segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

52 Buddha Maha Janaka



 https://www.youtube.com/watch?v=WEq3C-VZIU4


52
Trabalhe irmão...etc.” – Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana, sobre outro Irmão desviante. Todos os incidentes serão relatados no Jātaka 539, história do rei Mahajanaka . O rei, sentado debaixo do pálio branco da realeza, recitou esta estrofe:-

Trabalhe irmão, com esperança perseveres;
Não fraquejes nem canses, apesar de mortificação cruel.
Eu mesmo vejo, que, todos meus inimigos vencidos,
Lutei obstinadamente por meu caminho p'ra terra.

Aqui também o Irmão desviante ganhou Arahat(idade). O Buddha Todo-sapiente era o Rei Janaka.

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Certa vez quando um rei chamado Mahājanaka reinava em Mithilā no reino de Videha. Ele tinha dois filhos, Aritthajanaka e Polajanaka ; do mais velho fez vice-rei e do mais jovem comandante-chefe. Depois, quando Mahājanaka morreu, Aritthajanaka, tendo se tornado rei, deu a vice-realeza a seu irmão. Um dia um escravo foi ao rei e contou a ele que o vice-rei desejava matá-lo. O rei, depois de ouvir a mesma história repetidamente, ficou com suspeita, e colocou Polajanaka em grilhões e aprisionado com guardas numa certa casa não longe do palácio. O príncipe fez afirmação solene, “Se sou inimigo de meu irmão, que meus grilhões não sejam soltos nem a porta fique aberta; mas se não, possam os grilhões soltarem-se e a porta ser aberta,” e com isto quebram-se os grilhões em pedaços e a porta salta aberta. Ele saiu e indo para uma vila da fronteira passou a morar lá, e os habitantes tendo-o reconhecido ficaram juntos; e o rei foi incapaz de prendê-lo. Com o passar do tempo ele se tornou mestre do distrito da fronteira e, tendo agora muitos seguidores, disse para si mesmo, “Se antes não era inimigo de meu irmão, agora sou,” e seguiu para Mithilā com larga tropa, e acampou nos arredores da cidade. Os habitantes escutaram que Príncipe Polajanaka chegara, e a maior parte deles juntou-se a ele com seus elefantes e outros animais de montaria, e os habitantes de outras vilas também se uniram a eles. E assim ele manda uma mensagem a seu irmão, “Não era seu inimigo antes mas realmente agora sou; dê-me o guarda-sol real ou dê batalha.” Quando o rei saiu para dar batalha, deu adeus à rainha principal. “Senhora,” ele disse, “vitória e derrota em batalha não podem ser previstas, - se qualquer acidente fatal me ocorrer, preserve com cuidado a criança no seu útero” : assim dizendo ele partiu; e os soldados de Polajanaka sem demora o mataram na guerra. As novas da morte do rei causou uma confusão universal em toda a cidade. A rainha, tendo entendido que ele estava morto, rapidamente colocou seus tesouros e ouro numa cesta, botou roupas em cima e espalhou arroz torrado; e tendo vestido roupa suja e desfigurado sua pessoa, ela colocou a cesta na cabeça e saiu em hora não usual do dia, e ninguém a reconheceu. Ela saiu pelo portão norte; mas ela não conhecia o caminho, já que ela nunca tinha ido em lugar nenhum antes e era incapaz de marcar os pontos cardeais; assim já que ouvira falar que havia uma cidade chamada Kālacampā, ela senta-se e passa a perguntar se havia alguém que ia para para a cidade de Kālacampā. Bem, não era uma criança comum que estava em seu útero mas era o Grande Ser re-nato, após ter realizado as Perfeições, e todo o mundo de Sakra balançou-se com sua majestade.

