segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

239 Buddha Sapo Verde


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                                ( Veluvana, bosque de bambus, Índia )

239
Quando eu estava na gaiola...etc.”- Esta história o Mestre contou enquanto residia no Bosque de Bambu, sobre Ajatasatru.

Maha-Kosala, o pai do rei de Kosala, quando ele casou sua filha com o rei Bimbisara, deu a ele uma cidade em Kasi para ter algum dinheiro. Após Ajatasatru assassinar Bimbisara, seu pai, a rainha logo logo morreu, por causa do amor que tinha por ele. Mesmo depois da morte da mãe, Ajatasatru ainda gozou dos dividendos desta cidade. Mas o rei de Kosala determinou que nenhum parricida deveria ter uma cidade que era sua por direito de herança e guerreou contra ele. Algumas vezes o tio levava a melhor e outras o sobrinho. Quando Ajatasatru saía vitorioso, levantava a bandeira e marchava pelo país de volta para sua capital em triunfo ; mas quando ele perdia, todo abatido retornava sem deixar ninguém saber.

Aconteceu um dia que a Irmandade sentada falava sobre isto no Salão da Verdade. “Amigo” - assim alguém teria dito - “Ajatasatru fica deliciado quando vence seu tio e quando perde fica deprimido.” O Mestre entrando no Salão, perguntou sobre o quê conversavam desta vez ; e disseram a ele. Ele disse, “Irmãos, esta não é a primeira vez que o sujeito fica feliz quando ganha e miserável quando não ganha.” E ele contou a eles um conto do mundo antigo.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva tornou-se um Sapo Verde. Naquele tempo o povo colocava gaiolas de vime em todos os cantos e buracos dos rios, para prender peixes dentro. Em uma das gaiolas havia um grande número de peixes presos. E uma Cobra-d'água, comendo peixe, entrou também na armadilha. Numerosos peixes aglomerados juntos caíram em cima dela mordendo-a, até que ela estava toda coberta de sangue. Vendo que não havia jeito, temendo por sua vida, ela escapou pela boca da gaiola e estirou-se cheia de dor às margens d'água. No mesmo momento, o Sapo Verde dando um pulo, caiu na boca da armadilha. A Cobra, sem saber a quem recorrer, perguntou ao Sapo que via lá, na armadilha - “Amigo Sapo, achas justo o comportamento destes Peixes aí ?” e pronunciou a primeira estrofe:-

Quando estava na gaiola, os peixes me morderam
Eu, apesar de cobra. Sapo Verde, te parece certo ?

O Sapo então responde a ela, "Sim, amiga Cobra, é certo, por que não? Se você come peixe que entra no teu território, os peixes podem te comer quando entras no deles. Na sua própria terra, distrito, campo de alimentação, ninguém é fraco." Assim falando pronunciou a segunda estrofe :-

As pessoas roubam tanto quanto podem açambarcar;
E quando não podem - daí pois o mordido morde !

O Bodhisatva tendo pronunciado sua opinião, todos os peixes, vendo a fraqueza da Cobra, gritaram, ”Vamos pegar nosso inimigo !” e saindo da gaiola a matam lá e então, e depois vão embora.

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Quando o Mestre terminou este discurso, ele identificou o Jataka:- “Ajatasatru era a Cobra-d'água e o Sapo Verde era eu.”







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