. O velho sacerdote andava lentamente. O noviço repetidamente o empurrava, com a cabeça, e o arrastava a força, gritando, “Vamos, Senhor.” O ancião dizia, “Você está me empurrando contra minha vontade,” e girando de volta, começava tudo novamente desde o começo. Enquanto eles assim discutiam, o sol se pôs e a escuridão desceu. O jovem Irmão enquanto isto, varreu sua cabana, colocou água nos potes e não percebendo eles chegarem, pegou uma tocha e saiu a seu encontro. Quando os viu, perguntou o quê os fez se atrasarem tanto. O pai explicou a razão. Então os fez descansarem e os trouxe lentamente pelo caminho. Naquele dia não encontraram tempo para prestar respeitos ao Buddha. Então no dia seguinte, quando foram prestar respeitos ao Buddha, após saudá-lo e tomarem assentos, o Mestre perguntou, “Quando vocês chegaram ?” “Ontem, Senhor,” ele respondeu e contou a razão. O Mestre censurou o ancião : “Não apenas agora ele agiu assim. Antigamente também ele fez justo o mesmo. Hoje é você que ele aborrece. Antes ele aborreceu sábios.” E ao pedido do Irmão ele contou uma velha história.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva veio a vida em uma família brahmin numa vila no país Kasi. Quando estava crescido, sua mãe morreu. E após a performance devida dos ritos funerais, no final de seis semanas ele deu em ofertas todo o dinheiro que havia na casa e tomando o pai e o irmão mais novo consigo, colocou roupa de casca de árvore de algum outro e adotou vida religiosa de asceta na região do Himalaia. E lá morou em um bosque agradável, ganhando a vida catando nos campos e de raízes e frutos.
Bem, no Himalaia, durante a estação das chuvas, quando as chuvas são incessantes, como é impossível cavar qualquer bulbo ou raiz, ou conseguir qualquer fruto selvagem, e as folhas começam a cair, os ascetas, na maior parte, descem do Himalaia, e fixam residência nos antros humanos. E nesta época o Bodhisatva, após viver aqui com seu pai e seu jovem irmão, assim que a região do Himalaia começou a florir novamente e a carregar-se de frutos, tomou seus dois companheiros e retornou para o eremitério nos Himālaias. E ao crepúsculo quando não estava longe de sua cabana, os deixou dizendo, “Vocês venham lentamente, enquanto irei na frente para colocar a ermida em ordem.”
Bem o jovem eremita vindo lentamente com seu pai passou a empurrá-lo nos quadris com a cabeça. O pai disse, “Não gosto do modo como como me levas para casa.” E assim girou retornando, começando novamente do mesmo lugar. E enquanto discutiam baixou a escuridão. O Bodhisatva logo que já tinha varrido a cabana de folhas e preparado àgua, pegou uma tocha e retornou no caminho e quando os encontrou perguntou por quê demoraram tanto tempo. E o garoto asceta contou a ele o que o pai fizera. Mas o Bodhisatva trouxe-os calmamente para casa e tendo guardado em segurança todos os requisitos Buddhistas, deu um banho em seu pai, lavou e ungiu os pés dele e ensaboou as suas costas. Arrumou então uma 'panelada' de carvão e quando seu pai já havia se recuperado da fadiga, sentou-se junto dele e disse, “Pai, garotos jovens são justo como vasos de barro : quebram em um momento e uma vez quebrados, é impossível emendá-los novamente. Homens de idade devem suportá-los com paciência, quando eles são abusados.” E como conselho a seu pai Kassapa, repetiu estas estrofes :-

Se a tola juventude ofende em ato ou palavra,
É a parte da sabedoria mostrar longanimidade ;
Querelas entre homens bons encontram fim rápido,
Tolos separam-se em partes, como argila não temperada.

Homens sábios em aprender, conscientes do próprio pecado,
Podem provar àmizade, que não sofre decaimento ;
Assim é pesada de suportar a carga de um irmão,
E discórdia de vizinhos, habilidosa em apaziguar.

Assim o Bodhisatva aconselhou seu pai. E ele daí em diante exercitou o auto-controle.
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O Mestre, tendo terminado sua lição, identificou o Jataka : “Naquele tempo o velho sacerdote era o pai eremita, o noviço era o garoto eremita e eu mesmo era o filho que aconselhou o pai.”

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