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“Vejam aquele pássaro duas-vezes nascido...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto em Jetavana sobre um hipócrita. Quando ele foi trazido para diante do Mestre, o Mestre disse, “Irmãos, ele foi hipócrita antes justo como o é agora,” e contou a seguinte história.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva tornou-se um Peixe em um certo lago na região do Himalaia e um grande cardume o seguia. Bem, uma Garça desejava comer os peixes. Então em um lugar próximo ao lago ela abaixa a cabeça, abre as asas e olha vagamente, de soslaio para os peixes, esperando até que baixassem a guarda [ n. do tr.: 'sono de garça' é provérbio Indiano para traição]. Naquele momento mesmo o Bodhisatva com seu cardume chegam no lugar em busca de alimento. E o cardume de peixes, vendo a garça, pronuncia a primeira estrofe:-
Vejam aquele pássaro duas vezes-nascido, como é branco -
Como uma flôr de lírio parecendo;
Asas desdobradas para a esquerda e direita -
Oh, como é piedosa ! Sonhando, sonhando!
[ n. do tr.: 'dijo' (duas vezes nascido) é usado para pássaros nascidos no ovo e do ovo. Também é aplicado a Brahmins assim carrega uma noção adicional de piedade. Somaria à nota do sr. W.H.D. Rouse, e ecoando como Dio-nisos, duas vezes nascido, segundo sua história ; a mesma ideia explica o porque do ovo de Páscoa, o corpo, casca, de ovo : 'se a semente não morre, não poderá nascer, brotar.' Segundo o Satapatha Brahmana o altar mesmo é um grande pássaro. ]
Então o Bodhisatva olha e pronuncia a segunda estrofe:-
O quê ela é vocês não sabem,
Ou vocês não cantariam louvores a ela.
Ela é a mais traiçoeira das nossas inimigas
Daí porque as asas não se levantam.
Com isto os peixes bateram n'água e expulsaram a garça para fora.
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Quando este discurso estava terminado, o Mestre identificou o Jataka:- “Este hipócrita era a Garça e eu era o chefe do cardume de peixes.”
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