sábado, 27 de dezembro de 2008

244 Buddha Brahmin


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244
O qu'ele vê...etc.”- Esta história o Mestre contou em Jetavana, sobre um errante que dava voltas vagando pelo campo.

É dito que este homem não conseguia encontrar ninguém para polemizar, argumentar com ele em toda Índia ; até que chegou em Savatthi e perguntou se haveria alguém que disputasse com ele. Sim – foi-lhe dito – o Supremo Buddha ; escutando isto, ele e uma multidão com ele dirigiram-se a Jetavana e colocaram uma questão para o Mestre, enquanto ele estava discursando no meio dos quatro tipos de discípulos. O Mestre respondeu a pergunta dele e então fez uma em resposta para ele. A esta o homem falhou em responder, levantou-se e deu a volta. A multidão sentada ao redor exclamou, “Uma palavra, Senhor, venceu o itinerante !” Disse o Mestre, “Sim, Irmãos, e justo como o venci agora com uma palavra, do mesmo modo fiz antes.” Então ele contou uma história dos dias antigos.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu um brahmin no reino de Kāsi. Ele cresceu, e dominou as paixões ; abraçando a vida religiosa, ele morou um longo tempo nos Himalayas.

Ele desce das terras altas e toma residência próximo a uma cidade considerável, em uma cabana de folhas construída junto a uma curva do rio Ganges.

Um certo peregrino, que não encontrara ninguém que o pudesse responder por toda Índia, chegou naquela cidade. “Há alguém aqui,” perguntou ele, “que possa argumentar comigo ?”

Sim, eles disseram, e contaram a ele sobre o poder do Bodhisatva. Assim, seguido por uma grande multidão, ele fez seu caminho até o lugar onde o Bodhisatva morava, e após saudação, tomou assento.

Você beberia,” ele perguntou, “d'água do Ganges, infusa de odores selvagens do mato ?”
O peregrino tentava pegá-lo com estas palavras. “O quê é Ganges? Ganges pode ser àreia, Ganges pode ser àgua, Ganges pode ser a próxima praia, Ganges pode ser a praia distante !”

Disse o Bodhisatva ao peregrino, “Além d'areia, d'água, da praia de lá e de cá, que outro Ganges podes ter ?” O peregrino não tinha resposta para isto ; ele levantou-se e saiu fora. Quando já tinha ido, o Bodhisatva falou estes versos a guisa de discurso à multidão em assembléia :-

O qu' ele vê, ele não terá ;
O qu' ele não vê, ele anelará.
Ele pode ir ainda por um longo caminho -
O qu' ele quer ele não obterá.

Ele desconsidera o que tem;
Uma vez ganho, não quer.
Ele anela tudo sempre:
Quem nada anela ganha nosso encômio.

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[Cacófato canônico]. Quando este discurso estava terminado, o Mestre identificou o Jataka : “O errante é o mesmo em ambos os casos e eu mesmo o asceta então.”












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