Sakra considerando qual seria a causa, e refletindo que um ser de grande mérito devia ter sido concebido no útero dela, achou que devia ir e ver ; então ele criou uma carruagem coberta e preparou uma cama nela e parou na porta da casa em que ela estava sentada, como se ele fosse um velho ancião dirigindo carroça e perguntando se ninguém queria ir para Kālacampā. “Eu quero ir lá, pai.” “Então monte nessa carruagem, senhora, e tome seu lugar.” “Pai, estou grávida, não consigo subir ; seguirei atrás, apenas carregue esta minha cesta.” “Do que estais falando, mãe ? não há ninguém que saiba dirigir uma carruagem como eu ; não tema, apenas suba e sente.” Por seu poder divino ele fez a terra levantar-se enquanto ela subia, e a fez [a terra] tocar a traseira da carruagem. Ela subiu e deitou na cama, e ela soube então que devia ser um deus. Logo que deitou no leito divino ela dormiu. Sakra no final de cinqüenta quilômetros chegou em um rio, e ele a acordou, dizendo, “Mãe, desça e banhe-se no rio ; na cabeceira da cama há uma cogula, coloque-a ; e na carruagem há um bolo para comer, coma-o.” Ela fez tudo e deitou de novo e à tardinha quando ela alcançava Campā e via o portão, a torre de vigia e os muros, ela perguntou que cidade era aquela. Ele respondeu, “Cidade de Campā, mãe.” “O quê você está dizendo, pai? Não são noventa quilômetros de nossa cidade até Campā ?” “É sim , mãe, mas eu conheço um caminho reto.” Ele então a fez descer no portão sul ; “Mãe, minha vila é mais adiante, - entre na cidade,” e assim dizendo Sakra saiu fora, e sumiu, partindo para sua própria casa.

