quarta-feira, 19 de agosto de 2009
342 Buddha Macaco
342
“Atravessei àgua...etc.”- Esta história foi contada pelo Mestre quando residia no Bosque de Bambu, relativa a tentativa de Devadatra em matar o Buddha. O incidente que leva à história já foi dado em detalhe.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva veio à vida como um jovem macaco na região do Himālaia. E quando já adulto vivia nas margens do Ganges. Bem, uma certa crocodila no Ganges concebeu o desejo pela carne do coração do Bodhisatva e disse para seu crocodilo esposo. Ele pensou, “Matarei o Bodhisatva afundando-o na água e tomarei seu coração e darei à minha esposa.” Então ele disse ao Bodhisatva, “Venha meu amigo, vamos e comeremos frutos daquela ilha distante.”
“Como chegarei lá?” ele perguntou.
“Eu o colocarei nas minhas costas e o levarei até lá,” respondeu o crocodilo.
Inocente do propósito do crocodilo ele pulou em suas costas e sentou. O crocodilo depois de nadar um pouco começou a afundar. Então o macaco disse, “Por que senhor, afundas na água?”
“Vou matá-lo,” disse o crocodilo, “e dar a carne do seu coração para minha esposa.”
“Camarada tolo!” disse o macaco, ”achas que meu coração está dentro de mim?”
“Então onde você o colocou?”
“Não o vês pendurado lá na figueira distante?”
“O vejo,” disse por fim o crocodilo. “Mas você o dará para mim?”
“Sim, darei,” disse o macaco.
Então o crocodilo – tolo como era – levou-o e nadou até a figueira distante na praia do rio. O Bodhisatva saltando das costas do crocodilo pendurou-se na figueira e repetiu as estrofes:
Atravessei àgua, peixes e passei para a terra
Só para no fim cair em teu poder ?
Chega de jaca e jambo,
Melhor pegar figos que mangas distantes.
Aquele que em grandes ocasiões falha de sair
Debaixo dos pés dos inimigos, jaz no solo prostrado :
Aquele pronto a saber uma crise em seu fado
Não teme nunca a opressão do inimigo.
Assim o Bodhisatva nestas quatro estrofes diz como ter sucesso nos afazeres do mundo e então desapareceu na densa floresta.
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O Mestre tendo levado a lição ao fim, identificou o Jataka : “Naquele tempo Devadatra era o crocodilo e eu mesmo era o macaco.”
// jātaka 208.
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