segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

242 Cão tolo...etc.


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242
Cão tolo...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto vivia em Jetavana sobre um cachorro que acostumara a alimentar-se no salão de repouso da torre Ambala.

É dito que desde filhote este cachorro foi lá mantido e alimentado por alguns transportadores d'água. Com o passar do tempo ele cresceu até se tornar um grande cão.

 Certa vez aconteceu de um cidadão o ver ; e o comprou dos transportadores d'água por um manto e uma rúpia ; então, amarrando-o em uma corrente, levou o cachorro embora. O cachorro foi sem resistir, sem fazer barulho e seguiu o novo dono comendo o quê lhe era oferecido. “Ele orgulha-se de mim, sem dúvida,” pensou o homem ; e o deixou livre de laço.

Logo que o cão se viu livre, fugiu e não parou até chegar de volta ao lugar de onde veio.

Vendo-o, os Irmãos cogitavam o quê teria acontecido ; e à noite, quando estavam reunidos no Salão da Verdade, começaram a conversar sobre isto. “Amigo – aí está o cachorro de volta novamente em nosso salão de repouso! Como foi inteligente em se livrar das correntes ! Assim que se livrou, correu para cá de volta !” O Mestre, entrando, perguntou o quê estavam todos conversando, lá sentados juntos. Eles disseram. Ele falou, “Irmãos, esta não é a primeira vez que nosso cachorro foi inteligente em livrar-se de correntes ; ele foi justo o mesmo antes.” E contou a eles um conto do mundo antigo.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu em uma rica família do reino de Kāsi ; e quando ele cresceu, estabeleceu residência própria.

 Havia um homem em Benares que tinha um cachorro que fora alimentado com arroz até ficar gordo. E um certo cidadão que viera a Benares viu o cão ; e ao dono deu uma veste fina e uma moeda de dinheiro pelo cachorro, que ele levou amarrado em uma correia.

Chegando na beira de uma floresta, ele entrou numa cabana, amarrou o cão e deitou para dormir. Naquele momento o Bodhisatva que entrara na floresta vagando, viu o cachorro preso por uma tira de couro ; no que pronunciou a primeira estrofe :-

Cão tolo ! porque não mordes
Esta correia que apertada te amarra ?
Em três tempos você se livra,
Correndo-fugindo alegremente !

Escutando esta estrofe, o Cachorro pronunciou a segunda:-

Resoluto – determinado, eu
Espero minha oportunidade:
Atento, vigio e guardo (watch & ward)
Até que as pessoas durmam.

Assim ele falou ; e quando a companhia estava dormindo, ele rasgou a correia com os dentes e retornou à casa de seu dono em grande alegria.

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Quando este discurso estava terminado, o Mestre identificou o Jataka:- “Os cães eram os mesmos e eu era o homem sábio.”








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