sexta-feira, 8 de maio de 2009

286 Buddha Boi Pelo Vermelho


286
“Não inveje o quê ...etc.” - Esta história o Mestre contou em Jetavana sobre a tentação por uma garota gorda. As circunstâncias serão explicadas no Jataka 477. Então o Mestre perguntou a este irmão se era verdade que apaixonara-se. Sim, ele disse. “Por quem ?” o Mestre perguntou. “Por uma garota gorda.” “Esta mulher, irmão,” disse o Mestre, “é tua ruína ; tempos atrás, como agora, te tornaste comida para a multidão por causa do teu desejo de casar com ela.” Então com o pedido dos irmãos ele contou um conto do mundo antigo.
____________________

Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva era um boi chamado Grande Pelo Vermelho e seu irmão mais jovem chamava-se Pequeno Pelo Vermelho. Ambos trabalhavam para uma família em uma vila.

Havia nesta família uma garota crescida que foi pedida em casamento por outra família. Bem na primeira família, um porco chamado Saluka (lit. comedor de aipo), estava sendo engordado, com o propósito de ser servido na festa do dia do casamento ; ele costumava dormir em um chiqueiro.

Um dia, Pequeno Pelo Vermelho disse a seu irmão, “Irmão, trabalhamos para esta família e os ajudamos a ganhar o sustento deles. Contudo eles apenas nos dão grama e capim, enquanto alimentam aquele porco lá com mingau de arroz e o deixam dormir no chiqueiro ; o quê ele faz por eles ?”

“Irmão,” disse Grande Pelo Vermelho, “não cobice o mingau dele. Eles querem fazer uma festa com ele no dia de casamento da jovem senhora, daí porque o engordam. Espero alguns dias e o verás ser arrastado do chiqueiro, abatido, cortado em pedaços e comido pelos convidados.” Assim falando compôs duas estrofes :-

Não inveje o quê este Saluka come ;
É mortal o alimento que toma.
Fique feliz e coma teu farelo :
Significa longa vida para ti.

Logo chegarão os convidados.
Com suas fofocas e algo mais.
Todo cortado, pobre Saluka,
Com seu grande nariz chato, ficará.

Poucos dias depois, chegaram os convidados do casamento e Saluka foi abatido e transformado em comida. Ambos os bois, vendo o que aconteceu com ele, consideraram que seu próprio farelo, era melhor.
________________

O Mestre em sua perfeita sabedoria, repetiu a terceira estrofe a guisa de explicação:

Quando viram o nariz chato abatido
Cortado, pobre Saluka,
Disseram os bois, 'Melhor a metade',
Certamente é nosso humilde farelo !

Quando o Mestre terminou este discurso, ele declarou as Verdades e identificou o Jataka :- na conclusão das Verdades, o Irmão em questão atingiu a fruição do Primeiro Caminho :- “Naquele tempo, a garota gorda era a mesma, o irmão apaixonado era Saluka, Ananda era Pequeno Pelo Vermelho e eu era Grande Pelo Vermelho.”

 [ n. do tr. : Jatakas // são os de número 30 e 477. Esopo Buddhista coloca um Bezerro no lugar do porco em seu número 92. E o Jataka serve para o entendimento da frase platônico / socrática, e anteriormente Buddhista, 'a metade é maior que o todo'. Onde a metade é esta ausência dos sentidos soltos (tão cara à sociedade, perdida, moderna, que considera os sentidos, tanto na ciência quanto nas artes, o método, o fim e a finalidade principal, desconsiderando o entendimento mesmo) : como uma tartaruga que recolhe seus membros para dentro da couraça, carapaça. Imagem oriental. ]










Nenhum comentário: