quinta-feira, 16 de abril de 2009

272 Buddha Espírito d'árvore


272
“Quando a proximidade...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto vivia em Jetavana, sobre Kokalika (que era seguidor de Devadatra). As circunstâncias desta história serão dadas no Jataka 481.

 Aqui, novamente Kokalika diz, “Levarei Sariputra e Moggaallana comigo.” Então deixando a região de Kokalika, ele viaja para Jetavana, saúda o Mestre e vai até os anciãos. E diz, “Amigos, os cidadãos da região de Kokalika convocam vocês. Vamos até lá !” “Vá você, amigo, nós não iremos,” foi a resposta. Após esta recusa ele foi embora sozinho.

Os Irmãos seguiram falando sobre isto no Salão da Verdade. “Amigo ! Kokalika não consegue viver nem com nem sem Sariputra e Moggaallana ! Ele não pode conservar o quarto ou a companhia deles !” O Mestre entrou e perguntou o que todos estavam conversando juntos. Eles disseram a ele. Ele falou, “Em dias idos, justo como agora, Kokalika não podia viver nem com nem sem Sariputra e Moggaallana.” E contou uma história.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva era um espírito d'árvore vivendo na floresta. Não distante da sua morada vivia outro espírito d'árvore, em um grande monarca da floresta. Na mesma floresta habitavam um leão e um tigre. Com medo deles ninguém ousava arar a terra ou cortar abaixo uma árvore, ninguém podia nem mesmo parar para olhar lá. E o leão e o tigre costumavam matar e comer todo tipo de criaturas ; e o quê sobrava após as refeições, eles deixavam no lugar e partiam, de modo que a floresta estava cheia de sujeira e fedor de carcaças.

O outro espírito, sendo tolo e desconhecendo razão e não-razão, um dia dirigiu-se assim ao Bodhisatva : “Bom amigo, a floresta está cheia de fedor de carcaças, tudo por causa deste leão e deste tigre. Vou mandá-los para fora.”

Respondeu ele, “Bom amigo, é justo estas duas criaturas que protegem nossas casas. Uma vez que sejam retirados, nossa casa será devastada. Se as pessoas não veem os rastros do leão e do tigre, elas cortarão toda a floresta abaixo, farão dela um único espaço aberto e vão arar a terra. Por favor não faça tal coisa !” e então pronunciou as primeiras duas estrofes:

Quando a proximidade de um amigo do peito
Ameaça tua paz terminar,
Se és sábio, guarde tua vantagem
como a pupila dos olhos.

Mas quando este amigo querido faz mais crescer
A medida da sua paz,
Deixe a vida de seu amigo em e através de tudo
Ser tão cara quanto a tua.

Quando o Bodhisatva assim explicou o assunto, o tolo espírito contudo não entendeu de coração, mas um dia assumiu um aspecto assustador e fez com que fossem embora o tigre e o leão. O povo, não mais observando os rastros destes, adivinharam que o leão e o tigre tinham ido para outra floresta e cortaram um lado desta floresta. Então o espírito aproximou-se do Bodhisatva e disse a ele,
“Ah, amigo, não fiz como disseste, mas mandei embora as criaturas ; e agora as pessoas descobriram que eles se retiraram e estão cortando abaixo a floresta ! O que deve ser feito ?” a resposta foi, que eles teriam ido viver em tal e tal floresta ; o espírito devia ir buscá-los de volta. O espírito fez isto ; e, de pé diante deles, repetiu a terceira estrofe, com saudação respeitável :

Voltem, Ó Tigres ! Para a floresta novamente,
E não a deixem ser nivelada ao chão ;
Pois sem vocês, o machado vai abaixá-la ;
Vocês, sem ela, para sempre sem lar vagarão.

Este pedido eles recusaram, dizendo, “Sai fora ! Nós não iremos.” O espírito retornou para a floresta sozinho. E então as pessoas após muitos poucos dias cortaram toda a floresta abaixo, fazendo campos e tornando-os cultiváveis.
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Quando o Mestre terminou este discurso, declarou as Verdades e identificou o Jataka :- “Kokalika era então o Espírito tolo, Sariputra o Leão, Moggaallana o Tigre e o Espírito sábio era eu mesmo.”








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