quarta-feira, 8 de abril de 2009

268 Buddha e o jardineiro




268
“Melhor de todos...etc.” - Esta história o Mestre contou quando residia no campo próximo à Dakkhinagiri, sobre o filho de um jardineiro.

Após as chuvas, o Mestre deixou Jetavana e seguiu em peregrinação de coleta de oferta no distrito ao redor de Dakkhinagiri. Um leigo convidou o Buddha e sua companhia e os fez sentar em sua propriedade, dando a eles arroz e bolos. Disse depois, “Se algum dos santos Padres quiser passear pelo jardim, podem acompanhar o jardineiro ;” e ordenou ao jardineiro que oferecesse qualquer fruta que quisessem.

Logo logo chegaram numa terra nua. “Qual a razão,” perguntaram, “deste lugar estar deserto e sem árvores ?” “A razão é,” respondeu o jardineiro, “que um certo filho de jardineiro, que deveria aguar as mudas, pensou que melhor molharia em proporção aos tamanhos das raízes ; e assim puxou-as todas para vê-las e jogou água conformemente. O resultado foi que o lugar ficou deserto.”

Os Irmãos retornaram e contaram isto ao Mestre. Ele disse, Não apenas agora este rapaz destruiu a plantação ; ele fez justo o mesmo antes ;” e então contou a eles um conto do mundo antigo.
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Certa vez quando um rei chamado Vissasena reinava em Benares ( Varanasi ), proclamou-se um feriado. O guardião do parque pensou em sair e aproveitar o feriado ; e assim chamando os macacos que viviam no parque, disse :
“Este parque é uma grande benção para vocês. Quero tirar uma semana de feriado. Vocês coloquem água nas mudas nos sete dias ? “Oh, sim,” eles disseram ; passou para eles os regadores e seguiu seu caminho.

Os macacos pegaram água e começaram aguar as raízes.

O macaco mais velho gritou : “Esperem ! É difícil colocar água constantemente. Devemos economizar. Vamos puxar as plantas e ver o tamanho das raízes delas ; se elas tiverem longas raízes, precisam de muita água ; mas se tiverem pequenas, só um pouco.” “Certo, certo,” eles concordaram ; então alguns deles puxavam as plantas ; outros as colocavam de volta com água.

O Bodhisatva naquele tempo era um jovem nobre vivendo em Benares. Alguma ou outra coisa o levou até o parque e ele viu o quê os macacos estavam fazendo.

“Quem mandou vocês fazerem isto ?” ele perguntou.

“Nosso chefe,” eles responderam.

“Se esta é a sabedoria do chefe, qual não será a do resto de vocês !” disse ele ; e para explicar o assunto, pronunciou a primeira estrofe :

Melhor de todos da tropa é este :
Que inteligência a dele!
Se é escolhido como melhor,
Que tipo de criatura não será o resto !

Escutando este comentário, os macacos responderam com a segunda estrofe :

Brahmin, não sabes o que dizes
Acusando-nos deste jeito !
Se não conhecemos as raízes,
Como saber das árvores que crescem ?

Ao que o Bodhisatva replicou com a terceira, como segue :

Macacos, não culpo vocês,
Nem àqueles que vagueiam pela floresta.
O monarca é um tolo, ao falar,
'Por favor cuidem de minhas árvores enquanto estou fora'.
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Quando este discurso estava terminado, o Mestre identificou o Jataka : “O rapaz que destruiu o parque era o chefe macaco e eu era o jovem sábio.”





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