segunda-feira, 24 de março de 2008

79 Buddha e o Rei.



79Ele deu tempo aos ladrões...etc.”- Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana sobre um certo Ministro. Ele, é dito, depois de insinuar-se com o rei e após coletar a receita real numa vila da fronteira, em segredo arranjou com um bando de ladrões que marcharia com os homens para fora, para a jângal, deixando a vila para os bandidos saquearem, - na condição que dessem a ele metade do saque. Conformemente, aurora quando o lugar foi deixado sem proteção vieram os ladrões, que mataram e comeram o gado, saquearam a vila e saíram com o saque antes que ele voltasse à tarde com os [soldados] que o seguiam.

Mas levou pouco tempo para sua ladroagem vir a público e chegar aos ouvidos do rei. E o rei mandou buscarem-no, e e sua culpa era manifesta, ele foi rebaixado e outro líder colocado no lugar. O rei então foi até o Mestre em Jetavana e contou a ele o que havia acontecido. “Senhor,” disse o Abençoado, “o sujeito apenas mostrou a mesma disposição agora que em dias idos.” Então com o pedido do rei ele contou esta história do passado.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), ele indicou certo Ministro para se tornar chefe de uma aldeia da fronteira; acontece tudo igual ao do caso acima.

 Bem, naqueles dias o Bodhisatva fazia a ronda das vilas da fronteira em seu caminho de comércio, e tomou estadia naquela vila mesma. E quando o chefe marchava com seus homens de volta à tarde com os tambores sendo tocados, ele exclamou, “Este patife, que em segredo instigou, impeliu (to egged on) os ladrões a saquearem a vila, esperou até eles terem fugido para a jângal novamente, e agora ele volta tocando os tambores,- fingindo uma feliz ignorância de que nada de errado aconteceu.” E, assim falando, ele pronunciou esta estrofe:-

Ele deu aos ladrões tempo para irem e matarem
O gado, queimarem as casas, prenderem o povo;
E então tocando tambores, marcha para casa,
- filho não mais, pois tal filho é morto.

(N. do Tr.: a explicação do escoliasta, da glosa, é que um filho que perde toda decência e vergonha, cessa ipso facto de ser um filho, e que sua mãe é sem filhos mesmo que tal filho esteja vivo.)

De tal modo o Bodhisatva condenava o chefe de aldeia. Não muito tempo depois, a ladroagem foi detectada e o tratante punido pelo rei com que merecia sua maldade.

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Esta não é a primeira vez, senhor,” disse o rei, “que ele teve esta disposição ; ele fez justo o mesmo em dias idos.” Sua lição terminada, o Mestre mostrou a conexão e identificou o Jātaka dizendo, “O chefe de ho-je era também o chefe de aldeia daqueles dias, e eu mesmo o sábio e bom homem que recitou a estrofe.”




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