segunda-feira, 19 de outubro de 2009
373 Buddha Professor
Veluvana, Bambual, Bosque de Bambus, Índia.
373
“As pessoas gritam...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto residia no Bosque de Bambus, sobre Ajātasatru. O incidente que levou à história já foi contado no Jātaka 338. Aqui o Mestre também vê o rei no mesmo momento brincando com seu garoto e também escutando a Lei. E sabendo como sabia que adviria perigo ao rei a partir deste seu filho, ele disse, “Senhor, reis antigos suspeitaram do que estava aberto a suspeita, e mantiveram seus herdeiros em confinamento, dizendo, ‘Deixe-os exercerem a lei depois que nosso corpo estiver queimado na pira fúnebre.’ “ E com isto ele contou uma história do passado.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu numa família brahmin, e tornou-se um famoso professor. O filho do rei de Benares, que chamava-se príncipe Yava (Cevada), depois de aplicar-se diligentemente na aquisição de todas as artes liberais com ele, e estando ansioso em partir , deu-lhe adeus. O professor, sabendo pelo seu poder de adivinhação que perigo adviria a ele através do filho, considerou como remover este perigo, e começou a procurar ao redor uma ilustração apropriada.
Bem, ele tinha nestes dias um cavalo e um machucado apareceu na sua pata. De modo a ter atenção apropriada ao machucado, o cavalo foi mantido no estábulo. Perto havia um poço. E um camundongo usava aventurar-se para fora de sua toca e mordiscar o machucado da pata do cavalo. O cavalo não podia parar com isto e um dia incapaz de agüentar a dor, quando o camundongo veio mordê-lo, matou-o com o casco e chutou-o para o poço. Os tratadores não vendo o camundongo disseram, “Outros dias o camundongo vinha e mordia o machucado mas agora não o vemos mais. O quê aconteceu com ele?” O Bodhisatva testemunhou a coisa toda e disse, “Outros por não saberem perguntam, ‘Onde está o camundongo?’ Mas eu apenas sei que o camundongo foi morto pelo cavalo, e atirado no poço.” E fazendo deste fato mesmo uma ilustração, compôs a primeira estrofe e a deu ao jovem príncipe.
Procurando por outra ilustração, ele viu o mesmo cavalo, quando o machucado estava curado, sair e caminhar para um campo de cevada comer um pouco, e atravessar a cabeça por um buraco na cerca, e tomando isto por ilustração compôs a segunda estrofe e a deu ao príncipe. Mas a terceira estrofe ele compôs com o conhecimento de sua mãe mesma e a deu também a ele. E disse, “Meu amigo, quando estiveres estabelecido no reino, e fores à tarde para a piscina de banho, caminhando em frente a escada, repita a primeira estrofe ; e quando entrares no palácio em que moras, andando ao pé da escada, repita a segunda ; e quando estiveres no topo da escada, repita a terceira. E com estas palavras se despediu. [N. do tr.: a escada aqui tem um sentido de ponte entre céu e terra].
O jovem príncipe retornou para casa e ficou com a função de vice-rei, e com a morte de seu pai tornou-se rei. Teve um filho único, e quando este tinha dezesseis anos estava ansioso em tornar-se rei. E fazendo a cabeça para matar seu pai, disse a seus criados, “Meu pai ainda é jovem. Quando eu vier a olhar a sua pira fúnebre já serei um velho caquético. Então que vantagem teria em asssumir o trono ?” “Meu senhor,” eles disseram, “está fora de cogitação para ti ir para a fronteira enfrentar rebeldes. Deves encontrar um jeito ou outro de matar teu pai e tomar o reino.” Ele logo concordou, e foi à tarde, tomando a espada esperar no palácio real junto da piscina de banho , preparado para matar seu pai. O rei à tarde enviou uma empregada chamada Musikā (Camundonga), dizendo, “Vá e limpe a piscina. Tomarei banho.” Ela foi e enquanto estava limpando viu o príncipe. Temendo que fosse revelado o que faria, ele a cortou em duas com sua espada e atirou o corpo no poço. O rei veio se banhar. E todos disseram, “Ho-je a empregada Musikā não voltou. Onde ela foi?” O rei foi para a borda do tanque e repetiu a primeira estrofe:
As pessoas gritam, ‘Onde ela foi?
Camundonga, para ondes fugistes?’
Só eu sei :
No poço jaz morta.
Pensou o príncipe, “Meu pai descobriu o quê fiz.” E tomado de pânico fugiu e contou tudo aos empregados. Depois de sete ou oito dias, eles novamente dirigiram-se ao príncipe e disseram, “Meu senhor, se o rei soubesse não silenciaria. O que ele disse foi apenas suposição. Mate-o.” Então um dia ele ficou no pé da escada com a espada na mão, e quando o rei viesse, ele procuraria uma oportunidade de atingí-lo. O rei veio repetindo a segunda estrofe:
Como uma besta com carga, parada
Tu tens que virar e revirar
Tu que Camundonga mataste,
Satisfeito Cevada comerá, duvido.
Pensou o príncipe, “Meu pai me viu,” e fugiu apavorado. Mas no final de quinze dias ele pensou, “Matarei o rei com um golpe de pá.” Então pegou um instrumento da forma de uma colher com um cabo longo e esperou parado. O rei que subira ao alto da escada, repetiu a terceira estrofe:
Tu és apenas um covarde doido,
Como um bebê com seu brinquedo,
Segurando este instrumento que parece colher,
Vou acabar contigo, garoto infeliz.
Naquele dia incapaz de fugir prostrou-se aos pés do rei e disse, “Senhor, poupe minha vida.” O rei depois de repreendê-lo amarrou-o em cadeias e jogou na prisão. E sentando num magnífico assento real sombreado por um parassol branco , disse, “Nosso professor, brahmin famoso anteviu para nós este perigo e deu-nos três estrofes.” E estando altamente feliz, na intensidade da sua alegria pronunciou o resto dos versos:
Não sou livre por morar no céu,
Nem por algum ato de piedade filial.
Não, quando minha vida foi buscada por este meu filho,
Ganhei escape da morte através do poder dos versos.
Conhecimento de todo tipo apto esteja a aprender,
E tudo o que ele possa significar discirna :
Apesar de não usá-lo, tempo chegará
Quando o que ouviste poderá te ajudar.
Logo logo com a morte do rei o jovem príncipe foi estabelecido no trono.
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O Mestre aqui terminou a lição e identificou o Jataka : “Naquele tempo o professor famoso era eu mesmo.”
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