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“Agora o desejo se foi...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto estava em Jetavana sobre uma jovem mulher.
Tradição nos diz que um certo homem de Savatthi, um empregado dos dois discípulos chefes do Mestre, tinha um filha bela e feliz. Quando ela cresceu, casou-se numa família tão boa quanto a sua própria. O marido, sem consultar ninguém, usava divertir-se fora de casa de acordo com sua vontade livre. Ela não fez caso do desrespeito dele; mas convidou os dois discípulos chefes [Sariputra e Mooggaallana] para presenteá-los e ouví-los pregarem, até que ela alcançou o Fruto do Primeiro Caminho. Após o quê ela passou a gastar o tempo todo no gozo do Caminho e do Fruto; por fim, pensando em como seu marido não a queria, e que não havia necessidade dela permanecer no trabalho doméstico, ela resolveu abraçar a vida religiosa. Ela informa a seus pais o plano e o realiza, tornando-se uma santa.
A história dela torna-se conhecida entre a Irmandade ; e um dia discutiam sobre, no Salão da Verdade. “Amigo, a filha de tal-e-tal família esforça-se por atingir o mais alto bem. Descobrindo que seu marido não se importa com ela, fez ricas ofertas aos discípulos chefes, escutou a pregação deles e ganhou o Fruto do Primeiro Caminho ; pediu licença a seus pais, tornou-se religiosa e depois santa. Assim, amigo, a jovem buscou o bem mais alto.”
Enquanto estavam falando, o Mestre entrou e perguntou sobre o quê conversavam. Eles disseram. Ele falou, “Esta não é a primeira vez, Irmãos, que ela busca o mais alto ; ela fez o mesmo em dias antigos também.” E ele contou um conto do mundo antigo.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva vivia como um asceta na região dos Himalaias ; e ele cultivava as Faculdades e as Consecuções.
Então o rei de Benares, observando a pompa magnífica de seu filho Príncipe Brahmadatra, encheu-se de suspeita e baniu seu filho do reino.
O jovem com sua esposa Asitabhu seguiu caminho para o Himalaia e fixou residência numa cabana de folhas, com peixe para comer e todo tipo de frutos selvagens. Ele viu uma 'espírita' da floresta e ficou apaixonado por ela. “Vou fazer dela minha esposa !” disse ele e sem se importar com Asitabhu, seguiu os passos dela. Sua esposa vendo que ele seguia atrás da 'espírita', ficou irada. “O homem não se importa comigo,” ela pensou ; “o quê eu tenho a ver com ele?” Então ela foi até o Bodhisatva e fez reverência para ele : ela aprendeu o quê precisava para ser iniciada e contemplando òbjeto místico, desenvolveu as Faculdades e as Consecuções, deu adeus ao Bodhisatva e retornou para a porta da sua cabana de folhas.
Bem, Brahmadatra seguia a 'espírita' mas não viu que caminho ela seguiu ; e frustado em seu desejo, virou o rosto novamente para a sua cabana. Asitabhu viu ele vindo e elevou-se nos ares ; e pousou em um plano nos ares da cor de uma pedra preciosa e disse a ele - “ Meu jovem senhor! Foi através de ti que atingi esta benção enstática " e pronuncia a primeira estrofe :-
Agora o desejo se foi,
Graças a você, e encontrou seu fim:
Como uma presa, uma vez cortada
Ninguém pode emendá-la novamente.
[ n. do tr.: 'presa' de elefante, javali. Dente.]
Assim dizendo enquanto ele olhava, ela elevando-se foi para outro lugar. E quando ela já tinha ido, ele pronuncia a segunda estrofe, lamentando:-
Cobiça que não sabe se deter,
Luxúria, aos sentidos confundindo,
Rouba, para longe, nosso bem
Como agora minha esposa estou perdendo.
E assim tendo-se lamentado, viveu sozinho na floresta, até que com a morte do pai, recebeu a soberania.
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Após este discurso terminado, o Mestre identificou o Jataka:- “Estas duas pessoas eram o príncipe e a princesa e eu era o eremita.”
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