sábado, 26 de abril de 2008

95 Buddha rei Sudassana


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Como são transitórias...etc.”- Esta história foi contada pelo Mestre quando ele descansava em seu leito de morte, relativa as palavras de Ānanda, “Ó Abençoado, não sofra seu fim nesta pequena triste vila.”

Quando o Buddha morava em Jetavana,” pensou o Mestre, “o Ancião Sāriputra, que nasceu na vila de Nāla, morreu em Varaka no mês de Kattika, quando a lua estava cheia; e no mesmo mês, quando a lua estava nova, o grande Moggallāna morreu. Meus dois principais discípulos mortos, eu também passarei, em Kusināra.” – Assim pensou o Abençoado; e chegando em peregrinação de coleta de oferta em Kusinarā, lá, sobre o meseta voltada ao Norte entre os Sālgueiros gêmeos ele deitou, para não mais levantar de novo. Então, disse o Ancião Ānanda, “Ó Abençoado, não sofra seu fim nesta pequena triste vila, esta pequena vila rústica dentro da jângal, suburbana vila. Não deveria ser Rājagaha ou outra cidade grande ser o lugar de morte do Buddha ?”

Não, Ānanda,” disse o Mestre; “não diga pequena triste vila, vila rústica na jângal, pequena vila suburbana. Em dias idos, nos dias da monarquia universal de Sudassana, era nesta vila que eu morava. Ela era então uma cidade poderosa cercada de muros em joias por vinte quilômetros ao redor.” Daí ao pedido do Ancião, ele contou esta história do passado e pronunciou o Mahā-Sudassana Sutra ( n. do tr.: Sutra 17 do Digha Nikāya ‘talvez os versos mais populares e mais freqüentemente cotejado nos livros Buddhistas Pāli ).

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Foi então que a rainha de Sudassana, Subhaddā, notou, como depois de descer do Palácio da Verdade, seu marido deitava virado do lado direito na cama preparada para ele no Bosque de Palmeiras ( n. do tr.: ver pp. 267 e 277 do Vol. XI do S. B. E. em relação a este Bosque de Palmeiras ) toda de ouro e jóias, - a cama da qual ele não levantaria de novo. E ela disse, "A cidade real de Kusāvati seu reino é capital de oitenta e quatro mil cidades, tome sua soberania senhor. Ponha seu coração nelas".
Não diga isto, minha rainha,” disse Sudassana ; “antes exorte-me, dizendo, ‘Mantenha seu coração nesta vila, e não se anseie pelas outras’.”
Por quê isto, meu marido?”
Porque morrerei ho-je,” respondeu o rei.
Em lágrimas, limpando os olhos que jorravam, a rainha teve que arranjar-se para soluçar as palavras que o rei pediu que ela dissesse. Então ela explodiu em choro e lamento; e as outras mulheres do harém, que chegavam a oitenta e quatro mil, também choravam e se lamentavam; e ninguém da corte resistiu mas todos juntaram-se num lamento único.
Paz!” disse o Bodhisatva; e com a fala, o lamento deles aplacou. Então, virando-se para a rainha, ele disse, - “Não chore, minha rainha, nem se lamente. Pois, até na menor semente de sésamo, não há tal coisa que como coisa composta seja permanente; tudo é transitório, tudo deve acabar.” Então para benefício da rainha ele disse esta estrofe:-

Como são transitórias as coisas compostas!
Crescer é da sua natureza, e decair:
Produzem e dissolvem-se novamente:
E então é melhor, - quando elas se assentam na paz.

Assim o grande Sudassana dirigiu seu discurso até o Nirvana ambrosíaco como seu objetivo. Além disso para o resto da multidão exortou a que fossem caridosos, que obedecessem os Mandamentos, e que guardassem os dias santos em jejum. O fado que ganhou foi re-nascer depois no Reino dos Devas.

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Sua lição terminada, o Mestre identificou o Jātaka dizendo, “A mãe de Rāhula era a Rainha Subbhaddā daqueles dias; Rāhula era o filho mais velho do Rei ; os discípulos do Buddha eram os da corte; e eu mesmo o grande Sudassana.”











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