segunda-feira, 5 de outubro de 2009

365 Buddha Fazendeiro de milho



365
“Olhe ! Aqui estamos...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto residia em Jetavana, relativa a um sacerdote de idade. A história já foi relata inteira no Jataka 249. Nesta versão também o velho após ordenar um rapaz da vila, abusava e batia nele. O rapaz escapava e retornava para o mundo. O velho novamente o admitia nas ordens e agia justo como antes. O jovem, após ter retornado ao mundo três vezes, sendo solicitado a voltar, nem mesmo olhou no rosto do velho. O assunto foi falado no Salão da Verdade, como que certo ancião não podia viver com o noviço nem sem ele, enquanto o garoto após entender a falta de têmpera do velho, sendo um rapaz sensível, nem mesmo olhou na cara dele. O Mestre entrou e perguntou qual era o assunto da discussão. Quando disseram a ele, falou, ”Não agora apenas, Irmãos, mas antes também este mesmo jovem foi noviço sensível, que após perceber a falta do ancião nem mesmo quis olhar para ele.” E assim falando ele contou uma história do passado.
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Certa vez no reino de Brahmadatra, rei de Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu numa família de fazendeiro de milho. E quando cresceu, tirava sustento vendendo milho. Então, um certo encantador de serpentes pegou um macaco e o treinou para brincar com uma cobra. E quando o festival foi proclamado em Benares, ele deixou o macaco com o fazendeiro de milho e saiu perambulando por sete dias, brincando com a cobra. O fazendeiro enquanto isto alimentou o macaco com comida sólida e macia. No sétimo dia o encantador de serpente bêbado do festival, veio e bateu no macaco três vezes com um pedaço de bambu e pegando-o e levando-o ao jardim, amarrou-o e caiu no sono. O macaco soltou-se dos laços, e subindo na mangueira, lá sentou comendo manga. O encantador de serpente ao acordar viu o macaco pendurado na árvore e pensou, “Para pegá-lo devo engambelá-lo.” E falando com ele repetiu a primeira estrofe:-

Vejam! Aqui estamos, meu querido,
Como jogador diante de dado parado.
Deixe cair umas mangas: bem sabemos,
Devemos a teus truques nosso sustento.

O macaco, escutando isto, falou os versos restantes:

Teus louvores, amigo, soa sem sentido;
Querido macaco, nunca foi achado.
Quem no depósito, bêbado, prego,
Deixou-me ferido de pancada e faminto, ho-je?
Quando eu, encantador de serpente, lembro
A cama de dor em que me deitei,
Apesar de algum dia poder ser rei,
Nenhum pedido de mim, este favor deve extrair,
Lembrando tua crueldade.
Mas se uma pessoa, sabe-se, vive
Contente em casa, está apta a dar,
E brota de raça gentil, o sábio
Com tais, o laço mais apertado, deve formar.

Com estas palavras o macaco perdeu-se numa multidão de companheiros macacos.
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O Mestre aqui terminou sua lição e identificou o Jataka : “Naquele tempo o velho era o encantador de serpentes, o noviço era o macaco e eu mesmo era o vendedor de milho.”

// Jātaka 249. 

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