segunda-feira, 28 de setembro de 2009

361 Mooggaallana Tigre e Sariputra Leão



361
“É assim que Sudatha...etc.” - Esta história o Mestre contou, enquanto morava em Jetavana, relativa aos dois discípulos principais. Em certa ocasião os dois discípulos principais resolveram durante a estação das chuvas dedicarem-se à solidão, soledad. E então deram adeus ao Mestre e deixando a companhia dos Irmãos saíram de Jetavana, levando hábito e tigela, e viviam perto de uma vila na fronteira. Um certo homem, que servia aos anciãos e que vivia de partes das provisões deles, morava aparte no mesmo lugar. Vendo como estavam felizes os Irmãos vivendo juntos, ele pensou: “Imagino ser possível colocá-los em desacordo.” Então aproximou-se de Sāriputra e disse, “Será possível, Reverendo Senhor, que haja querelas entre você e o venerável chefe ancião Moggaallāna?” “Por quê, Senhor?” ele perguntou. “Ele sempre fala, Santo Senhor, te desprezando e diz, ‘Quando eu tiver ido, o que valerá Sāriputra comparando-se comigo em casta, linhagem, família e etnia, ou poder de consecuções nos sacros volumes?” O ancião sorriu e disse, “Sai fora patife!” Outro dia aproximou-se do chefe ancião Moggaallāna, e disse a mesma coisa. Ele também disse, “Sai fora patife!” Moggaallāna foi até Sāriputra e perguntou, “Este indivíduo que vive do que largamos, disse algo para você?” “Sim, amigo, ele disse.” “E ele disse a mesma coisa para mim. Devemos mandá-lo embora.” “Muito bem, amigo, mande-o embora.” O ancião disse, “Você não deve ficar aqui,” e estalando os dedos para ele, expulsou-o. Os dois anciãos viveram felizes juntos e retornaram para o Mestre, obedecendo e sentando. O Mestre falou amigavemente com eles e perguntou se foi agradável o Retiro. Eles disseram, “Um certo mendigo desejou nos colocar em desacordo mas falhando na tentativa, foi embora.” O Mestre disse, “Verdadeiramente, Sāriputra, não apenas agora, mas antes também ele pensou em colocá-los em desacordo mas falhando na tentativa, fugiu.” E assim ao pedido dele contou uma história dos tempos antigos.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva era uma árvore-deus na floresta. Naquele tempo um leão e um tigre viviam numa cova na montanha, na floresta. Um chacal, os ajudava e vivia dos restos deles, começou a engrossar o corpo. Um dia foi tomado pelo pensamento, “Nunca comi carne de leão nem de tigre. Devo pegar estes dois animais pelos ouvidos, e quando em conseqüência da disputa eles se matarem, comerei a carne deles.” Assim aproximou-se do leão e disse, “Há alguma querela, Senhor, entre você e o tigre?” “Por que isto, Senhor?” “Sua Reverência,” ele disse, “ele sempre fala com desprezo de ti e diz, ‘Quando eu tiver ido, este leão não terá atingido um dezesseis avos de minha beleza pessoal, nem de minha estatura e largura, nem de minha força natural e poder.’ ” Então o leão disse a ele, “Fora com você. Ele nunca falaria assim de mim.” Então o chacal aproximou-se do tigre também, e falou do mesmo modo. Escutando, o tigre correu ao leão, e perguntou, “Amigo, é vero, que disseste isto e isto de mim?” E falou a primeira estrofe:- (Sudātha, dentes-fortes, é o leão; Subāhu, braço-forte, o tigre.)

É assim que Sudātha fala de mim?
“Na graça da forma e em pedigree,
Em força e proeza no campo,
Subāhu a mim deve dar lugar.”

Escutando isto Sudātha repetiu as quatro estrofes:-

É assim que Subāhu fala de mim?
“Na graça da forma e em pedigree,
Em força e proeza no campo,
Sudātha a mim deve dar passagem.”
Se tais palavras injuriosas fossem tuas,
Não serias mais meu amigo.
A pessoa que empresta pronto ouvido
A qualquer fofoca que escute,
Logo arranja querela com um amigo,
E àmizade em ódio amargo terminará.
Nenhum amigo suspeita sem causa,
Ou cuidadosamente procurará por falhas;
Mas permanecerá com seu amigo em verdade
Como uma criança da mãe ao seio,
E nunca por uma palavra estranha
Apartar-se-á de seu amigo do peito.

Quando as qualidades da amizade foram assim estabelecidas nestas quatro estrofes, o tigre disse, “A falta é minha,” e pediu perdão ao leão. E continuaram a viver felizes juntos no mesmo lugar. Mas o chacal foi embora e fugiu para outro lugar.
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O Mestre tendo levado a lição ao fim, identificou o Jataka : “Naquele tempo o mendicante que vivia de restos era o chacal, Sāriputra o leão, Moggaallāna o tigre, e a deidade que habitava àquela floresta e viu a coisa toda com seus próprios olhos, era eu mesmo.” Cf. Jātaka 272 e 349.




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