segunda-feira, 24 de agosto de 2009

345 Buddha e a Tartaruga



345
“Se uma chama correr...etc.” - Esta história foi contada pelo Mestre em Jetavana, relativa a um indolente Irmão. Ele era, como foi dito, da nobreza e vivia em Sāvatthi. E depois de aceitar com o coração a doutrina e tomar ordens, ele tornou-se preguiçoso, e em relação à repetição da Lei, catequese, iluminação devota e o giro das obrigações sacerdotais, não entrou integralmente nelas, sendo envolvido por seus pecados, e encontrando-se sempre em lugares públicos de passeio e descanso. Os Irmãos discutiam a preguiça dele no Salão da Verdade dizendo, “Tal irmão, senhores, após tomar ordens numa fé tão excelente, que leva à Salvação, ainda é preguiçoso e indolente e dominado por pecados que o envolvem.” Quando o Mestre veio e perguntou o quê os Irmãos discutiam juntos, entendendo o quê era, disse, “Não apenas agora, Irmãos, mas antes também ele foi preguiçoso.” E assim falando contou um conto(a) do mundo antigo.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva era seu valoroso ministro. O rei de Benares era preguiçoso e o Bodhisatava considerava algum jeito de levantar o rei. Um dia o rei foi para o jardim, acompanhado de seus ministros, enquanto vagava passou a espiar uma preguiçosa tartaruga. Criaturas indolentes como estas, dizem, apesar de moverem-se um dia todo, deslocam-se apenas duas ou três polegadas.
O rei vendo, perguntou qual o nome deste bicho. O Bodhisatva respondeu, “A criatura chama tartaruga, grande rei; e é tão preguiçosa e apesar de mover-se um dia todo, só desloca-se duas polegadas.” E dirigindo-se à tartaruga, disse o Bodhisatva, “Oi, senhora tartaruga! Seu movimento é lento. Suponha que conflagre-se uma floresta, que farias?” E falou a primeira estrofe:

Se uma chama correr pelo bosque,
Deixando um caminho de cinzas atrás,
Como, Senhor Malandro, lento em locomover-se,
Caminho seguro encontrarias ?

A tartaruga escutando repetiu a segunda estrofe:

Buracos abundam em todo lado,
Frestas hão em toda árvore,
Aqui encontrarias um refúgio
Ou nosso fim seria.

Escutando isto o Bodhisatava falou duas estrofes:

Aquele que corre quando deve descansar,
Ou demora-se quando a maior velocidade exige-se,
Destrói o leve material de seus bens,
Como folha seca é esmagada debaixo de calcanhar.
Mas aqueles que esperam o tempo, nem correm precipitados,
Consumam seus propósitos, como a sua órbita a lua.

O rei escutando estas palavras do Bodhisatva, daí em diante deixou de ser indolente.
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O Mesrte, tendo terminado sua lição, ientificou o Jataka : “Naquele tempo o Irmão preguiçoso era a tartaruga e eu mesmo era o sábio conselheiro.”

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