A rainha sentou num saguão [do portão]. Naqueles dias um certo Brahmin, recitante de hinos, que morava em Campā, ia com seus quinhentos discípulos banhar-se e a viu sentada lá tão bela e elegante, e, pelo poder do ser em seu útero, imediatamente enquanto a via ele concebia uma afeição por ela como por uma irmã mais nova, e fazendo seus pupilos ficaram do lado de fora ele entrou sozinho no saguão do portão e perguntou a ela, “Irmã, em que vila moras?” “Sou a rainha principal do Rei Aritthajanaka em Mithilā,” ela disse. “Por quê vieste para cá ?” “O rei foi morto por Polajanaka, e com medo vim para cá para salvar minha criança ainda não nascida.” “Há algum parente seu aqui nesta cidade?” “Não há nenhum, pai.” “Não fique ansiosa; sou um Brahmin do Norte de uma grande família, professor de larga fama, cuidarei de ti como de uma irmã, - chame-me seu irmão e agarre-se aos meus pés e chore alto.” Ela fez uma grande choradeira e caiu aos pés dele, e condoeram-se. Seus pupilos vieram correndo e perguntaram a ele o quê significava aquilo. “Esta é minha irmã mais nova, que nasceu no tempo em que eu estava fora.” “Oh professor, não chore, agora que por fim a conheceste.” Ele fez uma grande carruagem coberta ser trazida e a fez sentar e ser levada para sua própria casa, pedindo que avisassem sua esposa que era sua irmã e que ela fizesse tudo que fosse necessário. A esposa do Brahmin deu banho quente e preparou um cama para ela e a fez deitar. O Brahmin já tendo tomado banho voltou para casa ; e na hora da comida pediu que chamassem sua irmã e comeu com ela, e cuidou dela em casa. Logo depois ela deu a luz um filho, e o chamaram com o nome do avô, Príncipe Mahājanaka. Enquanto ele crescia e brincava com as crianças, - quando usavam provocá-lo com sua ascendência Kshatriya pura, ele batia duramente a partir de sua própria força superior e coragem no coração. Quando gritavam e perguntavam quem neles havia batido, respondiam apenas “O filho da viúva.” O príncipe refletiu “Eles sempre me chamam filho da viúva,- perguntarei a minha mãe sobre isto” ; e então um dia questionou-a, “Mãe, sou filho de quem? “ Ela o engana dizendo que o Brahmin era seu pai. Quando ele bateu de novo nos moleques noutro dia, eles o chamaram filho da viúva, e ele respondeu que o Brahmin era seu pai ; e quando eles replicaram “O quê o Brahmin tem a ver contigo?” ele ponderou, “Estes moleques dizem para mim ‘O quê o Brahmin tem a ver contigo?’ Minha mãe não me contará nada , ela não me dirá a verdade pelo bem da honra dela, - vamos, farei ela me contar a verdade.” Então quando ele estava mamando no peito dela ele mordeu o seio e disse para ela, “Diga-me quem é meu pai, - se não me disser cortarei seu seio fora.” Ela, sendo incapaz de enganá-lo, disse, “Meu filho, és filho do Rei
Aritthajanaka de Mitthilā ; teu pai foi morto por Polajanaka, e eu vim para esta cidade cuidando te salvar, e o Brahmin me tratou como uma irmã e cuidou de mim.” A partir de então não ficou mais com raiva quando era chamado filho da viúva : e antes que tivesse dezesseis anos tinha aprendido os três vedas e todas as ciências ; e quando com dezesseis mesmo tornou-se uma pessoa muito bonita. E pensou consigo mesmo, “Tomarei o reino que era de meu pai” ; e pediu a sua mãe “Você tem algum dinheiro disponível ? Se não, transportarei mercadorias, farei dinheiro e pegarei o reino de meu pai. ” “Filho, não vim sem nada, guardei pérolas e jóias e diamantes o suficiente para ganhar o reino – leve-os e tome o trono ; não precisa fazer transporte.” “Mãe,” ele disse, “me dê as jóias, mas levarei só metade, irei para Suvannabhumi e ganharei riquezas lá, e depois tomarei o reino.” Ele a fez trazer só metade, e tendo juntado a mercadoria colocou a bordo de um navio com alguns mercadores contratados em Suvannabhumi, e deu adeus à mãe dizendo que velejaria para aquele país. “Meu filho,” ela disse, “o mar tem poucas chances de sucesso e muitos perigos, - não vá,- tem riqueza bastante para tomar o reino.” Mas ele disse a ela que iria, - e assim embarcando no navio deu adeus. Naquele dia mesmo uma doença atingiu Polajanaka corporalmente e ele não podia levantar da cama. Haviam sete caravanas com suas bestas à bordo ; em sete dias o barco fez setecentas léguas náuticas, mas tendo ido muito violentamente não conseguiu ficar firme: - as pranchas começaram a ceder, a água a subir, e o barco a afundar no meio do oceano enquanto a tripulação chorava e se lamentava e invocava a seus diferentes deuses. Mas o Grande Ser nem chorava nem lamentava nem invocava qualquer deidade, mas sabendo que o barco estava condenado, misturou algum açúcar com ghee e mantendo a barriga cheia, esfregou óleo nas suas roupas limpas e apertou-as bem e encostou-se ao mastro. Enquanto o barco afundava o mastro ficava ereto. A multidão à bordo virou comida de peixes e tartarugas, e a água ao redor ficou cor de sangue ; mas o Grande Ser, permanecendo no mastro, tendo certificado-se para que lado ficava Mitthilā saltou do topo do mastro e pela sua força passou além dos peixes e tartarugas caindo a uma distância de 140 côvados de distância do barco. Naquele dia mesmo Polajanaka morreu. Depois disto o Grande Ser cruzou pelas ondas cor de jóias, fazendo seu caminho como uma massa dourada, tendo passado uma semana como se fosse um dia e quando viu praia novamente ele lavou a boca com água salgada e manteve jejum. Bem, naquele tempo uma filha dos deuses chamada Manimekhalā tinha sido indicada guardiã do mar pelos quatro guardiães do mundo. Disseram a ela, “Aqueles seres que possuem tais virtudes como reverência pela mãe e semelhantes, não merecem morrer no mar, - vigie isto” ; mas por aqueles sete dias ela não olhou para o mar, pois dizem sua memória extraviara-se no gozo da felicidade divina, e outros dizem também que ela estava presente numa assembléia divina ; contudo por fim ela olhou, dizendo para si mesma, “Este é o sétimo dia que não olho o mar, - quem é que está lá longe ?” E enquanto via o Grande Ser ela pensou consigo mesma, “Se Príncipe Mahājanaka perecesse no mar não manteria meu lugar na assembléia divina !” e então assumindo uma forma adornada pousou no ar não distante do Bodhisatva e pronunciou a primeira estrofe, enquanto testava os poderes dele:

