quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

50 Buddha Brahmadatra



50
Milhares de praticantes do mal...etc.” – Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana, sobre ações praticadas para o bem do mundo, como será explicado no Jātaka 469.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva renasceu no útero da Rainha. Quando nasceu, foi chamado Príncipe Brahmadatra no dia do batismo. Com dezesseis anos de idade foi bem educado em Takkasilā ( Taxila ), aprendeu os Três Vedas de cor[ação], e instruiu-se nos Dezoito Ramos do Conhecimento. E seu pai fez dele Vice-rei.

Bem, naqueles dias o povo de Benares era muito dado a festivais aos ‘deuses’, e usavam mostram honra aos ‘deuses.’ Era costume deles matarem muitos carneiros, bodes, cavalos, porcos e outras criaturas vivas, e realizarem seus ritos não meramente com flores e perfumes mas com sangue de carcaças. Pensou o Senhor Misericordioso consigo mesmo, “Desviados pela superstição, as pessoas agora sacrificam em vão a vida; a multidão é dada em sua maior parte à irreligião: mas com a morte de meu pai e a minha sucessão por herança, encontrarei meios para terminar com tal destruição da vida. Pensarei numa inteligente estratégia em que o mal seja parado sem machucar um único ser humano.” Com este humor o príncipe um dia montou em seu carro e saiu da cidade. No caminho viu uma multidão aglomerada junto a uma árvore banian sagrada, pedindo à fada que renascera naquela árvore, que concedesse a seus filhos e filhas, honra e saúde, cada um de acordo com o desejo de seu coração. Descendo da sua carruagem, o Bodhisatva aproximou-se d' árvore e comportou-se como um adorador de modo que ofereceu perfumes e flores, borrifando água na árvore, e andando reverentemente ao redor de seu tronco. Então montando no carro novamente, fez seu caminho de volta para a cidade.

Daí em diante o príncipe fez de tempos em tempos saídas semelhantes até a árvore, e venerava-a como um verdadeiro crente nos ‘deuses’.

No devido tempo, quando seu pai morreu, o Bodhisatva legislou em seu lugar. Evitando os quatro cursos errados, e praticando as dez virtudes reais, ele legislou seu povo com retidão. E agora que seu desejo se realizou e ele era rei, o Bodhisatva determinou-se a cumprir sua anterior resolução. E então reuniu os ministros, os brahmins, os nobres, e as outras ordens do povo, e perguntou à assembléia se eles sabiam como fora feito rei. Mas ninguém soube dizer.
“Vocês nunca me viram venerar reverencialmente uma árvore banian com perfumes e semelhantes, e inclinar-me diante dela ?”
“Sim, senhor, vimos,” eles disseram.
“Bem, estava fazendo um voto; e o voto era que, se me tornasse rei, ofereceria um sacrifício àquela árvore. E agora que com a ajuda de deus me tornei rei, oferecerei meu sacrifício prometido. Então podem prepará-lo com toda a pressa.”
“Mas de quê faremos ele?”
“Meu voto,” disse o rei, “era este: - Todos aqueles adictos dos Cinco Pecados, que testemunham a matança de criaturas vivas e assim em diante, e todos que andam nos Dez Caminhos Desviantes, a estes matarei, e com sua carne e seu sangue, com suas entranhas e vísceras, farei minha oferta. Então proclamem com o bater do tambor que o senhor seu rei nos dias de vice-rei votou que se se torna-se rei, mataria, e ofereceria em sacrifício, todos os seus súditos que quebrassem os Mandamentos. E agora o rei quer matar mil de tais adictos dos Cinco Pecados ou que andam nos Dez Caminhos Desviantes; com os corações e carnes dos mil será feito um sacrifício em honra à deus. Proclame isto para que todos saibam pela cidade. Para aqueles que transgredirem depois desta data,” somou o rei, “matarei mil, e oferecerei-os como sacrifício ao deus em cumprimento do meu voto.” E para se fazer entender claramente o rei pronunciou esta estrofe:-

Milhares de praticantes do mal, ofereci
à morte, em gratidão pia;
Os praticantes do mal são uma multidão tão grande
Que agora vou cumprir meu voto.

Obedientes aos comandos do rei, os ministros fizeram a proclamação conformemente com o bater do tambor por toda a largura e comprimento de Benares. Tal foi o efeito da proclamação no povo que ninguém persistiu na velha fraqueza. E por todo o reinado do Bodhisatva nem uma pessoa foi condenada por transgredir. Assim, sem machucar nenhum dos seus súditos, o Bodhisatva os fez observar os Mandamentos. E no final de uma vida de ofertas e obras boas ele passou com seus seguidores para amontoar a cidade dos devas.

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Disse o Mestre, “Esta não é a primeira vez, Irmãos, que o Buddha agiu para o bem do mundo; ele agiu de maneira igual em tempos passados.” Sua lição terminada, ele mostrou a conexão e identificou o Jātaka dizendo, “Os discípulos do Buddha eram os ministros naqueles dias, e eu mesmo era o Rei de Benares.”









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