segunda-feira, 31 de agosto de 2009

As sete semanas



Os quarenta e nove dias, sete semanas. Cenas da vida de Buddha : parte do sat satiya, ou sete semanas de jejum. (Parte de um MS Sinhalese, escrito em 1811 A. D., que estava em posse de um monge chamado Velivita, de Malvatte Pansaal, a quem desceu em sucessão pupilar no começo do séc. XX. Coomaraswamy, A. K., Mediaeval Sinhalese Art, 1956, pl. XVIII. Medida original 9 x 9 polegadas.) . Clique na imagem para vê-la ampliada.
Acima a esquerda, quarta semana, Buddha sentado no pavilhão dourado que os Deuses (Devas) erigiram, refletindo sobre o Dharma.
Acima a direita, quinta semana, Buddha debaixo da árvore Ajapala, tentado pelas filhas de Mara.
Abaixo a esquerda, sexta semana, Buddha protegido pela Naga Mucalinda.
Abaixo a direita, sétima semana, Buddha recebendo as ofertas de mingau de arroz dos dois Brahmins mercadores e as tigelas dos regentes dos quatro-Quartos. (Aparecem cinco posto que o meio é contado).
“Gautama, que agora era Buddha, o Iluminado, permaneceu sentado e imóvel por sete dias entendendo a benção do Nirvana ; e depois levantando, permaneceu em pé por mais sete dias, incansavelmente olhando o lugar onde ganhou o fruto de atos incontáveis de virtude heróica realizados em vidas passadas : então por mais sete dias ele andou para cá e para lá ao longo de um caminho de claustro do Oeste para Leste, que estendia-se do trono debaixo da Árvore da Sabedoria até o lugar da Contemplação Constante ; e novamente por sete dias ele ficou sentado em um pavilhão obra dos deuses próximo do mesmo lugar e lá reviu em detalhe, livro a livro, tudo que é ensinado no Abhidharma Pitaka, assim como toda a doutrina da causalidade ; então por sete dias mais ele sentou debaixo da árvore Nigrodha da oferta de Sujata, meditando na doutrina e na doçura do Nirvana – e de acordo com alguns livros foi nesta hora que a tentação das filhas de Mara aconteceu ; e então por mais sete dias durante um terrível temporal, o rei serpente Mucalinda o protegeu com suas sete cristas ; e por mais sete dias ele sentou debaixo da árvore Rajayatana, ainda gozando da doçura da liberação. ... Só no último dia das sete semanas ele quis se lavar e comer e recebendo água e escova de dentes do deus Sakra, Buddha lavou a face e sentou-se ao pé da árvore. Bem naquela hora dois mercadores brahmins viajavam com uma caravana vindos de Orissa para o país do meio e um Deva, que fora parente dos mercadores em vida anterior, parou os carros deles e moveu seus corações a fazer ofertas de arroz e pão de mel para o Senhor, chamavam-se Tapussa e Bhallika. Foram até ele e falaram : “Ó Abençoado, tenha piedade de nós e aceite esta comida.” Bem, o Buddha não mais possuía tigela e como Buddhas nunca recebem ofertas nas mãos, ele refletiu em como as aceitaria. Imediatamente os Quatro Grandes Reis, os Regentes dos Quartos, dos Quatro Cantos, da Rosa / Lótus dos Ventos, Dhatarattha, Virulhaka, Virupakka e Vessavana (ou Kuvera), apareceram diante dele, cada um com uma tigela ; e de modo a que nenhum ficasse desapontado, o Buddha pegou as quatro tigelas e colocando uma acima da outra, tornou-as uma, mostrando apenas as quatro linhas ao redor da boca e nesta tigela o abençoado recebeu a comida e comeu e agradeceu. ... “
( Coomaraswamy, A. K., Buddha and the Gospel of Buddhism, p. 35s, revised edition by Dona Luisa Coomaraswamy, NY, 1964. )
Ho-je é lugar de peregrinação, Bodh Gaya (Buddha Gaya) no estado de Bihar ao norte da Índia, o lugar destes acontecimentos.

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