quinta-feira, 15 de outubro de 2009

372 Buddha Sakra (Indra)


372
“Em chorar o morto...etc.” - Esta história o Mestre contou em Jetavana sobre um certo ancião. Diz-se que ele admitiu um jovem às ordens, e que este noviço, depois de ajudá-lo com zelo, passou um tempo ficou doente e morreu. O velho foi tomado de dor com a morte do jovem e saiu lamentando-se em alto som. Os Irmãos, ao falharem em consolá-lo, levantaram uma discussão no Salão da Verdade, dizendo, “Um certo ancião com a morte de seu noviço saiu lamentando-se. Habitando no pensar da morte, ele certamente tornar-se-á um pária.” Quando o Mestre veio, e perguntou qual o tema da discussão, e escutando o que era, disse, “Não apenas agora mas antes também, o ancião saiu lamentando-se, quando este jovem morreu.” E com isto contou uma estória do passado.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu na forma de Sakra [Indra]. Naquele tempo um homem, que vivia no reino de Kāsi, veio para a região do Himālaia, e adotando a vida ascética, vivia de frutos selvagens. Um dia ele encontrou na floresta um jovem cervo que perdeu-se do rebanho. O levou para o eremitério, cuidando e alimentando-o. O jovem cervo cresceu e tornou-se um animal belo e gracioso e o asceta o tratava como seu próprio filho. Um dia o jovem cervo morreu de indigestão de grama. O asceta saiu lamentando-se e dizendo, “Minha criança morreu.” Então Sakra, rei do céu, explorando o mundo, viu o asceta, e pensando em alertá-lo, veio e ficou pousado no ar e falou a primeira estrofe:

Em chorar o morto mal deve advir
Ao asceta solitário, livre de laços do lar.

O asceta logo que escutou isto falou a segunda estrofe:

Devem as pessoas com amigos animais, Sakra, chorar
Pois a perda de um companheiro encontra alívio em lágrimas.

Então Sakra repetiu duas estrofes:

Os ansiosos em chorar podem mitigando-se lamentar o morto,
Não chore, ó sábio, é vão chorar diz a razão.

Se pelas lágrimas vencêssemos a cova,
Todos unidos juntos salvaríamos nossos amados.

Enquanto Sakra falava, o asceta reconhecendo que era inútil chorar, e cantando louvores a Sakra, repetiu estas estrofes:

Como chama alimentada de ghee que inflama vigorosamente
É apagada com água, assim ele apagou minha dor.

Com flecha de sofrimento meu coração estava ferido :
Ele curou minha ferida e restaurou minha vida.

A ponta extraída, cheio de alegria e paz,
Com as palavras de Sakra cessa a minha dor.

Depois de aconselhar o asceta, Sakra voltou à seu domicílio.
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O Meste aqui termina a lição e identificando o Jātaka diz: -“Naquele tempo o ancião era o asceta, o noviço o cervo, e eu mesmo era Sakra.”





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