segunda-feira, 12 de outubro de 2009
370 Buddha Ganso dourado
370
“O ganso disse àrvore da Judéia...etc.” - Esta história foi contada pelo Mestre enquanto morava em Jetavana sobre a censura ao pecado. O incidente que leva à história será estabelecido no Pañña Jātaka [que parece desconhece-se mas com a referência direta aos quinhentos convertidos que moravam numa rua de Jetavana] (cf. Jataka 459). Nesta ocasião o Mestre dirigiu-se aos Irmãos e disse, “Irmãos, deve-se suspeitar do pecado. Apesar de pequeno como um broto de banian, pode-se mostrar fatal. Sábios antigos também suspeitaram do que era para ser suspeito.” E assim contou uma história do passado.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva veio à vida como um gansinho dourado e quando tornou-se um ganso crescido, vivia numa caverna dourada, no monte Citrakuta no Himālaia e acostumara-se a ir constantemente comer em um arrozal selvagem que crescia em um lago natural. No caminho do seu chegar e sair havia uma árvore da Judéia, grande. Sempre chegando e saindo pousava e descansava nesta árvore. Assim brota uma amizade entre ele e a divindade que nela habitava. Passa o tempo e uma galinha depois de comer o fruto maduro de uma banian, veio e pousou na árvore da Judéia, e deixou cair os excrementos na forquilha. De lá então espalha-se uma jovem banian que cresceu uma altura de quatro polegadas e era brilhante com brotos vermelhos e as folhas. O ganso real, vendo isto, dirigiu-se à deidade guardiã d'árvore dizendo, “Minha amiga, toda árvore em que brota uma banian é destruída com seu crescimento. Não a deixe crescer ou destruirá seu domicílio. Retroceda logo, e arranque a raiz jogue-a fora. Deve-se suspeitar do que é suspeito.” E assim conversando com o espírito da árvore o ganso falou a primeira estrofe:-
O ganso disse àrvore da Judéia,
‘ Um broto de banian te ameaça :
O que levanta-se em teu seio
Eu temo, te lacerará membro por membro.’
Ouvindo isto o deus-árvore, sem aceitar o conselho, falou a segunda estrofe:
Bem! Deixe-a crescer e assim serei
Um refúgio para a árvore banian,
E velando-a com amor parental
Se mostrará para mim uma benção.
Então o ganso pronunciou a terceira estrofe:
É um broto maldito, temo,
O que levanta-se em teu seio.
Digo adeus e saio voando daqui,
Este crescimento, ai ! me desgosta.
Com estas palavras o ganso real abriu suas asas e voltou direto para o monte Citrakuta. E depois deste dia não mais lá voltou. Passa o tempo e o broto de banian cresce. Esta árvore também tinha sua deidade guardiã. E no seu crescimento, quebrou a árvore da Judéia, quebrando junto o domicílio do deus árvore que também caiu. Neste momento refletindo sobre as palavras do ganso real, o deus árvore pensou, “O rei dos gansos previu este perigo no futuro e me avisou mas não escutei suas palavras.” E assim lamentando-se pronunciou a quarta estrofe:
Uma aparição implacável como a altura do Meru
Trouxe-me um apuro terrível ;
Desprezando as palavras que o amigo ganso disse,
Estou agora rodeado de pavor.
Assim fez a banian, quando crresceu, quebrou toda a árvore da Judéia e a reduziu a um mero cepo, e a habitação do deus árvore desapareceu totalmente.
Sábios abominam a coisa parasítica
Que sufocam a forma à qual amam pendurar-se.
O sábio, suspeitando perigo da erva daninha,
Destrói a raiz antes que vire semente.
Esta foi a quinta estrofe, inspirada pela Sabedoria Perfeita.
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O Mestre aqui, sua lição terminada, revelou as Verdades e identificou o Jataka :- Na conclusão das Verdades os quinhentos Irmãos atingiram a Santidade: - “Naquele tempo eu mesmo era o ganso dourado.”
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