terça-feira, 9 de junho de 2009

309 Buddha Pariah


309
“Santo Professor...etc.” - O Mestre enquanto residia em Jetavana contou esta história sobre a Fraternidade dos Seis Sacerdotes. Está relatado em detalhe no Vinaya. Aqui temos um breve resumo.
O Mestre enviou os Seis Padres e perguntou se era verdade que eles ensinavam a lei de um assento mais baixo, enquanto seus pupilos de um assento mais alto. Eles confessaram que sim, e o Mestre reprovando estes irmãos por querer o respeito deles por sua lei, disse que sábios antigos tiveram que reprovar homens que ensinavam, mesmo doutrinas heréticas, de assento mais baixo. Então contou a eles uma história do passado.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Boddhisatva veio a vida como filho de mulher pariah, e quando cresceu tornou-se pai de família, dono de casa. A mulher grávida teve um grande desejo de comer manga e disse a seu marido, “Meu senhor, tenho desejo de comer mangas.”
“Minha querida,” ele disse, “não há mangas nesta estação, te trarei algum outro fruto ácido.”
“Meu senhor,” ela disse, “s'eu puder comer manga, viverei. Se não, morrerei.”
Apaixonado pela esposa, ele pensou, “Em que lugar deste mundo posso conseguir manga ?” Bem, naquela época havia manga no jardim do rei de Benares que tem fruta o ano inteiro. Então ele pensou, “Apanharei manga madura lá para aplacar os desejos dela.” E indo para o jardim à noite, ele trepa n'árvore e vai de galho em galho procurando fruto e assim atarefado, surge àurora e o dia começa. Ele pensa, “S'eu descer para ir embora agora, serei visto e pego como ladrão. Esperarei até que escureça. “ Então sobe até uma forquilha d'árvore e lá permanece, pendurado nela.
Bem, naquele tempo o rei de Benares aprendia os textos sagrados com o seu capelão. E chegando no jardim ele senta em um assento mais alto aos pés da mangueira e colocando seu professor em um assento mais baixo, dele recebe aulas. O Bodhisatva sentado acima deles pensou, “Como é mau este rei. Está aprendendo os textos sagrados sentado em assento alto. O brahmin também é igualmente ruim, sentando e ensinando de um assento mais baixo. Eu também sou mau pois caí em poder de uma mulher e contando minha vida como nada, estou aqui roubando manga.” Então segurando um galho desceu da árvore diante dos dois e disse, “Ó grande Rei, sou um homem perdido, tu um grande tolo e este padre é como um morto.” E sendo questionado pelo rei o que ele queria dizer com aquelas palavras, pronunciou a primeira estrofe :-

Santo Professor, Aluno Real, contemplem! vejo um ato de pecado,
Ambos caídos da graça, ambos transgridem a lei.

[ N. do tr.: A Glosa adiciona este verso: Fé verdadeira na terra prevalecia / Falsa doutrina surgiu depois.]

O brahmin, escutando isto, repetiu a segunda estrofe :-

Minha comida é arroz puro da montanha,
Com um leve tempero de carne,
Pois por quê deveria um pecador ater-se
A regra observada por santos, enquanto comem?

Escutando isto o Bodhisatva recitou duas estrofes mais :-

Brahmin, vá medir a largura e o comprimento da terra;
Contemple ! Sofrimento, se observa, é o lote comum.
Aqui estragada pelo pecado tua vida arruinada vale
Menos que fragmentos de um pote quebrado.
Acautele-se da ambição e domine a cobiça:
Vícios como estes levam aos “Mundos de Sofrimento”.”

O rei agraciado com a exposição da lei, perguntou a ele de que casta era. “Sou um pariah, meu senhor,” ele disse. “Amigo,” ele respondeu, “foste tu de uma família de alta casta, teria te feito rei único. Mas de agora em diante serei rei de dia e você será rei de noite.” E com estas palavras colocou no pescoço dele uma guirlanda de flores que o adornava e o fez protetor da cidade. Daí vem o costume dos prefeitos vestirem guirlandas de flores vermelhas no pescoço. E deste então o rei escutando seus conselhos prestou respeito ao professor e aprendia os textos sagrados de um assento mais baixo.
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O Mestre sua lição terminada, identificou o Jataka : “Naquele tempo Ananda era o rei e eu mesmo era o pariah.”

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