quarta-feira, 13 de maio de 2009

289 Vivemos numa única...etc.


289
“Vivemos numa única...etc.” - Esta história o Mestre contou em Jetavana sobre o venerável Ānanda aceitar um artigo valioso. As circunstâncias serão expostas no Jataka 456. "Durante os primeiros vinte anos da vida de Gautama enquanto Buddha, seus ajudantes não eram sempre os mesmos : as vezes Ancião Nagasamala, outras Nagita, Upavana, Sunakkhatra, Cunda, Sagala, e as vezes Meghiya ajudavam o Mestre. " Depois nos últimos vinte e cinco anos , é Ananda quem ajuda.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva nasceu como filho de sua Rainha. Ele cresceu e foi educado em Taxila (Takkasila) ; e tornou-se rei com a morte do pai. Havia um sacerdote da família que foi afastado do posto e sendo muito pobre vivia em uma casa velha.
Uma noite aconteceu que o rei estava andando pela cidade disfarçado, explorando-a. Alguns ladrões, já tendo realizado trabalho, bebiam em uma taberna, casa de vinhos, e levavam um pouco de bebida para casa numa jarra. Eles o viram na rua e gritaram - “Alô, quem és tu ?” socando-o, derrubando-o e tirando seu manto ; então eles pegaram a jarra e saíram fora, escarnecendo dele enquanto isto.

O brahmin acima citado, calhava de estar na rua observando as constelações. Ele viu o rei cair em mãos inimigas e chamou sua esposa ; rapidamente ela veio, perguntando o quê era. Disse ele, “Esposa, nosso rei caiu em mãos inimigas !” “Pois senhor,” disse ela, “que relações tens com o rei ? Os brahmins dele verão isto.” Isto o rei escutou e seguindo ainda um pouco, gritou para os tratantes, “Sou pobre, mestres – levem meu manto e deixem-me ir !” Como ele repetia isto várias vezes, eles o deixaram ir por piedade. Ele tomou nota do lugar que viviam e retornou.

Disse o brahmin para sua esposa, “Esposa, nosso rei livrou-se das mãos dos inimigos !” O rei escutou isto como antes ; e dirigiu-se para o palácio.

Quando aurora veio, o rei reuniu seus brahmins e fez perguntas a eles.
“Vocês têm feito observações ?”
“Sim, meu senhor.”
“São fastas ou nefastas ?”
“Fastas, meu senhor.”
“Nenhum eclipse ?”
“Não, meu senhor, nenhum.”
Disse o rei, “Vão e busquem para mim o brahmin de tal e tal casa,” dando as indicações.
Assim eles buscaram o velho capelão e o rei passou a questioná-lo.
“O senhor fez observações na noite passada, mestre ?”
“Sim, meu senhor, fiz.”
“Houve algum eclipse ?”
“Sim, meu senhor : noite passada tu caístes em mãos de teus inimigos e logo ficaste livre novamente.”
O rei disse, “Este é o tipo de homem que um contemplador de estrelas deve ser.” Ele demitiu os outros brahmins ; ele disse ao brahmin velho que estava agraciado com ele e o mandou que fizesse um pedido. O homem pediu licença para consultar a família e o rei permitiu.
O homem reuniu esposa e filho, nora e empregada, e colocou o problema diante deles. “O rei me concedeu um pedido ; que devo pedir ?”
Disse a esposa, “Me arranje cem vacas leiteiras.”
O filho, chamado Chatra, disse, “Para mim, uma charrete puxada por corcéis brancos como lírio.”
A nora, “Para mim, todo tipo de bijuterias, brincos com gemas e coisa assim !”
E a empregada (cujo nome era Punna), “Para mim, pilão e cuia e uma cesta com peneira.”
O brahmin mesmo queria ter o feudo de uma cidade como pedido. Então quando retornou para o rei e o rei querendo saber se a esposa pedira, o brahmin respondeu, “Sim, meu senhor rei ; mas os que pediram não são todos concordes “; e repetiu um par de estrofes :-

Vivemos numa única casa , Ó rei,
Mas não queremos todos a mesma coisa.
Minha esposa quer - cem vacas ;
Uma vila próspera, para mim ;
O estudante claro quer carro e cavalos,
A garota, brincos finos.
Enquanto a pobre e pequena Punna, a empregada,
Quer pilão e cuia, disse ela !

“Está certo,” disse o rei, “todos terão o que querem” ; e repetiu as linhas restantes :-

Dê cem vacas para a esposa,
Para o bom homem uma vila para viver,
E brincos em jóias para a filha :
Uma charrete com uma parelha, como parte do estudante,
E a empregada ganha seu pilão e cuia.

Assim o rei deu ao brahmin o quê ele desejava e grande honra além disso ; e mandando que ele se ocupasse daí em diante com os negócios do rei, manteve o brahmin ajudando ao rei mesmo.
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Quando o Mestre terminou este discurso, identificou o Jataka : “Naquele tempo o Brahmin era Ananda mas o rei era eu mesmo.”

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