Quem és tu, lutando como homem aqui no meio do oceano distante da terra?
Quem é o amigo em que confias, para te emprestar mão auxiliadora ?

O Bodhisatva respondeu, “Este é meu sétimo dia aqui no oceano, não vejo outro ser vivo aqui além de mim, - quem pode ser que fala comigo?” e, olhando para o ar, pronunciou a segunda estrofe:

Sabendo de meu dever no mundo, lutar, Oh deusa, enquanto posso,
Aqui no meio do oceano distante da terra faço o melhor como um homem.

Desejosa de escutar doutrina sonora, ela pronunciou para ele a terceira estrofe:-

Aqui neste deserto vasto e profundo onde não há praia a vista,
Teus esforços melhores são vãos, - aqui no meio do oceano, deves morrer.

O Bodhisatva respondeu, “Por quê falas assim ? Se pereço enquanto me esforço o máximo, escapo em todos eventos de culpa,” e ele falou a estrofe:

Aquele que faz tudo que um homem pode fazer está livre de culpa no sangue,
O senhor do céu o isenta também e ele não sente remorso por dentro.

Então a deusa falou uma estrofe:

Para que este esforço , onde trabalho estéril é todo teu ganho,
Onde não há prêmio a ganhar e só morte por toda tua dor?

Então o Bodhisatva pronunciou estas estrofes para mostrar a ela a vontade dela de discernimento:

Aquele que pensa que nada há a ganhar e não luta enquanto pode,-
Seja dele a culpa do que quer que perca, - foi seu coração fraco que fez perder o dia.
Pessoas neste mundo fazem planos e negócios como acham melhor,-
Os planos podem falhar ou prosperar, - o futuro desconhecido apresenta o resto.
Não vês, deusa, aqui ho-je são nossas ações que decidem;
Afogados estão os outros, - estou salvo, e tu estais parada do meu lado.
Assim sempre farei o melhor brigando através do oceano até a praia;
Enquanto mantenho forças lutarei, só me rendendo quando não puder mais lutar.

A deusa, escutando as palavras corajosas, pronunciou a estrofe de louvor:

Tu que tão bravamente lutas neste feroz mar sem limites
Sem encolher-se à tarefa almejada, lutando onde o dever te chama,
Vá onde teu coração quer te levar, nem estorvo nem obstáculo haverão.

Então ela perguntou a ele para onde podia levá-lo, e com a resposta dele “para a cidade de Mithilā,” ela o puxou para cima como uma guirlanda e tomando-o em ambos os braços e fazendo-o parar no seu seio, tomou-o como se fosse uma querida criança e lançou-se no ar. Por sete dias o Bodhisatva dormiu, seu corpo molhado da água que espirrava e arrepiado com o contacto celeste. Então ela o trouxe para Mithilā e o deixou virado do lado direito na pedra cerimonial do bosque de manga, e, deixando-o ao cuidado da deusa do jardim, partiu para sua própria morada. Bem Polajanaka não tinha filhos: ele deixou somente uma filha, sábia, e escolada, chamada Sivalidevi. ...
(continua no Jātaka 539).



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