quarta-feira, 7 de outubro de 2009

367 Quem chamou um...etc.




                 Veluvana, Bambual, Bosque de Bambus, Índia.

367
“Quem chamou um...etc.” - Esta é uma história contada pelo Mestre enquanto vivia no Bosque de Bambu, Bambual, em referência a fala de que Devadatra nem mesmo dá medo.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu na família de um fazendeiro do interior e quando era criança brincava com outros meninos aos pés de uma árvore banian na entrada da vila. Um médico pobre e velho na época sem experiência, extraviou-se para fora da vila naquele lugar e viu uma serpente dormindo numa forquilha d'árvore, com a cabeça franzida. Ele pensou, “Não há nada a fazer no arraial. Vou engambelar estes meninos e fazer a cobra mordê-los, e então pegarei algo para curá-los.” E assim falou ao Bodhisatva, “Se você visse um filhote de ouriço-cacheiro, você pegaria?” “Sim, eu pegaria,” ele respondeu.
“Veja, aqui tem um descansando na forquilha desta árvore,” disse o homem velho.
O Bodhisatva, sem saber que era uma serpente, subiu na árvore e pegou-a pelo pescoço mas quando descobriu que era uma serpente, não deixou que ela se virasse contra ele, mas apertando bem forte, impetuosamente a atirou para longe. Ela caiu no pescoço do médico velho, e enrolando-se ao redor dele, o mordeu, tão severamente, que os seus dentes entraram na carne e o velho homem caiu morto no lugar, e a serpente fugiu. As pessoas juntaram-se ao redor, e o Grande Ser, expondo a Lei reuniu uma multidão, repetindo estes versos:

Quem chamou um amigo para apanhar
Uma serpente mortal, como se ouriço fora, se te agrada,
Foi morto pela mordida da serpente
Como alguém que desejava o mal a seu vizinho.
Aquele que anseia em atacar
Uma pessoa que nunca atacaria de volta,
É atacada e jaz deitada,
Justo como este tratante severamente machucado pelo golpe fatal.
Assim, pó que alguém joga
Contra o vento, é soprado de volta a face ;
E maldade projetada contra alguém
Que é santo, e não fez nenhum mal,
Para a cabeça do tolo por fim
Retorna, como poeira atirada contra a tempestade.
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O Mestre aqui terminou sua lição e iedntificou o Jataka : “Naquele tempo o médico velho era Devadatra, o jovem sábio era eu mesmo.”




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