quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

240 O rei Amarelo...etc.


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O rei Amarelo...etc.”- Esta história o Mestre contou no Parque de Jetavana sobre o herético Devadatra.

Devadatra por nove meses tentou levar a cabo a destruição do Buddha futuro e afundou dentro da terra junto ao portão de Jetavana. Então aqueles que habitavam Jetavana e em todo o país ao redor, ficaram deleitados dizendo, “Devadatra o inimigo do Buddha foi engulido pela terra : o adversário está morto e o Mestre tornou-se perfeitamente iluminado !” E escutando estas palavras sendo ditas muitas vezes e frequentemente, o povo de todo o continente da Índia e todos os duendes, criaturas vivas e deuses ficaram igualmente deleitados. Um dia todos os irmãos estavam conversando juntos no Salão da Verdade e assim falavam : “Irmão, desde que Devadatra afundou para dentro da terra, quanta gente está feliz, falando, Devadatra foi engulido pela terra !” O Professor entrou e perguntou, “O quê vocês todos estão conversando, irmãos ?” Eles disseram a ele. Então ele disse, “Esta não é a primeira vez, Ó irmãos, que multidões alegram-se e riem alto com a morte de Devadatra. Muito tempo atrás eles alegraram-se e riram como fazem agora.” E contou a eles um conto do mundo antigo.

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Certa vez reinava em Benares ( Varanasi ) um rei injusto e mau chamado Maha-pingala, o Grande Rei Amarelo, que fazia todo tipo de maldade de acordo com sua vontade e prazer. Arrancando taxas e multas, mutilando muitos e roubando, ele esmagava o povo como se este fosse cana-de-açúcar em um moinho ; era cruel, feroz e violento. Pelas pessoas não tinha nem um grão de piedade ; em casa era duro e implacável com as esposas, filhos e filhas, cortesãos, brahmins e fazendeiros do campo. Ele era como um cisco de poeira que cai no olho, como pedra na sopa, como espinho espetado no calcanhar.

Bem, o Bodhisatva era um filho do rei Maha-pingala. Após este rei reinar por um longo tempo, ele morreu. Quando ele morreu todos os cidadãos de Benares ficaram felizes e riram muito de alegria ; queimaram o corpo dele com um milhar de carretos de lenha e extinguiram o fogo que queimava com milhares de jarros d'água e consagraram o Bodhisatva para ser rei : fizeram com que se tocasse o tambor de alegria nas ruas, pela felicidade de conseguirem um rei reto. Levantaram bandeiras e estandartes, decorando a cidade ; em cada porta foi colocado um pavilhão e espalhado milho e flores, sentavam nas plataformas decoradas debaixo dos pálios finos e comeram e beberam. O Bodhisatva mesmo sentou em um rico divã em um grande estrado elevado, em grande luxo, com o parassol branco aberto acima dele. Os cortesãos e proprietários, os cidadãos e os porteiros permaneceram ao redor do rei.

Mas um porteiro, não distante do rei, estava suspirando e soluçando. “Bom Porteiro,” disse o Bodhisatva, observando-o, “todo o povo está fazendo festa, alegre com a morte de meu pai mas você permanece chorando. Venha, era meu pai bom e gentil contigo ?” E com a pergunta pronuncia a primeira estrofe:-

O Rei Amarelo era cruel com todas as pessoas ;
Agora que está morto todas as pessoas podem respirar novamente.
Ele era, o de olho amarelo, assim tão querido ?
Ou, por quê estais chorando aí, Porteiro ?

O homem escuta e responde: “Não choro por tristeza de estar Pingala morto. Minha cabeça dar-se-ia por satisfeita. Pois Rei Pingala, toda vez que descia do palácio ou subia para dentro, dava-me oito cascudos duros como marteladas de ferreiro na minha cabeça com seu punho. Então quando ele descer para òutro mundo, vai dar oito cascudos na cabeça de Yama, o porteiro dos ínferos como se estivesse batendo em mim mesmo. O povo de lá então gritará - Ele é cruel de mais para nós ! E o mandariam de volta para cima. Temo que ele volte e passe a bater na minha cabeça novamente e por isto é que choro.” Para explicar o assunto ele fala a segunda estrofe :-

O Rei Amarelo não era nada querido :
Temo que ele retorne.
E se ele bater no rei dos Mortos, e então
O rei dos Mortos mandar ele de volta ?

Disse então o Bodhisatva : “O rei foi incinerado com um milhar de carretos de lenha ; o lugar da queima foi empapuçado d'água com milhares de jarros e o chão foi cavado ao redor ; seres que foram para òutro mundo, exceto por força da ressurreição, não voltam para a mesma forma corporal que tinham antes ; nada tema !” e para confortá-lo, repetiu a seguinte estrofe:-

Milhares de carretos de lenha queimaram ele bem,
Milhares de jarros d'água apagaram o que ainda queimava ;
A terra foi cavada e mexida ao redor -
Nada tema – o rei não mais retornará.

Com isto, o porteiro foi confortado. E o Bodhisatva legislou em retidão ; e após dar presentes e outras obras boas, passou sendo tratado de acordo com seus méritos.

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Quando o Mestre terminou este discurso, ele identificou o Jataka :- “Devadatra era Pingala ; e o filho dele era eu mesmo.”








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