terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

54 Buddha Mercador


54
Quando perto d’uma vila...etc.”- Isto foi contado pelo Mestre enquanto em Jetavana, sobre um irmão leigo hábil em conhecer frutas. Parece que um escudeiro de Sāvatthi convidou a Irmandade com o Buddha à frente dela e os fez sentarem-se no jardim, onde foram regalados com mingau de arroz e bolos. Depois ele pediu a seu jardineiro que passeasse com os Irmãos e desse mangas e outras frutas a Suas Reverências. Obediente às ordens passeou pelo jardim com os Irmãos e podia dizer só de olhar para cima das árvores que fruto estava verde, qual quase maduro, qual já bastante maduro, etc. E o quê ele dizia era sempre confirmado. Então os Irmãos vieram ao Buddha e mencionaram como era expert o jardineiro, e como no chão em pé podia dizer em que condição estava a fruta pendurada. “Irmão,” disse o Mestre, “este jardineiro não é o único que tem conhecimento de frutos. Um conhecimento semelhante foi mostrada pelo sábio e bom em dias anteriores também.” E assim dizendo, ele contou esta história do passado.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu mercador. Quando cresceu, e fazia comércio com quinhentos vagões, chegou um dia onde a estrada enveredava por uma grande floresta. Parando na borda, ele reuniu a caravana e dirigiu-se a eles:-“Árvores venenosas crescem na floresta. Atentem para não provarem folha, flor e fruto que não conheçais, sem primeiro me consultar.” Todos prometeram tomar o máximo cuidado; e começa a jornada dentro da floresta. Bem, justo já na borda da floresta tem uma vila, e justo fora dela cresce uma árvore de Quase-fruta. A árvore de quase-fruta parece a mangueira no tronco, ramos, folha, flor e fruto. E não apenas na aparência externa, mas também em gosto e cheiro, o fruto – maduro ou não – parece a manga. Se comido, é veneno mortal, e causa morte instantânea.

Bem alguns indivíduos gananciosos, que iam à frente da caravana, chegaram nesta árvore e, pensando ser manga, comeram de seus frutos. Mas outros disseram, “Perguntemos a nosso líder antes de comer”; e eles conformemente estacionaram à frente da árvore, fruto na mão, até que ele chegasse. Percebendo que não era manga, ele disse:- “Esta ‘manga’ é árvore quase-fruta; não a toque.”

Tendo-os impedido de comer, o Bodhisatva virou sua atenção para aqueles que já tinham comido. Primeiro os medicou com emético (que provoca vômito), e depois deu a eles as quatro comidas doces; de modo que no fim eles se recuperaram.

Bem, em ocasiões anteriores caravanas pararam debaixo desta mesma árvore, e morreram por comerem o fruto venenoso que confundiram com mangas. De manhã os da vila vinham, e vendo-os deitados lá mortos, os lançavam pelos pés em um lugar secreto, partindo com todos os pertences da caravana, carros e tudo.

E no dia da nossa história também, estes da vila não deixaram de correr aurora àrvore, na expectativa dos espólios. “Os bois serão nossos,” disseram alguns. “E nós ficaremos com os carros,” disseram outros; - e uns por sua vez clamavam as cargas como parte sua. Mas quando chegam esbaforidos àrvore, lá estava, toda a caravana, viva e boa !

“Como vocês souberam que não era mangueira?” perguntaram os da vila desapontados. “Nós não sabíamos,” disseram os da caravana; “era nosso líder que sabia.”

Assim os da vila foram até o Bodhisatva e disseram, “Homem de sabedoria, o que fizeste para descobrir que esta árvore não era mangueira ?”

“Duas coisas me disseram,” respondeu o Bodhisatva, e repetiu esta estrofe:-

Quando próximo a uma vila floresce àrvore
Não difícil de subir, é claro para mim,
Não preciso de mais provas para saber,
- nenhum fruto gostoso nela pode crescer!

E tendo ensinado a Verdade à multidão reunida, terminou sua jornada em segurança.

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“Assim, Irmãos,” disse o Mestre, “em tempos passados o sábio e bom eram experts em frutas.” Sua lição terminada, ele mostrou a conexão e identificou o Jātaka dizendo, “Os seguidores do Buddha eram o povo da caravana, e eu mesmo era o líder da caravana.”






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