quarta-feira, 5 de março de 2008

68 Buddha e o casal brahmin



68 À pessoa em quem tua mente descansar,...etc.” – Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Añjanavana, sobre um certo brahmin. Tradição diz que quando o Abençoado com seus discípulos entrava na cidade de Sāketa, um velho brahmin daquele lugar, que estava saindo, encontrou com ele no portão. Caindo aos pés do Buddha, e segurando-o pelos tornozelos, o velho homem gritou, “Filho, não é dever das crianças cuidarem dos pais na velhice ? Por quê pois não nos deixaste te ver todo este tempo ? Finalmente te vejo ; venha, deixe tua mãe te ver também.” Assim falando, levou o Mestre para a casa dele; e lá o Mestre sentou na cadeira preparada para ele com seus discípulos ao redor. Então veio a esposa do brahmin, e ela também caiu aos pés do Abençoado, gritando, “Meu filho, onde estiveste todo este tempo ? Não é dever das crianças confortarem os pais na velhice?” Daí, ela fala aos filhos e filhas que o irmão deles chegou, e manda-os saudarem o Buddha. E na sua alegria o casal ancião mostrou grande hospitalidade aos convidados. Após a refeição, o Mestre recitou ‘aos velhos’ o Sutra relativo a anciedade ( n. do tr.: Jarā-sutra do Sutra-nipāta ) ; e, quando ele terminou, ambos o marido e a mulher, o esposo e a esposa, ganharam fruição do Segundo Caminho. Então levantando-se do seu lugar, o Mestre voltou para Añjanavana.

Em reunião no Salão da Verdade, os Irmãos passaram a falar deste assunto. Apressaram-se em dizer que o brahmin sabia que Suddhodana era o pai, e Mahāmāyā a mãe, do Buddha ; apesar disto, ele e sua esposa clamaram ser o Buddha filho deles, - e isto teve assentimento do Mestre. O quê significa tudo isto ? Escutando eles falarem, o Mestre disse, “Irmãos, o par ancião estava certo em me chamarem filho deles.” E assim falando, ele contou esta história do passado.

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Irmãos, em idades passadas este brahmin foi meu pai em 500 sucessivos nascimentos, meu tio da mesma maneira, e em mais 500 meu avô. E em 1.500 nascimentos sucessivos sua esposa foi respectivamente minha mãe, minha tia, e minha avó. Então fui criado em 1.500 nascimentos por este brahmin, e em 1.500 por sua esposa.

E com isto, tendo contado destes 3.000 nascimentos, o Mestre, como Buddha, recitou esta estrofe:-

À pessoa em quem tua mente descansar, com quem teu coração
agradar-se no primeiro olhar, - coloque nela tua crença.

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Sua lição terminada, o Mestre mostrou a conexão e identificou o Jātaka dizendo, “Este brahmin e sua esposa eram o marido e a esposa em todas estas existências, e eu a criança.”

Jātaka  237 // com versos canônicos diferentes sendo a mesma conta, a mesma história.



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